Ontem à tarde, estava ensinando a um de meus alunos o significado da expressão idiomática "look before you leap." Traduzindo ao pé da letra, "Olhe antes de pular." O significado é bem óbvio: preste atenção antes de se jogar em alguma coisa, acreditar em alguém, fechar um negócio; não haja impulsivamente.
E acho que este é o maior mal dos brasileiros: agimos impulsivamente. Damos fé a quem não merece, acreditamos em todas as promessas que nos fazem e nos desmanchamos diante de supostos atos de bondade abnegada.
Quem promove atos de caridade na internet, não é caridoso. Quem é caridoso, doa sem alardear.
E lá se vão as pessoas chovendo elogios sobre o político que, diante da imprensa, revela ter doado seu primeiro salário à caridade. Eu acho melhor observar antes de começar a agitar bandeiras, encher alguém de elogios e aplaudir online - principalmente, se a pessoa em questão for um político... será que não aprendemos nada até agora?
O salário de um político representa a menor parte do que ele realmente ganha. Todo mundo sabe disso. Além do mais, esta é uma propaganda política bastante baratinha para as próximas eleições à Presidência da República.
Eu sei muito bem que concordamos aqui, e discordamos ali, lá e acolá; faz parte da vida. As pessoas enxergam as coisas conforme suas observações e experiências. Mas isto não significa que eu tenha que odiar você, ou que você precise me odiar. Podemos ao menos respeitar o direito que cada um tem de se expressar e pensar o que bem quiser.
Se eu , através da minha observação, faço algum comentário desfavorável ao que você pensa, não é porque estou 'caçando briga' ou algo assim, mas porque eu penso que discutir crenças e pensamentos é saudável para que haja crescimento - mesmo que jamais cheguemos a concordar sobre um assunto. Acho que ninguém deveria odiar outra pessoa simplesmente porque ela não concorda com a gente.
Convicções podem mudar. Se me provarem o contrário daquilo que penso, não tenho nenhum problema em pedir desculpas ou admitir que estava errada. Mas o argumento tem que ser realmente bom e crível, pois minha capacidade de discernimento não deve ser desprezada. Porém, tentar me fazer pensar de acordo com o que você acredita - sem que haja algum argumento válido - é perda de tempo. Da mesma forma que não tento convencer ninguém sobre o que penso. Cada um é cada um.
No entanto, acho que ofensas pessoais sempre partem de alguém cujo último recurso não pôde provar sua razão. De qualquer forma, insistir em rebater e criticar o que alguém diz, tentando incutir sua verdade aos berros, é uma tentativa de lavagem cerebral através de constrangimento. Coisa que só serve para convencer os tímidos e os fracos.
E quando se trata de ironias, eu sou muito boa nisso. Acredito que uma boa ironia pode nos poupar horas de discussões acirradas e inúteis sobre o destino das cabras abatidas.
Minha intenção não é convencer ninguém. Se eu escrevo, é porque esta é a minha melhor forma de expressar o que penso e sinto. É um direito meu.
Enquanto eu viver em um país livre, não dominado pela censura dos países socialistas, eu vou escrever o que eu quiser.
Procuro não entrar em espaços alheios a fim de impor minhas opiniões, e não gosto quando fazem isso comigo; mas conversar é bem diferente de impor opiniões, e disso, eu gosto.
Mas depois de cair do cavalo algumas vezes, cheguei à conclusão de que às vezes, quando personalidades diferem muito profundamente, o melhor é concordar em discordar.
Há uma semana, adquiri uma fritadeira elétrica Air Fryer. Tenho usado-a todos os dias, testando as dezenas de receitas que encontrei no YouTube. Elas são boas, mas não são perfeitas, como mostram na TV.
A fritadeira que eu comprei, não é aquela, top de linha; porém, minha irmã tem uma daquelas que custam uma fortuna, e pelo que pude observar, a minha faz tudo que a dela faz com a mesma eficiência e no mesmo período de tempo.
Vou enumerar as vantagens e desvantagens que pude perceber agora, após uma semana de uso diário:
VANTAGENS
-Ela frita sem gordura, o que é um grande avanço para a saúde, e excelente para quem tem colesterol alto ou está de dieta.
-Você coloca o alimento dentro dela, marca o tempo de cozimento e a temperatura corretos, e pode relaxar: não precisa ficar diante dela, como faz quando está cozinhando na frente de um fogão, temendo que a comida queime. Pode ir tomar seu banho, assistir seu filme, molhar a plantinha... assim que o alimento fica pronto, ela apita e desliga sozinha.
