witch lady

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sexta-feira, 26 de abril de 2013

Enigma










Enigma


...E que seja o enigma da Flor
Finalmente decifrado
Nos jardins do amor.


*


Para Flor Enigmática


Vá com Deus.

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Tanta Coisa





Tem tanta coisa em ebulição dentro de mim, tanta coisa!...
As palavras mesclam-se aos sentimentos,
E quando escrevo, desmancho os nós.

Jorram tantas emoções
Aos borbotões!

*

Não Quero Esquecer





Não me venha dizer que tudo vai mudar,
Que o sol amanhã
Vai aparecer,
Que a saudade vai afrouxar...
Não acredito, e nem espero,
Não quero apagar da mente,
Não preciso tentar esquecer
O que já me fez feliz!

Mas deixo frouxas as cordas
Dessa lembrança,
Pois senão, ela me enforca,
Me amarra aos pés do passado.

O que dói, não é lembrar
Aquilo que foi consumado;
O que me dói, nessa vida,
É saber que tanta dor
Em quase nada nos mudou.



EXAGERO





Exagero


Mandei buscar uma estrela 

Para bordar o teu casaco 

A lua minguante, tiara 

Para ornar tua cabeça. 


Colhi uma espécie de cada 

De todas as flores que existem 

Mandei colocar em vasos 

Para enfeitar tua casa. 


As gotas da chuva de ontem, 

Recolhi, e pus na fonte 

Mandei desaguar em um rio 

Que passa pela tua porta. 


Colhi alguns raios de sol 

Com eles, fiz um enfeite 

Coloquei-o sobre a estante 

Apenas para teu deleite. 


Aluguei um aviãozinho 

Mandei escrever o teu nome 

E o meu, no céu azul 

Pra saberem que te amo. 


Mas isto tudo foi ontem, 

Hoje, já mudei de ideia... 

Acabou-se todo o encanto, 

E o efeito do feitiço. 


Quase não existem rimas 

Para compor-te um poema, 

E a métrica perdeu-se 

Quando o amor saiu de cena... 



Lições da Vida - Ronald Russel




Lições da Vida, por Ronald Russel




A criança que vive com o ridículo
Aprende a ser tímida.
A criança que vive com crítica
Aprende a condenar.
A criança que vive com suspeita
Aprende a ser falsa.


A criança que vive com antagonismo
Aprende a ser hostil.
A criança que vive com afeição
Aprende a amar.
A criança que vive com estímulo 
Aprende a confiar.




A criança que vive com a verdade
Aprende a ser justa.
A criança que vive com o elogio
Aprende a dar valor.
A criança que vive com generosidade
Aprende a repartir.



A criança que vive com o saber
Aprende a conhecer.
A criança que vive com paciência
Aprende a tolerância.
A criança que vive com felicidade
Conhecerá o amor e a beleza.


quarta-feira, 24 de abril de 2013

No Céu




...E havia algo no céu,
Uma cor ansiosa
Não sei se de amanhecer 
Ou de por de sol...
Mas havia algo no céu,
Que transpassava cada alma
E alinhavava uma dor
Que nunca passava!...

Havia um espelho na terra,
Que refletia a insanidade
E a ansiedade
Por tudo o que está sangrando
Em volta do mundo
Pela tola intolerância.

Havia na sinuosidade
Do contorno de cada nuvem
Avermelhada
Um fio de sangue
Pelo sangue que aqui jorrava.

Havia algo no céu, 
Eu sei que havia,
Mas no passar rotineiro de cada dia,
Quase ninguém olhava.


Passos Amarrados



Amarrei meu passos 
À tua vida,
Para que eu nunca te deixe,
Para que nunca me deixes
E que jamais nos distanciemos.

Amarrei meus passos, em vão...
Pois na ânsia, eu me esqueci
Do quanto é livre, sempre,
Cada coração.

.
.
.

O que a Manhã Me Trouxe




A manhã me trouxe a rosa,
Tímida, simples, pequena,
Que eu plantei com minhas mãos,
Mas a rosa, sempre livre
Só brotou porque bem quis...

A manhã me trouxe a rosa,
De perfume tão suave,
Quase, quase inexistente,
Enfeitada pelo orvalho
E teiazinhas de aranha
Cintilantes pelo sol.

A manhã me trouxe a rosa,
Fresca, limpa, quase rosa,
Que a natureza, em prosa,
Emprestou aos versos meus.

A manhã me trouxe a rosa,
E eu, tola e orgulhosa
Por tê-la plantado, me esqueço
Que ela floriu porque quis,
Não pra me fazer feliz.



Bocage - Contrição





Contrição - Bocage




Meu ser evaporei na lida insana
do tropel de paixões, que me arrastava;
Ah, cego eu cria, Ah, mísero eu sonhava
em mim quase imortal a essência humana;



De que inúmeros sóis a mente ufana
existência falaz me não dourava!
mais eis sucumbe Natureza escrava
ao mal, que a vida em sua origem dana.



Prazeres, sócios meus, e meus tiranos!
Esta alma, que sedenta em si não coube,
no abismo vós sumiu dos desenganos;




Deus, oh, Deus!... Quando a morte à luz me roube
ganhe um momento o que perderam anos,
saiba morrer o que viver não soube.


terça-feira, 23 de abril de 2013

Fala-me!...










Fala-me do quanto era lindo, e tão profundo 


Aquele crepúsculo, 


Que escondia fios de esperança 


Ao final de cada dia!... 






Fala-me dos sorrisos, 


Das palavras de quem jamais desistia, 


E mantinha-se firme, e acreditava, 


Sem nunca crer que não seria!.. 





Fala-me daquela vontade de viver 


Que nunca, jamais morria, 


Da beleza engrandecida e suave 


Daquela alma que nem notava que sofria! 




Conta-me, mil vezes, a mesma história, 


Pois eu preciso de motivos 


Para crer que houve motivos!... 





Fala-me então, da tua dor abstersa 


Purificada através dos meus pobres versos 


Que tentam reter, nas linhas, memórias 


Do que ainda está - e sempre estará 


Tão perto... 

















Prisão




Agitava-se,
Sonhava com a liberdade
Que estava do outro lado da vidraça.
Às vezes, se aquietava,
Como a ganhar forças
Para romper o que as separava.

Não via a porta aberta atrás de si,
O enorme espaço que se estendia,
E lhe oferecia a saída
Para a sua desolada situação.

Debatia-se na vidraça,
Sonhando com a liberdade
Que sobre suas asas, docemente soprava.


Quebramos os Ovos; O Que fazer Com as Cascas?





Olho em volta, e sinto que passamos por um momento de grande transição. Algo tumultuado, como nos anos 60 e 70. Lembro-me de toda aquela revolta, os hippies, a liberdade sexual, a liberação feminina, a guerra do Vietnam, a Ku Klux Kan, os Panteras Negras, Martin Luther King... eram tantas coisas acontecendo juntas, que as pessoas nem tinham tempo de assimilar e digerir tantas mudanças! Ninguém queria ser como os pais, e muitos passaram a fugir daquilo que chamavam de sociedade consumista e começaram a viver em comunidades alternativas. