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quinta-feira, 24 de abril de 2014

Rebrota o Gramado...






Após um longo período de seca - durante o qual vi meu gramado mirrar, criando grandes espaços de terra seca entre o verde - chegou a chuva. Confesso que houve momentos durante os quais pensei que ele jamais fosse recuperar-se!

Mas hoje, olho lá para fora e vejo que os pedaços escuros estão quase todos preenchidos, e que os verdes adquiriram um tom mais vivo. Chegou a chuva, rebrotou o meu gramado. Até as roseiras parecem ter adquirido uma nova força!

Estive pensando que nós somos assim também: temos nossos momentos de seca e desânimo, quando tudo na vida parece estagnar-se e, ao olharmos o horizonte, só enxergamos uma nuvem de poeira seca. Toda a esperança e fé na vida se vão, e achamos que nunca mais conseguiremos nos recuperar. Mas todo período de seca é entremeado por períodos de chuva, que trazem de volta a vida e a vontade de viver; basta esperar. Ter paciência.


Rochas e Árvores- A Importância de Viver




Do livro "A Importância de Viver", de Lin Yutang


"Não sei que vamos fazer agora. Estamos construindo casas quadradas, todas em fila, e temos ruas retas e sem árvores. Não há mais ruas tortas, nem casas velhas, nem poços nos jardins, e o raro jardim particular que acaso se vê nas cidades não passa de uma caricatura. Chegamos a separar a natureza de nossas vidas, e vivemos em casas sem telhados, pois o telhado é o que há de mais descuidado num edifício moderno, que é deixado de qualquer modo depois de preenchidos os requisitos utilitários, visto que o empreiteiro da construção já está cansado e com pressa de terminar seu trabalho. O edifício comum parece uma pilha de cubos de madeira construída por um menino displicente ou caprichoso que se cansa do brinquedo antes de havê-lo terminado, e deixa sua pilha sem concluir, sem coroar. O espírito da natureza abandonou o moderno homem civilizado, e parece que procuramos civilizar também as próprias árvores. Se acaso nos lembramos de colocá-las em uma avenida, costumamos numerá-las em série, desinfetá-las, cortá-las e podá-las para que assumam uma forma que os humanos considerem suficientemente bela."

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"Existe, pois o grande problema de recuperar a natureza e trazê-la de novo ao lar. É um problema exasperante. Que pode fazer alguém com o mais artístico dos temperamentos, quando vive em um apartamento , longe da terra? Como vai alguém ter um campo de relva, ou um poço, ou bosquezinho de bambus, mesmo que seja suficientemente rico para alugar um apartamento com terraço? Tudo está mal, absoluta e irrecuperavelmente mal. Que resta admirar, salvo os arranha-céus e fileiras de janelas iluminadas à noite? Ao contemplar estes arranha-céus e essas janelas iluminadas, todos se envaidecem com o poder da civilização humana, e se esquecem que mesquinhas criaturas são os seres humanos. Vejo-me forçado, pois, a abandonar o problema, porque desespero de encontrar-lhe a solução."
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"Quanto ao gosto pelas árvores, mais fácil de compreender é, está visto, universal. As casas sem árvores em redor estão nuas, como homens e mulheres sem roupas. A diferença entre as árvores e as casas está em que as casas são construídas, mas as árvores crescem, e tudo o que cresce é sempre mais belo que o que se constrói."

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"Digo que o espetáculo dos pinheiros é mais significativo artisticamente, porque representa silêncio, majestade e desprendimento da vida, coisas tão semelhantes à maneira de ser do solitário. Esse espetáculo é similar ao das rochas e ao dos velhos passeando à sombra, como seguidamente vemos nas pinturas chinesas. Quando se está debaixo de um pinheiro, tem-se ao olhá-lo a sensação de sua majestade, da sua austera velhice, da sua estranha paz e isolamento. Diz Lao-Tsé: "A natureza não fala." Nem fala o pinheiro. Ali permanece, silencioso e imperturbável; olha-nos da sua altura, pensando que viu crescerem tantas crianças e envelhecerem tantas pessoas. Como um velho sábio, compreende tudo, mas não fala. E nisso está o seu mistério e a sua grandeza."






terça-feira, 22 de abril de 2014

Vinho





Estenda a taça,
Beba do vinho
Bem encorpado
Que a vida serve
Enquanto passa!

Da uva, o doce,
Noutras, o amargo...
Ficam no fundo
Da mesma taça.

Algumas gotas
Bem perfumadas,
Sangue travoso,
Manchas de borra...

A vida serve
No mesmo copo
Todos os vinhos
-E esta é a graça!

Bebê-los todos,
Aproveitá-los
Pois são da vida,
Amaros, doces,
E avinagrados...




