Às vezes, é bom
Que a memória seja curta,
Noutras, que ela se estique,
Se lance no espaço
E procure novamente
Os braços do passado...
Às vezes, é bom
Que a vida tenha traços
Marcantes e marcados,
Das memórias boas,
Vividas e partilhadas
Pelos que se amaram.
Às vezes, é melhor
Que a memória esqueça,
Para que a vida não apodreça,
Para que o tudo não se perca
Ante a ingratidão,
A arrogância e o desprezo
De quem nunca soube amar.
A infelicidade e a insatisfação
Hão de sempre deixar marcas,
Qual profundos arranhões
Naquilo que poderia
Ter sido o mais bonito,
O mais importante motivo
Para recordar vida afora.
Tudo tem sua hora,
E quem sabe, um belo dia
O orgulho e a arrogância
Sejam amansados
Pela constância e a humildade
Da auto-observação?
Quem sabe, assim, a alegria
Substitua, de vez,
A tristeza e a hipocrisia
Daquele sonho abortado
De quem jamais aprendeu
A receber da vida, o dom
De aprender a perdoar,
De amar e ser amado?...
Ana, seus poemas são mesmo muito bons, amei ler alguns, concordo com todos os versos, esse então, "...Às vezes, é melhor Que a memória esqueça,Para que a vida não apodreça,..." bem assim, não podemos ficar a remoer para não deixar tudo enegrecer e tocar a vida pra frente, mas sempre exercitando a memória no que é bom!!!
ResponderExcluirAbraços!
Excelente poema. Você já deve ter notado em meus poemas que tenho uma verdadeira obsessão pelo "tempo", e tudo que está associado a ele. Como por exemplo a própria "memória". Amiga você escreve muito bem, quando dedica-se a arte poética, confecciona verdadeiras pérolas. É muito bom te ler, obrigado e parabéns!
ResponderExcluirSeria bom escolhermos quando a memória é curta e quando ela se estica...
ResponderExcluirbjos