Sábados à tarde. Fazia frio, e estávamos todos sentados no sofá da sala, sob os cobertores, assistindo ao seriado Os Waltons (nossa, já faz tempo...). De repente, aquela vontade de comer alguma coisa diferente. O pai ainda demoraria a chegar, trazendo o lanche da noite de sábado, então a mãe abria a geladeira - quase vazia- e olhava o que tinha: um pedaço de abóbora bem vermelha.
No armário, açúcar e cravos. Era picar a abóbora e cozinhar até desmanchar. Acrescentava-se o açúcar e os cravinhos, e o cheiro penetrava em cada fresta da casa... tarde deliciosa, comendo o doce de abóbora em frente a TV.
Hoje em dia, acrescento ainda leite de coco e coco ralado, o que dá um gostinho todo especial. Deixo a abóbora secar bem na panela após acrescentar o açúcar, mexendo sempre. Demora... dependendo da qualidade da abóbora - se tem mais ou menos água - poderá levar mais de uma hora.
E enquanto mexo, o movimento circular da colher de pau me transporta, quase em transe, para aquelas antigas tardes de sábado. Além do barulhinho do doce no fogo, escuto os passarinhos cantando lá fora, e o relógio da cozinha tiquetaqueando.
Novamente, o cheiro do doce acha espaço pela casa, enquanto o frio me olha pela vidraça, com a boca cheia d'água.
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Boa noite, Ana. Legal voltar ao tempo tão distante e relembrar como era saudosa a infância.
ResponderExcluirO doce de abóbora é uma delícia, com côco e bastante cravo nem se fala.
Não se precisa de muito para ser feliz.
Beijos na alma e fique com Deus.
Ahh que coisa mais linda esse teu piscar de olhos ao passado, trazendo até nós sabores, odores e histórias de vida.
ResponderExcluirTens um modo todo especial de contar tuas memórias, Ana! Você comove ao mesmo tempo que anima quem lê. Porque teu narrar é cinema 3D - as imagens saltam e a gente fica querendo participar, mesmo que por pouco tempo.
É o que digo: "a memória tem uma inesgotável caixa de lápis de cor" e você a usa lindamente.
*eu também amava assistir ao seriado e era apaixonada por Jonh Boy kkkkk
*Ana, passa no Escritos na Memória, tem história nova por lá. Adoraria saber sua opinião, obrigada!
bacios caríssima, amoooo doce de abóbora e fiquei com vontade tá? kkkkk
Ana, fiquei com água na boca! Como é bom lembrar as coisas da infância e adolescência. O passado vem dourado pela saudade.
ResponderExcluirOlá minha querida Ana! Estou participando de uma Tang a convite do Thiago do blog Ô TROCYN BÃO, achei muito legal, como te acho uma pessoa muito culta e que demosntra gostar de ler e escrever, estou te convidando a participar também. Não é obrigado, fique a vontade. Passe lá no meu blog, veja as minha respostas, deixe seu comentário, ficarei grata. Bjus uma linda noite.
ResponderExcluirOLÁ MINHA QUERIDA !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
ResponderExcluirIMPRESSIONANTE A CAPACIDADE DAS BOAS LEMBRANÇAS ,GRAFAR FATOS VIVIDOS É TUDO QUE EMOCIONA QUEM LER ...
BJSSSSSSSSSSSSSSS
Que belo texto, Ana! Não por acaso é um dos seus mais visitados! Memória bonito e escrita fluente sempre dão bom resultado!
ResponderExcluirMinha mãe costuma dizer que é preciso o doce adquirir uma aparência brilhante na panela antes de ser retirado. Demora mesmo!
Abraço!
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirDeliciosa crônica.
ResponderExcluirLindo e delicioso texto, adoro doce de abóbora, mas não coloco coco, faço só com açúcar e cravos, mesmo assim, bem simples, é uma delícia!
ResponderExcluirAh, fiquei aqui imaginando fazer o doce e ao mesmo tempo ouvir o canto dos passarinhos lá fora, isso sim é que é paz!
Amei!
Abraços apertados!
Que magnífica crônica, trazendo inclusive receita. Sabe que nunca comi doce de abóbora. Mas lendo sua crônica deu vontade. Qualquer dia desses vou experimentar. rsrsrsr. Bjs
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