Retos, em riste,
Tracejando pontos
Torneando,
Contornando,
Pedem silêncio
Apontando.
Espalham o brilho
No lábio seco,
E tecem o pano,
Habilidosos.
Com a ponta,
Testam a água,
Apertam botões,
Cutucam mentes.
Fazem um sinal
Obsceno,
Depois, erguem dois
Em paz e amor.
Molham na língua,
Virando a página,
Marcam o caminho
Da linha, à unha.
Erguem-se em dúvida,
Descascam a uva,
Fazem o sinal
Da cruz, furtivos.
Tamborilam
Sobre a mesa,
Marcando o tédio
Cobrindo a boca
Que boceja.
Dão petelecos
No que desprezam,
Esmagam sonhos
Com o polegar.
Dedos temidos,
Mas distraídos:
um belo dia
um belo dia
São esquecidos
Por sobre o cepo
Aonde desce
A guilhotina.
Ana: Realmente os dedos dão assunto até umas horas (como dizem). Penso que, com os dedos se pode fazer o nbem ou fazer o mal. Pensop que com os dedos você digitou o texto. Abraços.
ResponderExcluirAinda bem que teus dedos escrevem para nos ensinar. Podemos fazer tantas coisas com eles, como plantar flores, acarinhar o amor, fazer dengo nos animais que amamos, e podemos também apertar o gatilho que mata, esmagar sonhos dos outros, apontar só os defeitos, colocar veneno, digitar para difamar, distorcer a ordem dás coisas. Seu texto daria uma tese, muitas teses. Aplausos sinceros com a alma.
ResponderExcluirnão há cepos a vencer dedos... mesmo em cotoco estará sempre a lembrar fatos...bjuu
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