witch lady

Free background from VintageMadeForYou

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Realist?







A friend once told me 
That a realistic person 
Is just a pessimistic in disguise... 
Was he right?


A realist
Is said to see things
As they really are...
But what are they like?





FINA









Ela era fina sobre a superfície,
Qual pena de cisne em lago de nenúfares,
Refletia o céu nas pupilas oblongas
Quais as da serpente, quando se arrufa.

Ela era fina e escorregadia,
Não se dava conta de sua alma vadia...
Ela era tão fina, e no entanto, demente,
Fruto apodrecido da mais vil semente.

Ela era fina, mas se abria a boca,
O ar se cobria de odor nauseabundo:
Da sua malícia e maldade, brotavam
Palavras torcidas que arranhavam o mundo.

Ela era fina, pregava moral
Discursava sempre sobre o "bem" e o "mal..."
Mas suas verdades tão fracas, tão frágeis,
Não sobreviviam a um outro arrebol.

Ela era tão fina, que enganava a muitos...
Apontava o dedo com a unha suja
Do que há segundos, ela retirara
De um local escuro, fétido e profundo...






segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

ADEUS









Eu disse adeus abstersa,
Num gesto, deixei de olhar...
Fechei a porta entreaberta
A quem não queria entrar.

Eu disse adeus sem chorar,
Sem dramas, sem rompimentos,
Ficou pairando no ar
O fio de um sentimento.

Eu disse adeus num gemido,
De sopro quase inaudível,
Ficou perdido o sentido
De um sonho não mais plausível...

Eu disse adeus porque quis,
Pés nús sobre o frio chão
Do solo tão duro e gris
Da minha desilusão!

Eu disse adeus sem lamentos,
Parti sem voltar o rosto
A quem cultivou tormentos,
A quem destilou desgoto.

Eu disse adeus em silêncio,
Lamentando a indiferença...
Meus passos soaram tensos
Nas lajes da mal-querença. 

Eu disse adeus, e é tudo
O que eu podia dizer...
E quem permaneceu mudo,
Não há de me ver morrer.




Coisas que às Vezes Acontecem aos Sábados







Antes da pequena reunião, é preciso arrumar tudo para que fique aconchegante e os convidados se sintam bem-vindos. 

Colocamos as luzes coloridas em volta da lareira. Colho um ramo de Hortênsias no jardim e enfeito a mesa. Disponho os pratos que ganhei de presente de casamento, há vinte e cinco anos, e escolho os melhores copos. Selecionamos as músicas no pendrive. Um incenso para perfumar tudo.

Sobre a mesinha da sala, as pastinhas - de gorgonzola e de azeitonas com queijo, as torradinhas, o queijo, o vinho. Abajures acesos. Encomendamos a pizza. Para sobremesa, um panetone maravilhoso, paglia italiana (trazida pelos convidados) e sorvete.

Pouco antes da chegada dos convidados, acendo as velas que estão na varanda e sobre a lareira. Lá fora, a chuva deixa o interior da casa mais acolhedor. A árvore de natal pisca suas luzes azuis perto da porta de entrada.

A campainha toca. Recebemos nossos convidados e as conversas se estendem entre taças de vinho e comidinhas. Horas agradáveis e despretensiosas. 

Mais tarde, quando eles vão embora, recolhemos e guardamos as comidinhas que sobraram,  lavamos, secamos e guardamos a louça e nos sentamos nas poltronas da sala, de mãos dadas, o aparelho de som bem baixinho, desfrutando da paz que nos rodeia. E as lembranças vão brotando, tecendo conversas e considerações sobre acontecimentos passados, planos futuros, e o presente... comentamos as músicas que estão tocando. Cansados, tranquilos e felizes. Fazemos uma breve recapitulação de tudo o que alcançamos este ano, e também tecemos alguns esboços daquilo que pretendemos para o ano vindouro.

O sono torna-se cada vez mais presente e palpável. Desligamos o som, apagamos as luzes do interior da casa e vamos dormir. A chuva continua caindo lá fora, o barulhinho no telhado logo nos conduz a uma noite de sono tranquila e reconfortante.

A casa finalmente fecha seus olhos.




OUVIDO EM UM FILME






"Aquilo que você não sabe, não te fere.





Te mata."





O VESTIDO - PRESENTE DE NANCY


quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Lá, Onde eu Sou Poeta








Existe uma terra longe,
Lá, onde eu sou poeta,
Onde Bocage é asceta
E Pessoa se esconde
Por trás de seus codinomes.

Shakespeare está perdido,
Entre os sapos de Bandeira,
E Florbela não é triste:
Ri da dor que ainda insite,
Canta e dança a noite inteira!

Lá, onde eu sou poeta,
Augusto não é dos anjos,
Mas amigo de Neruda.
Quer beijar a boca muda
De Cecília, que segura
Pelo braço, seu marido
Mal comido e mal roupido.

Existe uma terra estranha,
Surreal, onde eles andam
Procurando suas memórias,
Esquecidos de suas glórias
Os poetas, já morridos
E os ainda não nascidos.

Lá, onde eu quero estar,
Nossas letras se confundem,
Somos alvos de mil setas,
Somos grandes e pequenos,
Entre amargos e amenos
-Mas somos todos poetas.





Parceiros

EU SÓ TENHO UMA FLOR

  Eu Só Tenho Uma Flor   Neste exato momento, Eu só tenho uma flor. Nada existe no mundo que seja meu. Nada é urgente. Não há ra...