witch lady

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sexta-feira, 3 de março de 2017

Cópia







A mente
Mentia,
Era uma cornucópia
Profunda,
Vazia.

Palavra cortada,
Folha rasgada
Pensamento
Que não refletia.

Memória estagnada,
A rosa roubada
Que não tinha
Perfume
Nem lume.

Heresia,
Apenas mania
Seu queixume.

Mirarava-se em vidro
Que não refletia,
Espelho sem aço,
Partiu-se em estilhaço
Ao fim do dia.

Não sei se foi pena;
O absurdo comove
E as coisas se movem
No fundo do fosso,

Na lama do esgôto
Que sempre surgia
Ao abrir da sua boca
Que nada dizia.

Queria ter fome,
Porém - curioso!
Matara o apetite
Que a satisfazia.

Ninguém teve culpa,
A não ser a boca
Que um dia, cuspiu
A tal profecia.






quarta-feira, 1 de março de 2017

Prosperidade






Prosperidade é dinheiro e fartura. É não ter que fazer tantas contas no final do mês, e poder desfrutar de alguns luxos, sem ter que viver contando as moedinhas. Certo.

Mas para mim, prosperidade não é só isso. Ela está bem além do conceito financeiro. 

Acho que ser próspero é estar feliz e ter saúde também. É ser capaz de lutar pelo próprio sustento, sendo independente o máximo que for possível. É poder estar sozinho sem desesperar-se, porque existem boas lembranças a serem trazidas à tona e também alguns planos e sonhos a se realizarem. E é claro, um bom livro para exercitar o cérebro e a criatividade. 

Pode considerar-se próspero toda pessoa que não inveja ninguém, pois está satisfeita consigo mesma e com o que a vida lhe oferece, mesmo que ainda tenha sonhos a realizar. 

A prosperidade também descansa na GRATIDÃO - essa palavrinha tão esquecida nos dias de hoje.

Sentir-se grato é expressar sua gratidão à vida através do reconhecimento por tudo o que tem recebido, e também às pessoas que ajudaram a proporcionar estas coisas: isto é fundamental! Pessoas ingratas não desfrutam de prosperidade.

Eu posso fazer uma lista pelas coisas que eu sou grata. Por exemplo, sou grata:

-Pela minha casa
-Pelo meu marido
-Meus cães
-Meu trabalho e meus alunos
-Minha capacidade de andar, falar, enxergar, ouvir,aprender,ensinar
-Pelas árvores que cercam a minha casa
-Pelas minas que abastecem-nos com água pura e cristalina
-Pela comida que temos à mesa todos os dias
-Por cada uma das pessoas que já passaram pela minha vida, seja pela amizade que me ofereceram ou pelas lições que me deixaram
-Por trabalhar fazendo aquilo que mais gosto
-Por poder escrever.


Apesar de não ser rica - frequentemente as pessoas me perguntam se eu sou rica, como se ser rico significasse algum abono ou desabono de caráter- eu me considero uma pessoa muito próspera. E você? O que significa  prosperidade, em sua opinião? Adoraria saber.








terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Ah, eu amo Carnaval!!!








Ah, eu amo carnaval! O barulho dos carros de som estourando nossos tímpanos quando passamos na rua, o cheiro de urina nas esquinas e cantinhos da cidade, as pessoas achando que no carnaval pode tudo - e passando a mão nas mulheres ,- ligar a TV procurando por algo legal para assistir e deparar sempre com um repórter aos berros mostrando flashes do carnaval de rua em Recife / Salvador / Rio / Chapecó / Quintos dos infernos! Se eles selecionassem apenas uma cena e a colocassem no ar toda hora, ninguém notaria a diferença.

Ah, como eu amo o carnaval! Praias lotadas, engarrafamentos, arrastões, calor infernal, gente bêbada, axé tocando a todo volume, e "Vamulá galera! É issoaí! Batendo na palma da mão e rebolando até o chão (afinal de contas, carnaval também é funk)!"

E acima de tudo, os milhões de camisinhas que o governo distribui no carnaval - usando o dinheiro dos contribuintes, é claro - para que pessoas que eu nem conheço possam fornicar à vontade nas esquinas das ruas e dentro dos carros que ficam parados à porta das nossas casas. Mas tudo bem, é carnaval!

