Quem era aquela moça
Que ficou à janela?
Passei por ela, há alguns dias,
E quase a reconheci.
Seus olhos tinham um brilho estranho,
O sorriso discreto era feliz,
E a sua alma sozinha
Não pertencia a nenhum rebanho.
Nossos olhos se encontraram
Por um breve momento,
E pelo olhar, ela me disse
Aquilo que sobre mim mesma,
Eu já não sabia há algum tempo.
Quem era aquela moça
Que ficou à janela,
E me acenou, de repente,
Quando eu já estava longe?
Deixou cair um lenço verde
Que voou até as nuvens,
Mas secou meu desalento.
Quando eu olhei para trás
Querendo saber quem era,
Ela já tinha entrado.
E já nem sei se houvera moça
Ou se fora simplesmente
Uma miragem, criada
Por um coração quebrado.