Desceu transparente nas gotas de chuva.
Seu som, o silêncio.
Um sopro no ar, um beijo de vento.
Algo que nasceu entre os lábios
E na mesma hora, voltou-se para dentro.
Esteve parada entre o lápis e os dedos,
Olhando para a folha, morrendo de medo.
No arco do braço foi redesenhada
Porém, ninguém percebeu seu intento.
Sentada no alpendre, viu o sol se por,
Teve finalmente, um breve vislumbre
Do que poderia ter sido o amor...
Mas dentro do peito, ela adormeceu.
Só pôde ser ouvida por quem a enxergou
Na menina dos olhos, nos riscos da íris
Daquela que se calou.