Vasculho o entulho
Desse meu silêncio
Em busca de algo
Que eu tenha a dizer,
Uma inspiração,
Palavra parida
Do ventre da vida.
O vento fustiga,
Espalha os sentidos
Por sobre a calçada mal varrida,
Letras se confundem,
Se espalham, se afastam
Das frases não ditas.
Acho que me perco,
Penso que encontro
Um assento no olho
De um furacão.
Sou palha queimada,
Sou folha voando,
Eu sou o restolho
Após a colheita
Da desilusão.