quinta-feira, 11 de maio de 2017
THAT'S WHY
I know
That she knows
That I know
What I know.
That's why
She's scared
Almost losing
Control:
She knows
That I know
That she knows
That I know
What I know.
quarta-feira, 10 de maio de 2017
O Sonso
Todo mundo, pelo menos uma vez na vida, já
deparou com o sonso. Ele é aquele que sempre fica bem na foto, pois está sempre
sorrindo, e tem um olhar bondoso e aparentemente sincero. Costuma falar baixo e
não dizer diretamente o que pensa, preferindo expressar-se de forma mais
dissimulada.
O sonso tem a habilidade de comer pelas
beiradas. Rodeia o prato devagar, fingindo não sentir a voracidade que o
aflige, e de repente, dá uma mordidinha. Geralmente, é uma mordidinha inocente,
arranca só um pedacinho que não vai fazer muita falta; talvez, ninguém note. Mas
ele não para por aí, pois a fome do sonso é insaciável. Logo depois, ele dá
outra mordidinha, e mais outra, e mais outra. Quando
a gente percebe, o sonso já chegou no recheio do sanduíche, e não deixou nada
para ninguém.
Uma das maiores habilidades do sonso, é a
manipulação. Ele conta uma história pela metade, só até o ponto no qual ele
sabe que receberá a aprovação dos seus ouvintes. O resto, ele prefere omitir. Ou
então ele conta o restante da história apenas quando ele percebe que o seu ouvinte
já caiu na sua teia, que ele armou com todo cuidado entre os arbustos para
ninguém perceber. Gosta de contemplar o olhar perplexo e constrangido de sua vítima. O sonso é como uma aranha, que estende sua teia invisível
esperando que um besourinho incauto fique preso nela. Depois, ele se aproxima e
se alimenta dele.
O sonso gosta de todo mundo. Pelo menos,
aparentemente. Morre de medo de entrar em conflitos, mas adora quando vê o
circo pegar fogo. Especialmente se o incendiário foi ele. Ele se senta no alto,
em uma posição confortável de onde ele possa ver todo o prédio em chamas, e
quando alguém passa, balança a cabeça tristemente e comenta: “Que pena!”
Quando o sonso quer uma coisa, ele tenta
obtê-la e não desiste. Porque o sonso é invejoso. E ele não tem pressa. A fim
de conseguir o que quer, está disposto a esperar muitos anos. Ele muda de
casaca e desiste de suas convicções, sejam elas quais forem, adotando novas
crenças e defendendo novas causas se isso lhe trouxer algum benefício pessoal. Porque
no fundo, as causas dos sonsos são apenas uma maneira de atingir metas
pessoais. Podem ser Flamengo hoje, se o chefe for Flamengo, ou Fluminense
amanhã, se o chefe mudar de time.
O sonso pensa no futuro!
O sonso não gosta muito de emitir suas
opiniões, justamente porque sabe que elas precisam ser voláteis. Temem dizer alguma
coisa que possa prejudicá-los, ou aos seus interesses, caso as coisas mudem no
futuro. Lembram-se daquele antigo programa de humor, que em um dos quadros falava da relação entre um funcionário e seu
chefe? Toda vez que o chefe pedia uma opinião, o sonso retrucava: “O que o
senhor acha?” Daí, logo após o chefe expressar seu pensamento, o sonso repetia:
“Tirou daqui!”, apontando para a própria cabeça. Desta forma, o sonso estava
sempre de bem com o chefe.
E é assim que o sonso cai nas graças de todo mundo:
sendo cordato, bonzinho, discreto... dissimulado.
O sonso sempre carrega uma caixinha de fósforos
no bolso. E quando o circo pega fogo, ele culpa o palhaço.
terça-feira, 9 de maio de 2017
Dia Chegará
Dia chegará
Em que não haverá mais nada a se dizer.