E o carro alegórico esmaga uma porção de gente, mas tudo bem, vamos tirar esse sangue e essa gente esmagada da pista porque o show tem que continuar, e enquanto isso, a platéia não arreda pé, todo mundo doido para dar entrevista na Globo e dizer o que viu, esmerando-se nos detalhes sórdidos.

Daí eu me lembro que aqui em Petrópolis não tem carnaval há alguns anos. E então, eu respiro fundo, e tenho a sensação de que eu realmente tenho sorte na vida.






Anoitecer Chuvoso















Beaming







Through the leaves, through the leaves,
Smoothly, softly,
Moved by the wind
The sun comes,
Beaming...

It combs the hair of the rain
Smoothly, softly,
And arranges them carefully
In a beautiful hair clip
Of rainbow.




segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Mi-mi-mi de Facebook








Sempre me sinto bastante desconfortável se tiver que publicar alguma coisa na página de alguém no Face, ou marcar pessoas. Só faço se for absolutamente necessário, porque não gosto que o façam comigo. Acho inconveniente. Da mesma forma, não adiciono ninguém a grupos, e se fosse fazê-lo, perguntaria antes se a pessoa estaria interessada, por uma questão de respeito à privacidade e ao gosto alheios. Não acho que todo mundo deva pensar ou agir da mesma forma que eu, mas esta é a forma como eu ajo. 

Por isso, quando em comemorações de aniversário, eu preferia curtir a publicação de alguém, deixando a minha mensagem nos comentários. Daí a pessoa me chama de oportunista por ter feito isso, alegando que eu "Me aproveitei" da postagem de feliz aniversário dela... como se a tal postagem fosse algum exemplo de arte e literatura, e eu estivesse copiando, colando e assinando em baixo.

Mas as pessoas estão muito chatas! Algumas são tão repetitivas, batendo sempre nas mesmas teclas, que fica difícil conviver. Outras, clamam odiar as redes sociais, e alegam participar delas "apenas por necessidade de informar manter-se informado" (olhem-só-o-sacrifíco-que-eu faço-pelo-bem-da-informação-e-da sociedade em geral)- como se esta fosse a única maneira. Elas odeiam as redes sociais, mas estão lá 24 horas por dia, sete dias por semana, sempre reclamando de alguma coisa. Quer gente mais chata do que essas?

Há também aquelas famosas postagens contendo textos absurdos, e no final, "Não partilhe: copie e cole." Não copio. Não colo. Não partilho. Não curto. Não comento.

Quem nunca passou por algo assim no Facebook: "Gente, estou deixando definitivamente o Facebook. Esta é minha última postagem!" Geralmente, este tipo de postagem é acompanhado de muitas carinhas chorosas e comentários do tipo: "Não faça isso, amiga/o! É inveja! Não dê importância!" E se você for checar no dia seguinte, a pessoa ainda está lá... e ficará!

Ou então: "Estou fazendo uma faxina no meu Face, e se você não quer ser deletado, curta esta postagem, copie e cole no seu perfil."   Vá lamber sabão. Vá tomar banho. Pode me deletar. Não curto. Não colo. Não copio. Não comento. Não partilho.

Outra coisa totalmente absurda, é quando compartilham reportagens falsas sobre políticos ou outras pessoas famosas, sem verificar as fontes antes (cinco minutos de Google clarearia qualquer dúvida a respeito da veracidade de uma notícia). Espalham calúnias, geram ódio e fomentam o sensacionalismo.  Este é o tipo de postagem que mais me irrita.

Há algum tempo não permito mais postagens de outras pessoas nas minhas páginas, devido aos folgados de plantão que acham que a página alheia é espaço de divulgação para suas próprias publicações, propagandas políticas, ou local onde podem colocar posts de pessoas doentes ("deixem um amém se você torce pela recuperação dele(a)"), vídeos de animais sendo maltratados e coisas de pior gosto. Mesmo assim, há os que ainda usam os espaços dos comentários nas páginas alheias - ignorando completamente a postagem da pessoa - para colocar verdadeiras reportagens contendo links para seus próprios espaços. Falta de educação e de sensibilidade sem limites! E por mais que a gente apague, eles têm a cara de pau de ir lá e postar de novo, ou então enviam-nos inbox. Estou pensando seriamente em bloquear uma pessoa por isso...

