Aos teus olhos,
Eu me transformo naquilo que tu queres que eu seja:
Posso ser a borboleta amarela que ao teu redor voeja
Ou a mosca azul nadando no teu copo de cerveja!
Posso ser a velha rabugenta que te irrita ao limite
Ou a princesa encantada na qual tu acredites!
Se assim me enxergares, eu serei teu pesadelo toda noite,
Ou o grande sonho que tu sonhas, a tua Afrodite!
Aos teus olhos,
Posso ser a santa a quem tu oras, ou a esfinge que te devora,
Ou, quem sabe, o único vislumbre que tu tens de uma aurora!
Mas serei sempre, eternamente, para mim mesma,
Apenas eu, a cínica borboleta bêbada e trôpega
Que se embriaga toda, tropeçando na vontade
Daquilo que tu pensas que queres que eu seja!
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