Música ao vivo, bailes, balas,
La Cumparsita em ritmo disco,
Wando, maçãs, doeu demais,
Pores de sol, finais de tarde.
Boteco do seu Manoel,
Bisnagas inchadas de fermento,
Café com leite, 'pão de vento,'
Queijo fatiado, Fanta Uva.
Muitos almoços preparados,
Roupa lavada, casa limpa,
Pijama estampado com pintinhos,
Dentes escovados, livrinhos de história.
Crianças prontas, Dias das Mães
Jograis, homenagens, festas na escola.
Natais, as compras, os pudins,
Ceias, presentes, dinheiro em falta...
Vinho barato e rabanadas
A mesa pronta, muitos enfeites
Crianças correndo pela sala
E a arvorezinha perfumada.
Livros , revistas, dicionários,
Enciclopédias, Inglês sem mestre,
Perfumes da Avon, talco Pretty Peach,
Rifas, sorteios pelo rádio.
Cachorros, gatos, porquinhos da Índia,
Passarinhos, Hamsters, tartarugas
Repreensões, castigos, surras,
Tardes brincando no Morrinho.
Dias de chuva à janela
De uma casinha pequenina,
Bolo no forno, bolinho de chuva,
Doce de abóbora e gelatina.
A geladeira azul clarinha,
A grande mesa de madeira
Que ocupava toda a cozinha...
As canequinhas penduradas.
Tinha o chamado da vizinha,
O muro baixo, mil conversas,
Alguns convites para as festas,
Doce miúdo, glacé, ki-suco.
A morte do avô, a noite longa
Dormindo em casa da vizinha
Aos oito anos, primeiro velório,
Adeus que eu não compreendia.
O pai ouvindo futebol,
Domingo à tarde, mais um gol...
A mãe reclamando do radinho,
Jogo de damas, peças sopradas...
Sentadas no chão enceradinho,
Jogando varetas e moinho
Queen na vitrola, adolescência,
Longos cabelos, aparências.
Churrasco feito no domingo,
A maionese e a farofa,
Cervejas geladas, Coca-cola,
Vizinhos chamando na calçada.
Os namorados, os cunhados,
Sentados à sala, no domingo,
Temporadas de férias em Cabo Frio,
Praia, calor, e pebolim.
Creme de aveia, bronzeador,
Inevitáveis queimaduras,
Cação ao molho de camarão
Que a irmã fazia na cozinha.
A volta à escola, primeiros empregos,
Dificuldades, crediários,
A roupa nova desejada,
E as paredes descascadas.
Obras em casa, novo banheiro,
Um novo piso na cozinha,
Toalha de plástico, mesa de fórmica,
TV à cores, e cortinas.
Namoro sério, casamento,
Mudanças, casas, apartamentos,
Sobrinhos nascendo, e eu crescendo,
Irmãos indo embora, casa vazia.
Os pais mais velhos, eu sozinha,
Poucos amigos, muitos sonhos,
Segunda morte já sentida,
Maturidade, dor na vida...
Terceira morte, foi meu pai,
Outros amigos, conhecidos
Morrer virou uma rotina,
Cresci, e a morte acompanhando...
Meu casamento, alegria,
O pai ausente, lua-de-mel,
Nova família, muitos ciúmes,
Ressentimentos bem velados.
Sobrevivência, nova casa,
Período longo de alegrias,
Aulas de inglês durante o dia,
Na flor da vida, academia...
Mais duas mortes, dor da vida,
Foram-se o sogro e o sobrinho,
Sobrevivemos, renascemos,
Tombamos bem logo adiante.
Um livro escrito, árvore plantada,
Mais duas mortes esperadas...
E segue a vida, e segue a história,
E as alegrias almejadas.
Querida amiga Ana, quero desejar um Natal feliz, cheio de muitas alegrias , perfumados pelas mais lindas flores e com os mais perfeitos pensamentos, de uma luz imensa que lhe ilumine os caminhos, e de todos seus familiares e amigos no ano novo que inicia.
ResponderExcluirAbraços fraterno Lourdes Duarte.
OI Ana, estive ausente em razão de problemas de saúde e PC no concerto (que porre)kkkkk! Mas estou passando pra desejar super boas festas pra ti e família e renovar votos de amizade no ano vindouro.
ResponderExcluirCom certeza, tu vai receber meu livro ano que vem, SEM FALTA - ah, se vai! rsrs
Muita saúde e realizações, minha amiga!
carinhosamente
Lu Cavichioli
Olá Ana :) Vim desejar-te um feliz natal :)
ResponderExcluirCriativa e bem elaborada travessia com todas as alegrias,fantasias e tristezaz e sonhos.
ResponderExcluirUm carinhoso abraço com desejo de Um Feliz Natal Ana.
OI Ana, voltei agora com tempo pra ler esse TEU mosaico de vida tão expressivo e tão vivido, não importa, se sofrido!
ResponderExcluirAs linhas que foram desenhadas de certo bordaram vitrais nesse mosaico tão expressivo, vivido, sentido, sofrido e aprendido.
Lindo de se ler, eu também senti que tenho um mosaico...
Obrigada por este momento!!
baci!
Ana, hoje mesmo será Noite de Natal. Noite de Milagres... Eu creio em Milagres, mas nem sempre os pequenos ou grandes milagres que nos acontecem, são aqueles que pedimos ou que achávamos que seriam melhores para nós.
ResponderExcluirDeixo-lhe o link para um filme que, melhor do que as minhas palavras, mostra o sinto acerca da vida, da morte e da VIDA, e um grande Abraço
http://www.saudadeeadeus.com.br/filme4.htm
Nota;
Quando abrir o link não clique em nada que diga download, baixar ou play, mas sim na própria tela do filme na parte de baixo, tudo o resto a redireciona para outros sites que não interessam ou que até podem ser maléficos, veja em tela total
Feliz natal, e que o encanto da poesia esteja sempre em sua vida!bjs
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