-Nunca mais você terá um fogão sujo de óleo para limpar! Nunca mais sua casa ficará cheirando a gordura. Ela não solta fumaça, não espirra óleo ou gordura em volta e é muito silenciosa.
-Ela é maravilhosa para salsichas, que ficam perfeitas.
DESVANTAGENS
-A batata frita não fica igualzinha a que aparece na TV, como se tivesse sido frita no óleo, crocante e macia. Pelo menos, a minha não ficou. Ela fica bem mais seca, menos crocante, e se você não cortar os palitos todos do mesmo tamanho, alguns cozinharão (ou fritarão) mais rápido do que os outros, e alguns ficarão crus. Corte tudo milimetricamente do mesmo tamanho!
Ainda não testei, mas em um dos vídeos que assisti no YouTube, alguém aconselhou a ferver as batatas antes de colocar na fritadeira, e misturar nelas uma colher de azeite.
Ou então comprar daqueles pacotes de batatas fritas congeladas, que vem absolutamente besuntadas... de gordura! Mas se for assim, qual a vantagem da fritadeira elétrica, não é?
-A carne fica um pouco dura, embora cozinhe bem. Ao retirá-la da panela, vi a extensa camada de gordura que ficou por baixo. Mas dizem que a gordura é o que dá maciez à carne. Daí, é uma questão de escolha: você quer comer carne macia ou sem gordura? Bem, como eu quase não como carne, este não será um problema para mim. Cozinhei-a mais para testar a panela.
DICAS
-Como eu disse antes, corte os alimentos todos do mesmo tamanho antes de colocar na panela.
-No meio do cozimento, abra a panela e mexa o conteúdo para que fique tudo cozido por igual.
-Ela é boa para fazer pastel, mas eu untei os pasteizinhos com um pouco de manteiga - pouquinha - para que ficassem douradinhos. Usei gordura, mas bem menos do que a frigideira cheia de óleo que é usada de costume.
-Assista aos vídeos de receitas e tutoriais no YouTube para poder testar várias receitas e aprender a usar a panela corretamente, aproveitando-a mais. Ali em cima, deixei um link de um unboxing.
E de repente, um velório - cerimônia que deveria prestar respeito ao morto - transformou-se em um circo de horrores, em palanque para discurso político, mimimi vitimizante e destilação de ódio e desejo de vingança.
Com direito a cartazes parecidos com os usados em propagandas políticas, foto da ex-primeira dama e seu consorte em tamanho gigantesco e filmagem ao vivo do velório postada em sua página oficial do Facebook, Lula coroou sua falta de ética e de decoro, transformando a ocasião em evento vip.
Ao acusar o juiz Sérgio Moro e a Operação Lava Jato pela morte da esposa, Lula incitou o ódio dos despreparados - usando, mais uma vez, o povo como massa de manobra - contra o fato de terem sido - ele e seus familiares - indiciados pela investigação em curso.
Não duvido que o momento da separação da esposa tenha sido difícil para ele. Não acho que ele estivesse fingindo o que não estava sentindo, ou algo assim. Não estou aqui fazendo troça da dor de outra pessoa, sequer comemorando a morte de alguém. Porém, não posso deixar de observar os fatos e tirar minhas conclusões. Não creio que quem morre vire santo, ou que quem sofre, se redima de todo o mal que praticou se não houver arrependimento e retratação. Mas com certeza, não é este o caso. Lula não arreda pé.
Hoje de manhã, logo após o velório, já circulavam pelas redes sociais os dizeres "Lula 2018." Não duvido nada que, daqui a pouco, ele apareça nas fotografias acompanhado de uma nova primeira dama em potencial.
Eu estava cansada, e com muito calor: tinha acabado de fazer várias coisinhas na casa - todo mundo sabe que quando se trata de casa, uma coisinha leva à outra, e quando a gente vê, já se passaram várias horas. O céu de repente ficou escuro, e começou a ventar.
A fim de me refrescar, fui para a varanda. E começou a chover forte.
Não hesitei: corri lá para o gramado, e fiquei debaixo da chuva!
E como foi bom! Senti a chuva me encharcando aos poucos, até que a camiseta colou na pele. Tirei os chinelos, ficando descalça, os fios de grama entre os dedos. Olhei para cima, e vi as gotas que caíam das folhinhas do cipreste. Há tempos não me sentia tão viva.
