Eu, de passagem
Nessa estação
Dentro da nave
Eu olho a vida.
Muitas chegadas,
Muitas partidas
É um cliché,
Mas é assim...
Muito de ti,
Muito de mim
Se perderá
Pelo caminho,
E entre as flores
E os perfumes
Há dissabores,
Alguns espinhos...
Ninguém está
Ou estará
Pronto pra vida,
Não há ensaios...
Talvez por isso
As desistências,
Os desesperos
E os desmaios...
Estou aqui
Não sei por que
E nem desejo
Mesmo, saber...
Mas já que estou,
E será findo,
Que seja bom,
Que seja lindo...
*
AVE
Ave impassível, impossível ave
Ave de prata, plumas de metal...
Quisera eu tocar teu flanco liso
Que se incendeia ao sol filosofal!
Nave de Marte, que brinca entre os astros,
Vai pelos vastos trilhos do infinito...
Leva contigo todos os meus sonhos,
Deixa-os errar pelo universo prisco!
E quando os primos raios da manhã
Tornarem rubras nuvens de açucena,
Despertarei, ave, no chão tristonho,
E tu, ó fruto da ilusão serena,
De um outro Ícaro serás o sonho.
Seus escritos são maravilhosos. Tem a capacidade incrível de traduzir sentimentos com singular maestria. Eu também espero que minha estadia por aqui até o fim, seja linda! Beijoquinhas
ResponderExcluirParabéns pelo texto. Certamente, pedaços da paisagem da vida de cada um. Abraços.
ResponderExcluirDois lindos poemas seus, Ana! Gosto demais do jeito que você escreve.
ResponderExcluirBoa semana, beijos,
Valéria
Sabemos que estamos de passagem, mas isso não nos impede e observar, atentamente, cada detalhe da vida, e sorvê-la enquanto nos for permitido. Bjs.
ResponderExcluir