Recolherei minhas folhas
(As secas e as de papel)
E partirei para o alto de alguma montanha,
Quem sabe, sentando-me em posição de lótus,
Pronta para fechar os olhos
E morrer.
HYGGE
Hygge (pronuncia-se huga) é uma palavra dinamarquesa que não tem tradução na nossa língua. Ela pode significar um estilo de vida no qual as pessoas são respeitadas, pois há boas condições de vida e de saúde, e também consciência política, tanto do povo quanto dos políticos, o que implica solidariedade e compreensão aos demais. Todos sabemos que a Dinamarca é um dos países com melhores índices de desenvolvimento no mundo todo, onde as pessoas são mais felizes e têm condições de vida excelentes; tudo isso simboliza o estilo Hygge de viver.
Segundo Mikkel Larsen, de 42 anos, do departamento de comunicação da embaixada da Dinamarca em Madrid, à Verne, “É difícil encontrar uma palavra; seria uma entre bem-estar, estar numa situação em que te sentes confortável, relaxado e livre”
Pelo que encontrei em vários sites sobre o assunto, Hygge é um conceito que inclui também o despojamento do Wabi-sabi chinês, que passa pela aceitação da transitoriedade de tudo o que existe, valorizando as coisas antigas e até mesmo, defeituosas ou quebradas. Segundo a Wikipedia, Wabi-sabi “Refere-se ao viver uma vida comum com o despojamento, com a insuficiência ou com a imperfeição, e está relacionado às doutrinas de desapego do Zen budismo. Estes conceitos estão representados na produção artística através do rústico, do imperfeito, do monocromático e do aspecto natural. Através de wabi e sabi é possível o alcance do vazio da mente que traz tranquilidade. wabi significa "quietude" e sabi "simplicidade", e expressam-se através da querença que os japoneses possuem por simplicidade e subtileza.”
Comparando os dois – Hygge e Wabi-sabi – consegui encontrar pontos em comum, pois ambos primam pela simplicidade e a solidariedade, valorizando coisas simples como a vivência caseira e acolhedora, as reuniões entre amigos em volta da lareira, as conversas amenas ou um churrasco para poucas pessoas.
Algumas coisas que são consideradas Higgye, de acordo com o livro “The Little Book of Hygge: The Danish Way to Live Well”, de Meik Wiking:
-Luz de velas
-A lareira acesa, e seu crepitar
-Boa música, suave e agradável aos ouvidos
-Aconchego caseiro, ambientes agradáveis e simples
-almofadas, mantas, o inverno, o frio em si
-Elementos naturais na decoração (madeira, plantas, cerêmica)
-Um bom vinho
-Roupas escuras – principalmente, pretas – e cachecóis
Descobri que sou Hygge. Adoro o frio, adoro luz de velas e iluminação indireta, adoro vinhos, reuniões caseiras com poucos amigos, coisas que não são novinhas em folha, ambientes aconchegantes e simples.
O inverno está chegando. Não existe uma época melhor para sermos Hygge!
Quando a Casa Não é Nossa
Desde bem pequenos, somos ensinados pelos nossos pais a nos comportarmos diferentemente ao estarmos na casa de outra pessoa. Nunca devemos nos sentir tão à vontade na casa de outrem quanto nos sentimos na nossa - por mais que nosso anfitrião nos diga para ficarmos à vontade. Minha mãe sempre dizia coisas como:
"Não mexa em nada! Não corra, nem faça barulho. Ao sentar-se, não se esparrame no sofá e mantenha os pés afastados do assento ou da mesa de centro. Não diga palavrões. Não fale alto demais. Ao comer, seja educada, e não se sirva de porções grandes. Não interrompa a conversa dos adultos. Diga sempre 'com licença', 'obrigada' e 'por favor.' Não coloque copos molhados sobre mesas de madeira; use o porta-copos." E várias outras recomendações.
