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quarta-feira, 18 de abril de 2012

A MORTE DE UM POEMA







Às vezes, um poema
Morre antes de nascer
Entalado na garganta,
Sufocado em um abraço,
Preso a um coração,
Enlaçado a um sentido...

Quando morre um poema
Assim, antes de nascer,
Sua vaga alma
Vaga,
Pelas noites sem estrelas
Pelos becos sem saídas
De uma mente vagabunda...

Às vezes, um poema
Nos assombra sem piedade,
Até parece saudade,
Mas como sentir saudades
De algo que nunca foi,
Que jamais chegou a ser?

E nos pomos a tentar
Provocar-lhe um renascer,
E o poema, outra vez,
Morre no ventre do autor
Num aborto de palavras
Em grande espasmo de dor. 






3 comentários:

  1. O poema por vezes é a saudade do não vivido... beijo de zélia

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  2. Um aborto de letras que não conseguiram se juntar, virar palavra, depois virar poema. O poeta é um ser estranho mesmo, cria coisas impossíveis na cabeça, e depois sofre em agonia.

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  3. Se uma lágrima rolasse por cada verso morto no esquecimento, temo que não haveria terra nesse planeta para sustentar a água... Sninf... Mas tenho fé na re-enletração dos poemas mortos, que um dia, em uma nova mente brotam como ideia implacável, exigindo registro, e finalmente, eternos em um papél :-)

    Grande abraço

    =NuNuNO==
    (Que notou sua falta no recanto... Sumiu tudo...)

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