E foi então que uma coisa engraçada começou a acontecer: de repente, não era mais eu; éramos nós. Tudo era eu, eu era tudo. Não durou muito tempo, quem sabe, uns cinco ou dez minutos - perdi a noção do tempo. Mas eu tive um momento especial, e me lembrei quando algo semelhante me aconteceu quando eu ainda era uma adolescente, num final de tarde, após uma chuvarada de verão.
Nem preciso mencionar aqui o quanto eu me senti mais leve...
Recomendo a quem for: tire as sandálias e vá para a chuva! É grátis, refrescante e inexplicável. Só tentando para saber.
Quando alguém ouve a notícia da morte de outra pessoa, geralmente diz: "Mas como? Estive com ele há apenas alguns dias!" Como se a morte esperasse, ou seguisse qualquer tipo de cronômetro determinado por nós: se estivemos com alguém há apenas alguns minutos, significa que esta pessoa não vai morrer tão cedo.
Mas a morte é a coisa mais inesperada da vida. Até mesmo quando sabemos que alguém está muito doente e que vai morrer em breve, nunca é fácil aceitar quando recebemos a notícia. Porque após uma morte, as possibilidades de milagres se dissolvem no éter: é o fim. Acabou.
Ao ler na internet sobre a morte de D. Marisa. Fiquei sabendo de coisas sobre a vida dela que eu não sabia: ela ficou viúva e grávida aos dezenove anos. Conheceu Lula quando estava tentando conseguir a pensão por viuvez. Os dois se casaram logo depois. Ela confeccionou a bandeira do PT, criando a tão famosa estrela, com cortes de tecido que tinha em casa. Fiquei sabendo de mais uma porção de coisas sobre ela.
Pensei : onde foi que a estrela deixou de brilhar? O que fez com que aqueles casal cheio de ideais e sonhos se desviasse do caminho? Será que aquela pessoa, que, há pouco tempo, se referia ao povo brasileiro de maneira tão deseducada e desprezível naquela ligação telefônica gravada, era a mesma moça que criou a bandeira do partido?
A alma humana é fraca e corrompível. Porém, acho que existe alguma coisa ruim na política que faz com que as pessoas que comecem a tomar parte nela, percam suas almas com muita rapidez. Elas se perdem delas mesmas e de seus sonhos e promessas. Acho que só quem for muito forte, e tiver uma estrutura muito boa, é capaz de resistir às enxurradas de proprinas que brotam do solo da política e se oferecem em cascatas tentadoras a quem quiser pegar. É só estender a mão. O preço, é que quem tocar nesse dinheiro, vende a alma ao diabo.
Lula está pagando o preço por esse negócio que ele fechou. Não gosto dele, não gostava de D. Marisa, assim como não gosto de Eike Batista, Renan Calheiros e muitos outros que estão nos afundando nesse imenso mar de lama. Não lamento pela morte física da ex-primeira dama, mas pela morte de sua alma, que aconteceu gradualmente, bem antes da morte física, pois antes, havia uma pessoa humilde que desejava mudar um país, e ela era cheia de sonhos.
Acho um absurdo que a mídia e os partidários de esquerda estejam tentando usar este fato da morte de Dona Marisa para culpar pessoas que nada tem a ver com isso. Já vomitam nas redes sociais que ela morreu por 'culpa dos coxinhas.' Que a culpa da morte dela é da 'mídia golpista' e das paneleiras. Que ela não aguentou a pressão de estar diante da possibilidade de ver a ela mesma e sua família inteira presa por crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e outros. Bem, concordo com esta última afirmativa; talvez, para ela, a morte tenha sido um livramento.
Todo mundo já sabe que Dona Marisa não se cuidava bem; tinha pressão alta, um aneurisma que poderia explodir a qualquer momento e inclusive, já tinha sido avisada pelo médico desta possibilidade. Além disso, fumava demais e também consumia alimentos inadequados a alguém com o quadro dela. Mas acho que as pessoas às vezes se pensam imortais.
Não vou lamentar a morte dela; lamento sim, as centenas de milhares de outras mortes que acontecem diariamente em hospitais públicos, muitas vezes, sem que os pacientes sequer recebam atendimento médico. Tudo porque o dinheiro público é roubado descaradamente, por pessoas como ela e sua família, e também por pessoas públicas como Eike Batista. Jamais esquecerei o que ela disse que as donas de casa brasileiras - as paneleiras - deveriam fazer com suas panelas.
Ninguém tem culpa pela morte dela. Pessoas morrem todos os dias de diferentes maneiras, e um dia, a morte chegará também para você e para mim. Que possamos agir de forma a não deixar este planeta com tanto peso nas costas e no coração.