As palavras que calei gritam à noite
Quando vejo apenas minha escuridão
E mergulho no vermelho de meu sangue
Me afogando em minha própria solidão.
-Anjo, anjo meu, perdoa-me!
Se eu falasse, nem sequer me ouvirias,
Se me ouvisses, sei que não me entenderias.
Os olhares que neguei cegam-me à noite,
Quando tento não te ver, e tu me assombras.
Entre brumas, me estendes tuas mãos,
Mas se tento alcançá-las, te alongas.
_Anjo, anjo meu, perdoa-me!
Os olhares que ousei lançar às trevas
Me corroem, como as ondas sobre as pedras...
As risadas que não dei choram à noite,
E no acre da saliva que degusto
Elas morrem, e seus ecos repercutem
Nas paredes glaciais do quarto fusco.
Anjo, anjo meu, perdoa-me!
Os afagos que esmaguei entre meus dedos,
E os sorrisos, e os olhares, e as palavras,
Sepultei-os, sob a laje de meus medos!
Lirismo atormentado, mergulhado num rio de agonia...Belo, muito belo. Falando em rio, já alimentei seus peixinhos hoje!;)
ResponderExcluirforte, denso, visceral e belo!
ResponderExcluirmeio anjo meio gente , um clamor bastante intenso........ (entre medos quiça dos medos )..... olguinha
ResponderExcluiro texto me remete a uma mãe... bjuuu
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