witch lady

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segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

BICHOS




















Paradoxo




Deslizamos pelo éter
De uma antiga galáxia incompreensível.

Somos seres tão estranhos!...

A nossa missão é sonhar,
Mas nem todo sonho é missão...

Vagamos sempre hesitantes
Entre desejos e vontades
(Mas poucos nos são concedidos).

E entre o não e o talvez
Ficam os sonhos, perdidos...



sábado, 8 de fevereiro de 2014

O Segundo Adeus






Há um adeus após o adeus.

O primeiro adeus descansa
Em algum espaço
Entre o agora e o depois,
Lá, onde chega a saudade
Que é logo recolhida
Entre carinhosas mãos.

O segundo adeus
É o caminho de volta,
O continuar - separados -
Sem o aperto na garganta,
Em algum lugar
Que a saudade já não alcança.

É preciso ter coragem
Para o segundo adeus.




quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

A Passagem do Tempo Sobre as Coisas





Adoro uma coisa nova. Aquele cheirinho que tem nas roupas novas, que vem daquelas lojas perfumadas com aromatizantes... cheiro de sapato novo de couro, de parede recém pintada, rosa recém aberta, madeira nova... adoro o cheiro que vem das caixas dos aparelhos eletrodomésticos novinhos em folha, e cheiro de carro novo.

Mas existe uma magia típica das coisas velhinhas, que já sentem a passagem do tempo... elas tem uma história para contar; testemunharam muitos acontecimentos. Sobreviveram a muitas pessoas que já se foram há tempos.

Aquele reboco que cai da parede envelhecida, um vasinho de planta lascado, a calçada com musgo nos cantinhos, uma joia de família. Não gosto de adquirir objetos usados sem saber a quem eles pertenceram, mas adoro quando alguma coisa de família vai passando de geração em geração; uma peça de mobília, por exemplo, ou aquela colchinha de retalhos que foi da tia-avó de alguém. Um paninho de crochê, uma poltrona velha e um pouco gasta, um quadro, um livro...

As coisas velhas trazem em si a energia das pessoas a quem elas pertenceram, por isso, devemos ser cuidadosos ao adquiri-las. Dizem que ao comprar coisas em antiquários ou sebos ( o que não tenho por hábito), é aconselhável lavá-las com água e sal - se não for possível lavar, pelo menos passar um pano umedecido nesta mistura - e depois, deixá-las ao sol durante algum tempo, a fim de 'desmagnetizá-las.' Por isso, apesar de adorar as coisas velhinhas, prefiro só adquiri-las se conhecer a procedência.

Não sou do tipo de pessoa que tende a acumular objetos; mas existem alguns que gosto de guardar, como por exemplo, meus discos de vinil.

A passagem do tempo sobre as coisas deixa marcas indeléveis. Tenho uma mesa na adega cujos pés tem as marcas dos dentes do Aleph quando ele ainda era um filhote. Mesmo quando ele for embora, algo que ele fez estará sempre ali. Jamais vou me desfazer daquela mesa.

Apesar da era digital, as fotos que revemos ao reunir a família, são as velhas fotografias de papel, algumas ainda em preto-e-branco. 




Zé Ramalho




Chão de Giz


Eu desço dessa solidão
Espalho coisas sobre um chão de giz
Há, meros devaneios tolos a me torturar
Fotografias recortadas em jornais de folhas, amiúde...
Eu vou te jogar num pano de guardar confetes
Eu vou te jogar num pano de guardar confetes

Disparo balas de canhão
É inútil pois existe um grão-vizir
Há tantas violetas velhas sem um colibri
Queria usar, quem sabe, uma camisa de força ou de
vênus
Mas não vou gozar de nós apenas um cigarro
Nem vou lhe beijar, gastando assim o meu batom

Agora pego um caminhão, na lona vou a nocaute outra
vez
Pra sempre fui acorrentado no seu calcanhar
Meus vinte anos de boy, that's over baby! Freud
explica
Não vou me sujar fumando apenas um cigarro
Nem vou lhe beijar gastando assim o meu batom
Quanto ao pano dos confetes, já passou meu carnaval
E isso explica por que o sexo é assunto popular.

No mais
Estou indo embora
No mais
Estou indo embora
No mais...




