Era uma festa, um baile,
Com muitos risos e brilhos
E uma orquestra que tocava
Da vida, cada estribilho.
Havia gente espalhada
Pelos salões e sobrados,
Alguns, de caras lavadas,
Outros, bem mascarados!
A valsa tocou, solene,
Convidando para a dança...
Alguns vestidos de gala,
Já outros, qual pajelança...
(Ouviam-se gargalhadas
De mulheres que dançavam
Disfarçadas como fadas
E de outras, mais astutas,
Vestidas de prostitutas).
Havia reis e rainhas
Princesas, e muitos sapos
Desejando ser beijados
À luz das velas acesas.
Sobre as mesas, partituras
De minuetos calados
Que nunca serão tocados,
Pois o que foi censurado
Desapareceu das linhas.
Havia céu e inferno,
Jardins de múltiplas flores,
Uma chuva que caía
Lavando o sangue das rinhas.
E no meio do salão
Mil casais rodopiavam!
Viviam a doce ilusão
De amar e serem amados...
Era servido à vontade
Um licor vermelho sangue
Que apagava a saudade
Deixando a memória estanque,
Mil vidas se derramavam
Mil mortes eram choradas...
E bem no meio de tudo,
Ouviam-se as gargalhadas!
Esperanças que caíam
ao chão, eram pisoteadas
Por mascarados que riam
E não eram mais que nada!
Ao final daquela festa
Vislumbrou-se tosca cena:
Ao retirarem-se as máscaras
De todos os convidados
Foi visto que mais da metade
De todos os mascarados
Nem sequer tinham os rostos
Diferentes uns dos outros!
E dos cem mil convidados
Reais, bem poucos restavam
E andavam tão perdidos
No salão esvaziado.
Está parecendo um país que eu conheço....
ResponderExcluiralém das aparências muitas vezes resta o vazio! a máscara mostra a vestimenta e não quem somos! beijos
ResponderExcluira festa do vamuvê... bjuuu
ResponderExcluir