Talvez um dia
Concluas
Que aquelas luas
Que vias
Andando à toa, nas ruas,
Eram só uma.
Tua vista
Dividida, distorcida,
Partia a lua,
Partia a vida,
Partias,
Ausências doídas...
Talvez um dia
Me olhes
E vejas
Que afinal, sou bem menos
Pesada, em tua peleja,
Bem mais amável
Do que desejas...
Talvez um dia, o monstro
Que tu criaste,
Te olhe , enfim,
E as pupilas
Sejam bem claras,
Não ferinas...
Talvez um dia, tu cheires
A flor temida
Da vida
E descubras
Que o perfume
Era doce
O tempo todo,
Embora os pés
Pisem o lodo.
Talvez um dia
Percebas
Que afinal, sou apenas
Uma alma
Como tantas
Que guarda em si a criança
Adormecida
Com a qual lutas.
Talvez um dia concluas
(Quando eu não mais estiver)
Que eu era doce,
Que me amavas,
Talvez tu sintas
A minha falta
No do coração
Que hoje te falta.
*
Testamental, mas belo!
ResponderExcluirFico quieto perguntando/ onde tanta maestria/ no cantar mundo distante/ uma doce alforria/ fui guerreiro/lutei sóis/vi luz e fantasias/deixei noivas no altar da eterna agonia/ buscando alma encontrar/ na volúpia da anistia.Fiz agora para seu julgamento. Um abraço.
ResponderExcluirNossa, Ana, belíssimo! Os caminhos que percorreu nos versos foram magistralmente descritos. Parabéns! Bjs.
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