Garoto de Aluguel

Baby !
Dê-me seu dinheiro que eu quero viver
Dê-me seu relógio que eu quero saber
Quanto tempo falta para lhe esquecer
Quanto vale um homem para amar você
Minha profissão é suja e vulgar
Quero pagamento para me deitar
Junto com você estrangular meu riso
Dê-me seu amor que dele não preciso

Baby !
Nossa relação acaba-se assim
Como um caramelo que chegasse ao fim
Na boca vermelha de uma dama louca
Pague meu dinheiro e vista sua roupa
Deixe a porta aberta quando for saindo
Você vai chorando e eu fico sorrindo
Conte pras amigas que tudo foi mal
Nada aumenta a culpa de um marginal

Baby !
Nossa relação acaba-se assim
Como um caramelo que chegasse ao fim
Na boca vermelha de uma dama louca
Pague meu dinheiro e vista sua roupa
Deixe a porta aberta quando for saindo
Você vai chorando e eu fico sorrindo
Conte pras amigas que tudo foi mal
Nada aumenta a culpa de um marginal





Admirável Gado Novo

Vocês que fazem parte dessa massa
Que passa nos projetos do futuro
É duro tanto ter que caminhar
E dar muito mais do que receber
E ter que demonstrar sua coragem
À margem do que possa parecer
E ver que toda essa engrenagem
Já sente a ferrugem lhe comer
Êh, oô, vida de gado
Povo marcado
Êh, povo feliz!

Lá fora faz um tempo confortável
A vigilância cuida do normal
Os automóveis ouvem a notícia
Os homens a publicam no jornal
E correm através da madrugada
A única velhice que chegou
Demoram-se na beira da estrada
E passam a contar o que sobrou!
Êh, oô, vida de gado
Povo marcado
Êh, povo feliz!

O povo foge da ignorância
Apesar de viver tão perto dela
E sonham com melhores tempos idos
Contemplam esta vida numa cela
Esperam nova possibilidade
De verem esse mundo se acabar
A arca de Noé, o dirigível,
Não voam, nem se pode flutuar
Êh, oô, vida de gado
Povo marcado
Êh, povo feliz!





Um Futuro Sem Memórias





Histórias gravadas na pedra, papiros, pergaminhos, livros de papel... antes, tudo era registrado usando estes materiais, e acho que se não fosse por isso, nós não saberíamos tantas coisas sobre o passado quanto sabemos. Mas hoje, tudo é armazenado em nuvens que a qualquer momento, podem ser sopradas por algum vento virtual e desaparecer do céu; fotos, textos e reportagens são postadas em blogs e sites que podem sumir mais rapidamente do que piscamos os nossos olhos. Pendrives (já tive várias músicas e textos perdidos devido a pendrives defeituosos) e midias guardam nossas lembranças e memórias de família - que antigamente, ficavam em álbuns de papel.

E tudo pode sumir, desaparecer devido a uma simples pane na eletricidade ou na internet. De repente, um hacker pode invadir nossos espaços virtuais, apagando o conteúdo de toda uma vida, a obra de muitos anos. Sem falar na mais nova modalidade de sequestro - o sequestro de dados. Um cracker entra nos computadores de grandes empresas, e literalmente, sequestra todos os dados das mesmas, exigindo resgate para que volte a liberá-los. 

Pendrives são tão frágeis! Um amigo me contou que perdeu quase todas as fotos de viagens que ele registrou desde 2006! E olha que ele viaja muito... eu mesma, ao formatar meu computador de forma descuidada, acabei perdendo várias fotos e aulas que eu tinha preparado.

E se, num futuro distante,  houver uma hecatombe? O que sobrará da nossa história para aqueles que encontrarem nossas ruínas? haverá algum registro? Antigamente, havia as enciclopédias. Tudo o que alguém poderia desejar saber, estava armazenado nelas. Recentemente, a Enciclopédia Britânica anunciou que, pela primeira vez desde que começou a ser publicada em 1768, deixará de imprimir suas publicações. Achei um pouco assustador.

Vivemos em um mundo frágil. Nossa história recente transita por aí em nuvens virtuais, sites, blogs, leitores virtuais, pendrives, CDs e DVDs. Aos poucos, vamos entrando na era da informação flutuante. Mas... e se ela afundar?


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EU SÓ TENHO UMA FLOR

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