Não costumamos passear durante o dia, pois Latifa, minha cadelinha, é um tanto agressiva com outros animais. Esperamos que a noite chegue, e passeamos (quase sempre, tranquilamente) pelas ruas vazias da vizinhança.
Mas hoje decidi levá-la a passear mais cedo, temendo que à noite chovesse, como ontem, e não pudéssemos ir. Notei que sua cabecinha se virava constantemente, olhando tudo o que não está acostumada a ver... a paisagem com uma outra cor, mais movimento, mais ruídos... às vezes, ela parava para observar um carro ou uma pessoa que passava.
E meus olhos, atentos a cada virar de esquina, para tentar evitar algum encontro bombástico com outros animais. Mas felizmente, somente vimos os passarinhos pousados nos fios dos postes e nas árvores. Tarde fria, nublada, tranquila...
Respirei profundamente o ar gelado, sentindo meus pulmões se encherem de vida. Latifa já está um pouco idosa, e andamos devagar. Posso apreciar a paisagem.
Chegamos em casa, e ela, tomando uma grande quantidade de água, deita-se nas lajotas da garagem para descansar do passeio. Percebo que ela me olha com alegria. E eu penso que a vida é tão curta... lembro-me do Aleph, meu outro cão, que já se foi . Lembro-me de quando os dois sentavam-se no gramado, de quando ele ainda era jovem, e ambos brincavam, fingindo rosnar um para o outro. Agora, ele já não está mais aqui.
Olho para minha cadelinha novamente. Deslizo a palma da mão na maciez do seu pelo, de uma maneira bem mais carinhosa.
Ôooo estive com vocês nessa caminhada e respirei o ar fresco do lugar ao entardecer. Me fez um bem danado. Beijo
ResponderExcluirOi, Ana!
ResponderExcluirUma beleza de crônica.
Fez-me lembrar de minha cadela remanescente.
É a oitava.
Os outros partiram deixando traumáticas saudades.
Esse convívio com animais de estimação é gratificante, mas a ansiedade que causa sua vida curta desanima quem não suporta perdas.
ResponderExcluirOlá ana!Obrigada pela visita vou me referir ao seu comentário da postagem no meu blog. Realmente o cemitério não é um lugar lindo por mais que seja lindo. Também não gosto, mas imagina, na minha escola tem muitos alunos e a direção teve que alugar um anexo para funcionar tumas nos horários: Manhã e tarde. A escola Estadual é muito antiga e deve ser construida outra, porque o pr´dio já foi reformado e os Engenheiros falaram que a vida util dela já ultrapassou no tempo e o local não é adequado, fica bem próximo ao cemitério. Neste anexo, ensino duas turmas, nos dois horários fica fica mais próximo ainda, na calçada do cemitério. O portão fica a 10 metros mais ou menos.Estamos esperando anciosas que a nossa escola seja construida em outro local e logo.É triste mas é verdade, ja estou quase me acostumando, não tenho mais tanto medo , fica próximo ao túmulo do meu pai. Parace mentira que isto aconeça com a educação pública no Brasil. Quse todos os dias tem enterros, temos que parar as aulas, os alunos sai é terrivel!! Mas deixa pra lá, fiquei 30 dias em casa para tratemento de saude, dia 20 volto , já estou pensando nesta situação. Desculpe te falar essas coisas, este não é o local, nem o momento. Bjuss uma linda noite, volte sempre, postei tambem uma linda história , nesta noite.O Que há depois da vida? Passa e da uma olhadinha.
ResponderExcluirAna , voltei depois que li sua linda crõnica e também me lembrei de duas cachorrinhas que tinha, elas já se foram, minhas companheiras, minhas amigas, só faltava falar. Uma piralata( Piquinez com viralata) e uma colpspenny, preta, com as lindas orelhas grandes. Sofri quando elas se foram de velhinhas, não adotei mais para não sofrer, porque nos apegamos muito. Lindo sua caminha, Bjuss
ResponderExcluirUma experiência que nunca tive. Quando eu era criança, tínhamos um cão perdigueiro e as recordações que trago dele são as mais engraçadas, ele sumia, depois voltava, vivia aprontando, até que um dia, tudo acabou, e isso ocorreu quando ele roubou um pedaço de carne da cozinha da vizinha, a vizinha reclamou, e aí meu pai resolveu dá-lo para uma pessoa conhecido dele. Lembro que ficamos revoltados, mas não adiantou nada. É isso aí, uma beleza de crônica, Ana, com sabor de quero mais. Abraços.
ResponderExcluirOi Ana... É tão bom poder convivermos com esses animaizinhos que são apenas amor... Tenho uma pastora, adotei da rua, quase morta, sem um pêlo no corpo, hoje ela está linda, velhinha, mas é a paixão e o xodô da casa, rsrs... Muito doce a tua crônica, amei, parabéns! Um beijo cheio de carinho no teu coração, tenha um findi maravilhoso, Lu.
ResponderExcluirNa maciez do pelo, o contato que nos leva a repensar e acalmar nossas acelerações.
ResponderExcluirO amor dos bichinho que cativamos é tão singular. É único. Crônica relax, e com um frescor da verdadeira natureza de todas as coisas. Abs!
ResponderExcluirO amor dos bichinho que cativamos é tão singular. É único. Crônica relax, e com um frescor da verdadeira natureza de todas as coisas. Abs!
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