Passarinho pousado no muro da casa
Carrega no bico a intenção do ninho.
Borboleta azul de grandiosas asas
Recém libertada da dor do casulo.
Cai a chuva formando poças d’água,
Que refletem um céu que é só de promessas.
Um cão abandonado no meio da praça
Com um galho de árvore ele faz sua festa.
Passarinho não sabe se os ovos chocarão,
Borboletas não sabem para onde vão.
A chuva e a poça sequer se conhecem,
O cão com seu galho se esquece da fome.
Com caneta e papel, lá vem o tal homem,
Cismando, arrotando sua filosofia...
E é ele o que menos tem sabedoria
Mas crê na mentira que ele mesmo cria.