Água






Água boa, de mina

Limpa, cristalina

Que desce, em sussurros

Por entre as pedras

Lá na mata,

Sobre o limo,

Entre as folhas,

Sob as asas...




Água cheia de vida,

Gotas cheias de luz

Que cintilam ao sol

E refletem o céu,

E se jogam

Por inteiro

Nas cascatas...




Água purificada

Onde moram Ondinas

Sereias e Iaras

E botos rosados

Peixes falantes

De corpo nacarado

Que atraem

E afogam

Meus olhares...




Água, venha pelos canos,

Saia na minha torneira,

Encha copos e cântaros,

E escorra no alpendre

De minha casa,

No telhado

De duas águas...




segunda-feira, 21 de abril de 2014

Para alegrar o Dia








Almoço Experimental




O bacalhau não deixou-me dormir na noite de sábado para domingo. De vez em quando, acordava tendo-o em meus pensamentos, nadando para lá e para cá nas minhas imagens - que à noite, são sempre mais intensas. No dia seguinte, logo de manhãzinha, teria como tarefa preparar uma bacalhoada para a família, que viria almoçar no domingo de páscoa. Nunca havia feito este prato.

Bem, mas tinha a macarronada da Josie - uma de minhas convidadas - que poderia "salvar a pátria" caso algo desse errado. Detalhe: para ela,
aquela macarronada também seria experimental.

Acordei bem cedo na manhã de domingo, e após reunir todos os ingredientes, comecei a preparar a misteriosa bacalhoada; já tinha imprimido várias receitas pela internet, mas acabei optando pela mais tradicional, as camadas de bacalhau, pimentão, azeitona, batata, tomates e bastante azeite. E fiz uma panela imensa de arroz branco. Calculei mal a quantidade, e quando vi, o arroz transbordava panela afora... até parece que não passei quase trinta anos de minha vida preparando almoços e jantares! Mas não estou acostumada a cozinhar para tanta gente.

Bem, lá pelas dez da manhã, ficou tudo pronto, e achei que tinha acordado cedo demais... daí, preparei uma salada para servir de entrada. E por que não, um bolo de carne? Afinal, meu sobrinho não gosta de bacalhau. Mas ainda sobrou muito tempo, e fiz uma salada de frutas para a sobremesa: "Vai que a sobremesa experimental de chocolate de minha irmã não dê certo..." Para arrematar, acabei cozinhando também uma panela de feijão para a complementar o almoço do meu sobrinho (o feijão ficou lá, intocado, pois quem é que come feijão no almoço de páscoa?). 

Resultado: deu tudo certo! O bacalhau ficou muito bom, e todo mundo comeu e repetiu (menos o meu sobrinho, que ficou com o bolo de carne, que todo mundo adorou). O macarrão experimental da Josie também fez o maior sucesso, e a sobremesa de chocolate da minha irmã foi a chave de ouro. Todo mundo comeu de tudo. Uma tarde de orgia gastronômica e pratos que não combinavam entre si, mas que agradavam a todos os gostos. Minha sala de almoço parecia um bufê de restaurante à quilo.

Sobrou o pote inteiro de salada de frutas. Quem come salada de frutas quando se tem sorvete e uma sobremesa cremosa de chocolate? Ai, ai... a salada de frutas vai virar uma vitamina hoje. 

A Josie ainda levou macarrão de volta para casa, e minha irmã Dal, um pote de arroz cheinho. Afinal, aqui em casa só tem duas pessoas, e o que faríamos com aquela comida toda? Mas o que importa, é que todo mundo se divertiu, e a Páscoa foi muito boa. Agora, é caminhar e fechar a boca para não recuperar os quilos que arduamente perdi...




sábado, 19 de abril de 2014

Feliz Páscoa





Sempre gostei mais da Páscoa do que do Natal, embora também goste muito do segundo. Mas a Páscoa parece-me uma data mais reflexiva, e também, um pouco menos comercial. A morte, a ressurreição... o erguer-se da escuridão e ascender em direção à luz. Acho o simbolismo muito bonito.

A Páscoa também me traz lindas lembranças da infância, e creio que o mesmo se dê com a maioria das pessoas. Espero que nesta Páscoa todos possamos filtrar apenas o que for bom para dentro de nossas casas. Que fiquem as lembranças alegres de quem se foi, e que a presença de quem está à nossa mesa seja desfrutada plenamente.

A todos da blogesfera, meus mais sinceros votos de uma Feliz Páscoa, inesquecível e muito farta e reflexiva.


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EU SÓ TENHO UMA FLOR

  Eu Só Tenho Uma Flor   Neste exato momento, Eu só tenho uma flor. Nada existe no mundo que seja meu. Nada é urgente. Não há ra...