Mas ao crescermos, nós às vezes nos esquecemos destes detalhes. Não é nada agradável ter uma visita que não sabe se comportar, e que ao sair, deixa aqueles enormes torrões de terra sobre o piso ou o tapete da sala, marcas de copos pela mesa, louças espalhadas nos lugares mais estranhos (por exemplo: atrás do sofá, no chão, sobre a estante da sala) papel de bala no piso, e pior de todas as coisas, cheiro de cigarro e guimbas pela casa toda! É terrível, ao usarmos o banheiro de nossa casa - sendo não fumantes - descobrirmos que alguém o usou para fumar. As toalhas fedem à fumaça, e às vezes, há cinzas e guimbas dentro da lixeira, o que faz com que o cheiro permaneça.
Quando se tem crianças, as recomendações devem ser parecidas com aquelas que minha mãe me fazia; se elas forem pequenas demais para compreender, é melhor que haja um adulto tomando conta e controlando o acesso do pimpolho aos objetos quebráveis e às escadas ou outros locais perigosos. Não é nada sensato ou gentil deixar a segurança da criança à cargo do anfitrião.
Certa vez, recebi alguém que tinha um menininho; bem, tenho escadas em casa, e o menino ainda era bem pequeno. A casa ainda estava nos acabamentos finais, e as escadas estavam ainda sem o corrimão. A todo momento, eu era obrigada a sair a procura do pimpolho, que cismava em subir as escadas, cujos degraus eram ainda altos demais para ele, correndo o risco de se machucar seriamente; a mãe? Não estava nem aí... Também tive que remover alguns objetos da mesa de centro para que ele não os quebrasse.
Em outra ocasião, enquanto eu lidava com bandejas e comes e bebes, cheguei à sala de jantar e deparei com a gaveta da cristaleira aberta e meus panos de copa, limpos e passados, espalhados do lado de fora enquanto a criança brincava de pisoteá-los e usá-los para limpar o chão. A mãe? Nem aí...
Lembro-me de uma vez em que surpreendi um rapaz, que tinha sido contratado para prestar um serviço, à porta da minha geladeira servindo-se de um copo de suco. Ele não tinha me pedido licença, e nós não tínhamos nenhuma intimidade. Eu parei e fiquei olhando, a boca aberta, sem saber o que dizer diante de tanta falta de educação, até que me controlei e finalmente pedi a ele que quando quisesse beber alguma coisa, pedisse antes. Arrematei explicando que eu não gostava que abrissem minha geladeira sem a minha permissão.
Também acho que deveria haver um cartaz de "proibido", dirigido às visitas, à porta do quarto de bebês recém-nascidos:
-Proibido pegar no colo sem a autorização da mãe.
-Proibido ficar horas e horas prolongando a visita. (Mães de recém-nascidos dormem muito pouco à noite, e precisam descansar)
-Proibido falar alto.
-Proibido tossir ou espirrar, ou chegar perto do bebê se estiver gripado.
-Proibido sacudir a criança.
-Proibido tocar no bebê sem lavar bem as mãos.
-Proibido falar em cima do rosto da criança.
-Proibido tocá-lo se você estiver cheirando a cigarro.
-Proibido perguntar "E quando você vai dar um irmãozinho para ele?"
E acima de tudo:
-PROIBIDO BEIJAR!!!
A casa dos outros não é a nossa casa. Acho que compreender este conceito e levá-lo ao pé da letra pode significar amizades mais duradouras e reuniões mais agradáveis.
segunda-feira, 8 de maio de 2017
Dos Sentimentos
A dor que dói em mim
Dói sempre bem antes
De doer em você.
Arranho meus braços,
Subo pelas paredes,
Perco a compostura,
Choro até morrer.
Enquanto isso,
Tu me observas, tranquilo,
O lenço pronto
Para me estender...
E quando eu me calo,
A tua dor, finalmente,
Começa a doer.
Dor atrasada,
Amplificada,
Que mais demora a morrer.
Mas lá estou eu,
Com o mesmo lenço
Lavado e perfumado,
A te oferecer.
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