Catedral de Helsínquia - Finlândia |
Entre brumas, ao longe, surge a aurora,
O hialino orvalho aos poucos se evapora,
Agoniza o arrebol.
A catedral ebúrnea do meu sonho
Aparece na paz do céu tristonho
Toda branca de sol.
E o sino canta em lúgubres responsos:
"Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!"
O astro glorioso segue a eterna estrada.
Uma áurea seta lhe cintila em cada
Refulgente raio de luz.
A catedral ebúrnea do meu sonho,
Onde os meus olhos tão cansados ponho,
Recebe a bênção de Jesus.
E o sino clama em lúgubres responsos:
"Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!"
Por entre lírios e lilases desce
A tarde esquiva: amargurada prece
Põe-se a luz a rezar.
A catedral ebúrnea do meu sonho
aparece na paz do céu tristonho
Toda branca de luar.
E o sino chora em lúgubres responsos:
"Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!"
O céu é todo trevas: o vento uiva.
Do relâmpago a cabeleira ruiva
Vem açoitar o rosto meu.
A catedral ebúrnea do meu sonho
Afunda-se no caos do céu medonho
Como um astro que já morreu.
E o sino chora em lúgubres responsos:
"Pobre Alphonsu! Pobre Alphonsus!"
Alphonsus Henrique da Costa Guimarães nasceu em 1870, em Minas Gerais. Aos 18, assiste à morte de Constança, sua noiva. O amor por Constança estará presente em toda a sua vida e obra poética. Aos 27, formado em Direito, casa-se. Anos depois, é nomeado juiz em Mariana, MG, de onde não mais sairia. Morre em 1921.
"Tem cheiro a luz, a manhã nasce." - Alphonsus de Guimarães
Amiga este seu post proporciona um conhecimento
ResponderExcluirimportante. Eu gosto sempre de estar a aprender.
Desejo que esteja a passar um bom domingo.
E me perdoe, mas quando me deixar comentário
me diga por favor, de novo o link do seu
blogue de contos.
Um beijinho
Irene Alves
PASSANDO PARA SABER COMO FOI SEU DOMINGO ?
ResponderExcluirPOSTAGEM INTELECTUAL ...
BJS
Olá Ana,
ResponderExcluirBela e cultural postagem.
A catedral da imagem é lindíssima.
Beijo e ótima noite.
Um grande escritor. Você nos tem trazido verdadeiras pérolas. Bjs.
ResponderExcluir