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quarta-feira, 5 de março de 2014

De Madrugada - A Casa Dorme




Silêncio; a casa dorme.

As cortinas fechadas não se agitam. Não entra vento pela fresta da janela. Portas não rangem - e se rangirem, melhor verificar. Pessoas não circulam, e os corredores vazios dão passagem a outros tipos de criaturas. A TV permanece calada, e não há música tocando. O cãozinho dorme à porta da varanda, feliz em seu colchãozinho. Não há pássaros se alimentando nos comedouros, nem colibris bebendo a água doce.

A casa adormecida é quase como uma pessoa morta; só que ela, a casa, respira ainda devagar, bem baixinho... guarda o sono daqueles que dormem entre as suas paredes (os sonhos, estes saem pelas janelas fechadas, passando pelas vidraças quais fantasmas, e vão despertar em outros mundos).

Melhor respeitar o sono de uma casa, ou na manhã seguinte ela estará quase elétrica, de tão irritada, e as pessoas sentirão nelas mesmas a sua irritação. As luzes vão piscar quando a gente passar sob elas, e as portas vão bater devido a algum vento zangado que as empurrou. A comida vai queimar no fogo, mesmo que a gente só tenha saído de perto do fogão um instantinho só... o computador vai travar, e a máquina de lavar roupas vai deixar manchas sobre os tecidos.

Melhor não fazer barulho; se for levantar-se para uma xícara de chá, respeite o direito do relógio de tiquetaquear e deixe que o seu som seja o único a quebrar o silêncio da casa que dorme. Pois uma casa adormecida, quando despertada assim, de repente, sem sutilezas, pode vingar-se durante o dia.

Espere que o sol nasça; deixe que a luz do dia chegue, e desperte a casa adormecida bem devagar...



VOU LEVANDO




Olha, eu vou levando a vida
Enquanto ela for me levando,
Pelo tardio das horas
Que o relógio vai marcando,
A tarde já vem morrendo
E as cores, desbotando...
E eu vou levando a vida
Enquanto ela for me levando...

Água seca no açude,
E caminhos vão se marcando
No chão batido das trilhas
Conforme eu vou caminhando...
É tarde para voltar,
A vida é mais que a metade,
E sempre a me acompanhar
Segue, de longe, a saudade...

E eu vou levando a vida
Enquanto ela for me levando,
Os dedos abrem feridas
Que estavam cicatrizando
Mas não doem; são dormentes
De tanto que se acostuma
Aos mesmos filmes passando
Sem haver mudança alguma!

E assim, eu levo a vida
Enquanto ela for me levando...
Passam dias, meses, anos,
E com eles, vou passando...
E um dia, eu sei que findo
Mas sem qualquer desencanto
Pois a vida sempre colhe
O que ela vai plantando...


terça-feira, 4 de março de 2014

Eu Crio Estradas





Eu crio estradas asfaltadas com palavras,
(Em cada curva, alguém me olha)
Estradas por onde ninguém passa,
Pois não são caminhos ao futuro,
Não são rotas seguras,
Não foram criadas para levar,
Mas para trazer de volta.

Eu crio estradas que ninguém jamais entende,
Pois não surgiram para serem compreendidas,
São as estradas da minha vida,
E nessas estradas, não ponho placas.

Eu crio estradas que jamais levam adiante,
Estradas que não tem começo ou fim,
Constantemente bifurcadas,
Cheias de encruzilhadas...
-Não são destinos,
Não são nada...

E eu,
Fico sempre à beira dessas estradas
Que em minha mente se criam,
Olhando as coisas e os espectros
Que por ela caminham,
Mas nunca me olham.
Aceno para eles,
E às vezes,
Eles deixam cair uma flor murcha
Que eu recolho, e levo às narinas.


                                     

segunda-feira, 3 de março de 2014

Sobre Conselhos





Os piores conselhos são sempre aqueles que não foram solicitados. 

Geralmente, pessoas supostamente bem intencionadas nos chegam com conselhos que não pedimos sobre assuntos que não lhes dizem respeito. Apontam-nos ao público e acham-se no direito de expor nossos problemas e opinar sobre nossas vidas e nosso caráter, colocando-se em um ponto acima de nós, exaltando assim seu ego inflado ao comentar sobre o nosso. 

Ninguém sabe tudo. Somente quem está passando por certa situação, somente a alma que está sob a carne açoitada, e que sente a dor do chicote a queimar-lhe, é quem realmente sabe aonde lhe aperta o calo.

É muito fácil dar conselhos: basta que eu coloque o problema de outra pessoa sob o meu próprio ponto de vista (acreditando assim que eu sou a dona da verdade universal) e diga o que eu faria se estivesse no lugar dela; mas o problema, é que eu não estou! Não sei dos motivos que levam alguém a agir como age. Não tenho o histórico de vida daquela pessoa, não conheço seus relacionamentos e nem sei, ao certo, pelo quê ela está realmente passando. Portanto, um bom conselho quanto aos conselhos: Dê-os quando solicitados - mas mesmo assim, pense bem antes.

A maioria das pessoas que gostam de colocar-se em um pedestal, expor problemas alheios e dar conselhos em público de forma generalizada, vulgarizando a dor do outro, tem o ego maior do que o daqueles a quem aconselha, pois sofre de um mal muito grave e comum nos dias de hoje: o orgulho espiritual. Se a sua intenção fosse realmente a de aconselhar e ajudar o outro com seu problema, servindo de auxílio para que ele veja as coisas com mais clareza e consiga libertar-se, aconselhá-lo ia de maneira privada, e não em público.




Sobre a Mesa da Festa de Casamento

































domingo, 2 de março de 2014

O Tempo e as Estrelas










Trecho do livro "Clarividência", por C.W Leadbeater


"Mesmo que amanhã uma catástrofe qualquer fizesse em pedaços a estrela polar, nós ainda a veríamos brilhando tranquilamente nos céus; os nossos filhos chegariam ao princípio da velhice, e teriam já filhos crescidos, antes que houvesse chegado a qualquer visão terrestre a notícia dessa catástrofe tremenda. Da mesma maneira, há estrelas tão afastadas que a luz leva milhares de anos a chegar de elas até nós, e com respeito à condição delas, a nossa informação sofre, portanto, um atraso de uns milhares de anos."

LORDOSES




Curam-se a dor das lordoses,
As feridas purulentas,
Encontra-se alívio
Para as escolioses.

Curam-se as dores de dente,
As verminoses,
Viroses e escaras,

Mas não cura, não há,
Para a tara dos Lordes!

Curam-se as mentes insanas,
Aplicam-se ataduras
Sobre as sarcoses,

Curam-se as gripes e pestes,
E lavam-se as vestes
Que cobrem fraturas.

Mas não há cura, meu Deus,
Não há cura
Para a tara dos Lordes!







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EU SÓ TENHO UMA FLOR

  Eu Só Tenho Uma Flor   Neste exato momento, Eu só tenho uma flor. Nada existe no mundo que seja meu. Nada é urgente. Não há ra...