Para uma só flor,
Um pequeno vaso,
Para um cansaço,
Uma cadeira,
Um abraço,
Para o bom lápis,
Basta um só traço.
Uma palavra
Para ouvidos bons,
Uma candeia
Para um alpendre,
Uma só noite
Até o raiar
De um novo dia.
A cada coisa,
O seu dia,
Sua dimensão,
Um único passo
Atrás de outro passo
Para uma estrada
Longa e escura.
A cada vez,
Um lado da lua,
Para um mistério,
Uma resposta
Que flutua,
Ao alcance
De uma só mão
(Ou não).
A cada dia,
O seu mister,
Ao prato cheio,
Uma colher
De cada vez,
Bem devagar,
Bem mastigada
E engolida
Até que a vida...
Eu gosto imenso de ler-te , Ana! Aliás pouco estou entrando na net e pouco tem sido minhas visitas... Mas sempre leio teus escritos e naum tem como deixar de comentar.
ResponderExcluirVc é uma poeta pronta, tem singularidade e maturidade nas metáforas e transforma a simplicidade, inovando o habitual; como neste poema denso e desbravador de entranhas. Exatamente como eu gosto: sem reodeios, nem chatices.
Ando lendo e quieta no meu canto. Também estou escrevendo e armazenando... Quem sabe novas histórias.
Bj amiga!
E não se faz necessário contar os passos, nem buscar os largos horizontes. Cada coisa a seu tempo, com simplicidade e ausência de pressa. Bjs.
ResponderExcluirAninha, que lindo! Diferente, emocionante!Martha
ResponderExcluirBom texto! Adorei o ritmo e a síntese! Bjs
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