Meus cães, na porta da cozinha. |
Chega de manhã. Latidos, arranhões nas portas dos fundos. Abro a porta, e eles ganham o jardim, correndo, latindo, espantando os passarinhos distraídos que ficam sobre o gramado. Brincam de pique como duas crianças.
O cachorro do vizinho sobe as escadinhas da porta que dá na área de serviço, e fica olhando. Penso que ele gostaria de vir brincar também, mas quando minha Leona o vê, ela corre e dá um salto, quase pulando os três metros de altura que a separa da outra casa. Mas eu sei que é de brincadeira. Mais latidos, até que o outro cão vai embora e os meus se distraem brincando de cabo de guerra com uma folha comprida.
Na cozinha, marcas de patinhas elameadas. Passo o pano de chão. Mootley senta-se sob o pinheiro, e fica olhando para cima. Acho que ele está dizendo que a vida é boa. Leona me traz a sua bolinha, e eu a jogo para ela pegar. Mootley fica de longe, observando, tramando... de repente, ele sai correndo e pega a bolinha da Leona. Ela vai atrás dele, e o pega-pega recomeça.
Todo dia é assim, e que bom que é. Eles me lembram, através do seu entusiasmo, espontaneidade e alegria, que cada dia deve ser vivido intensamente, e celebrado até o finalzinho.
Final de tarde: os dois, cansados, vão tirar uma soneca na casinha. Ficam por lá até a hora do meu marido chegar. Brincamos mais um pouco com eles, e pronto: hora de dormir. Gosto de dizer, brincando: "Boa noite, John Bob! Boa noite, Mary Helen!"