Sem contar os engraçadinhos que pedem amizade - e a gente, inocentemente, aceita - e então começam a enviar mensagens inbox (que são solenemente ignoradas, e caso haja insistência, seus perfis são bloqueados por mim) e então começam: "Olá! Como vai, gata? Tá a fim?" Não, eu não tô a fim. Sou casada, se é que você se importou em olhar no meu perfil, e tenho 51 anos. Não sou gata há pelo menos 30. 

Mas apesar de tantos pesares, ainda considero as redes sociais como algo muito positivo. Através delas, divulgo meus pobres escritos - embora não os empurre goelas abaixo em ninguém. Partilho fotos e fico sabendo o que anda rolando na família. Leio coisas interessantíssimas e fico conhecendo virtualmente pessoas interessantes. Como o mundo aqui fora, as redes sociais estão cheias de gente legal e de gente sem noção. E eu ajo com elas da mesma forma como ajo com os sem noção daqui de fora: deleto e bloqueio.












A Casa Longe de Casa






Sempre que viajamos, tentamos levar conosco um pedacinho da nossa casa e do conforto que desfrutamos nela: nossos travesseiros, um livro favorito, o pijama ou camisola velhinhos, ou até mesmo um objeto de estimação. Meu marido, por exemplo, não viaja sem levar seu próprio travesseiro. Eu não viajo sem levar meu leitor eletrônico, o Kindle. 

Quando chego na minha casa alternativa - a que ocuparei por alguns dias - tento fazer com que ela se adapte a mim. Coloco minhas roupas nos cabides, minhas toalhas nos banheiros, e procuro arranjar as coisas na cozinha de forma que ela fique funcional, mesmo que não pareça muito arrumada. Escolho as xícaras, copos, talheres e pratos que vou usar na minha estadia, deixando-os disponíveis sobre a pia e mantendo todos os outros em seus lugares. E quando vou embora, deixo tudo exatamente da mesma forma que eu encontrei, só que mais limpo.

Se minha casa temporária for um hotel, melhor ainda: não existe a preocupação com arrumação e limpeza! Acho que a única forma de realmente descansar durante uma viagem, é ficando em um hotel, mesmo que seja um lugar bem simples.

Lembro-me que uma de nossas melhores viagens, que foi para Minas Gerias em um mês frio de junho, há muitos anos, nós ficamos em uma pequena pensão em Tiradentes totalmente desprovida de qualquer luxo. O carpete era roxo, e meu marido exclamou ao entrarmos: "Nossa... eu não quero ficar aqui!"  Porém, era a época do festival de inverno, e não havia outros lugares para ficarmos. Mas nossa estadia mostrou-se bastante agradável, já que apesar de bem simples, o local era limpo e servia um café da manhã dos deuses. 

Nunca me esqueci quando, às seis da manhã, acordei com o barulho de carruagens passando sob a sacada. Abri-a, e para minha surpresa, tive a sensação de estar em um cenário do século retrasado. Sob o céu nebuloso, avistei as dezenas de ipês amarelos floridos, e a carroça do leiteiro que passava, deixando o leite junto às portas. Senti-me muito bem. Em casa. 

Na minha primeira viagem de avião, que foi para Salvador, ficamos hospedados em um hotel de luxo - o Meridien. Mal pude controlar o fôlego ao chegar à janela e deparar com a Praia Vermelha, as ondas quebrando nas pedras lá embaixo. Senti-me totalmente em casa em Salvador, e chorei muito quando tivemos que voltar. 

Não importa se é um hotel luxuoso, um lugar simples ou uma casa emprestada ou alugada: acredito que um dos  prazeres em viajar, está em ser capaz sentir-se em casa em outras casas. E tratar estes locais como se fossem, realmente, as nossas casas, respeitando-os e conservando-os, e sabendo que depois que formos embora, eles servirão de casas temporárias às outras pessoas que chegarem. 

Acho muito triste quando chego em um local e descubro que ele está quebrado, sujo e faltando objetos. Falta de consideração e de educação.





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