Tenho memórias estranhas
De coisas que não vivi
casas onde não morei
Gente que não conheci.
Vejo uma sala bem cheia
Numa tarde de verão
E eu, criança, espalhando
Meus brinquedos pelo chão.
Vejo pessoas bem jovens
Dança, festa, diversão,
Uma bandeja na mesa
Jogos de cartas na mão...
Tenho memórias estranhas,
De estradas que não vi,
Canto lento de cigarras,
Um chão que não percorri...
Sinto um sol que me aqueceu
Num lugar longe daqui,
Vejo coisas que vivi
Quando eu não era eu.
Vejo rostos conhecidos,
De pessoas que eu amei,
E que hoje estão perdidos
No passado, que lembrei...
Tenho memórias estranhas:
-De outra vida que vivi?
-De algum sonho que sonhei
E do qual nunca acordei?
Espetáculo de poema, garota. A propósito, também tenho essas memórias, sonhos e sensações, e são tão fortes, quase palpáveis... Às vezes, até perturbam. Abraços.
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