Nossa... este título deve soar jurássico para quem é jovem hoje. Mas quando eu era bem pequena , não era muito comum as pessoas de classe média baixa terem geladeiras em casa. Quem tinha, de vez em quando ficava responsável por guardar alguma coisa para o vizinho, ou de fornecer o gelo para as festinhas.
Nossa primeira geladeira, foi uma Cônsul azul-clarinha. Acho que eu tinha uns quatro anos de idade na época, mas eu me lembro muito bem de meu pai chegando em casa e dizendo à minha mãe que comprara uma geladeira nas Casas Xavier.
Logo depois, veio também o nosso primeiro liquidificador, e chegamos à era dos sucos e sorvetes. Maçã no liquidificador era uma verdadeira delícia, e picolé de groselha com leite, uma iguaria!
Meu pai tinha muitos ciúmes das coisas que comprava, pois o fazia sempre com muitas dificuldades, às vezes, dividindo os pagamentos em 24 vezes no crediário. Quem ousasse esbarrar em sua geladeira, ouviria um sermão zangado.
Aquela geladeira azul ficou conosco mesmo depois que todos os meus irmãos mais velhos casaram-se e saíram de casa. Jamais teve qualquer tipo de problema. Hoje em dia, essas coisas tem prazo de validade curto. Quando eu me casei, ela ainda existia, mas foi desativada quando minha mãe mudou-se para a casa de minha irmã. Acho que eles a doaram a uma família carente. Mas sempre me vem à mente a imagem da cozinha de nossa casa, com a mesa de madeira no meio, as quatro cadeiras, a geladeira azul no cantinho, o janelão aberto sobre o fogão também azul. Ali, naquela cozinha, aprendi a ler e escrever.
A geladeira azul como testemunha da história de nossa família.
Bom Dia, Ana!!! Parabéns pelo texto... Lembro que no sítio, não havia dinheiro pra uma geladeira a gás... Rubem Amorese (pensador cristão que escrever em seus livros sobre os tempos modernos) escreveu sobre comprar e quando sair da loja haver uma versão mais atual do mesmo produto (na revista últimato de março e abril, se não me falha a memória). Abraços.
ResponderExcluirEssas lembranças boas ficam guardadas no nosso subconsciente e também amo lembrar esses detalhes tão lindo e bom de nossas vidas! beijos amiga
ResponderExcluir.
ResponderExcluirQue lindo comentário você
deixou pra mim, moça.
Eu gostaria muito se amanhã,
23, você deixasse um abra-
ço para este seu amigo no
Blog do Bar do Escritor.
http://bardoescritor.blogspot.com
Eu ficaria tão bobo com isso
que você nem imagina.
Um beijo do,
Palhaço Poeta
.
Que lindo texto e belas lembranças...beijos,chica
ResponderExcluirAna,engraçado como objetos acabam fazendo parte da nossa vida e acabam tendo um valor afetivo!Linda história!bjs,
ResponderExcluirQue lindo e sábio amiga poetisa.Tudo que elaboras é shwoo!!
ResponderExcluirBravo!!!!
pequena diferença
Amei...
ResponderExcluirMuito lindo,inteligenyr.
Bravo!
pequena grande diferença
É muito interessante perceber que nossa memória afetiva abriga histórias a partir dos mais variados elos de ligação. Aqui, nessa bela crônica, esse elo é representado por uma geladeira azul. Muito bom, Ana. Beijos
ResponderExcluirAcho que a primeira geladeira na minha casa também foi uma Consul, que foi commprada quando eu comecei a trabalhar porque dinheiro, era um artigo escasso. Se não me engano ela ainda veio para o Ceará na bagagem. Adoro crônicas, assim, levezinhas, an tes eu até escrevia algumas, mas, de repente, desaprendi. rss.. Abrçs.
ResponderExcluirUma grande verdade, infelizmente: houve uma época em que os produtos eram feitos para durar. Hoje, porém, são previstos para durar alguns anos apenas.
ResponderExcluirTudo em nome da santa produtividade, do santo lucro, para evitar o desemprego, para melhorar o desempenho e outros blablablás...
Aquela geladeira azul
ResponderExcluirFicou congelada no coração
Da poeta
Que guardou no seu congelador
As belas lembranças de menina
Feliz
Que o tempo não derreteu
E que o conto poético
Descongelou por um momento
Para relembrar o azul da primeira
Geladeira
Que a poeta nunca esqueceu
Como nunca esqueci a cor laranja
Da minha primeira Laranjada
Gelada derretendo
Nas minhas trêmulas mãos
E o sorriso da linda mulher
Com o olhar refrigerado
Na fotografia congelada
Olhando-me
Na propaganda do refrigerante
Naquela taberna no Cai’água
No cais em Porto Velho
As margens do Rio Madeira.
Luiz Alfredo - poeta
Ana,pude ver a menininha aprendendo a ler sentada à mesa da cozinha, diante da... geladeira! Uma delícia seu texto.
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