Ontem fomos dar uma caminhada no final da tarde, e passamos pela nossa antiga casa, hoje totalmente reformada, bem diferente do que era quando moramos lá. Pintada de um verde fortíssimo (até dói os olhos, mas gosto é gosto), ela ganhou mais um andar. Minhas roseiras foram todas removidas: a branca, a laranja, a cor-de-rosa, a rosa chá e a vermelha. A casa ficou muito boa e funcional, mas lamentei pela destruição do jardim e dos canteiros que nós cuidávamos com tanto carinho. Faltam plantas.
De repente, olhei e percebi que eles conservaram os balaustres da cerca, e imediatamente, lembrei-me do Aleph, meu cão, a cabeça enorme para fora, entre os balaustres, latindo para a rua. E foi como se todas as lembranças que estavam presas em algum lugar, de repente, desaguassem.
Revi os dias nos quais eu me deitava na rede da varanda (hoje, coberta por telhas; antes, por uma pérgula onde crescia um Bunganville cor-de-maravilha) e o Aleph deitava-se sob a rede, dormindo de roncar. Lembrei-me de mim mesma, podando as roseiras, arrancando o capim dos canteiros, limpando as grades das janelas. Recordei as noites de sábado, nas quais nós íamos para fora e nos deitávamos no chão de cimento do jardim, olhando estrelas e conversando, até a madrugada. O quintalzinho dos fundos, onde eu tomava sol.
Hoje, moro em uma casa bem melhor que aquela, mas vivi tantas coisas boas ali... impossível não sentir saudades do que foi bom! Confesso que deu um nó na garganta ao lembrar-me de tudo o que vivemos naquela casa.
É, tem horas que ninguém segura a saudade, principalmente quando coisas boas vividas no passado são lembradas, beijo de zélia freire
ResponderExcluirQuerida Ana, minha amiga: deu em mim também esse nó na garganta. Lembranças fortes e marcantes que o tempo deixou pra trás. Se me deu o nó na garganta, imagine em você, que viveu nesta casa tão acolhedora. é pra chorar, amiga! Senti toda a sua emoção. Mas temos que nos acostumar com as mudanças da vida! Parabéns pelo lindo texto. Um abraço afetuoso do Gilberto
ResponderExcluirMorei em uma chácara que guardam minhas melhores recordações, não me arrisco a passar em frente, sinto saudade de mim na casa do Caetê.
ResponderExcluirAs vezes, um só momento, um só lugar e desperta tantas lembranças! Adorei, Ana!!! Com carinho, Aninha
ResponderExcluirAs lembranças eternizam o que sentimos e vivemos.
ResponderExcluirsei exatamente o que é isso..... !!! boa noite ! olguinha
ResponderExcluirSei o que é uma saudade assim. Ah, se sei!! Abraços, Ana querida.
ResponderExcluirAh,estas lembranças que tanto nos sacodem como rede no Ceará.Bom elas inspiram né amiga.
ResponderExcluirMeu abraço de paz e luz.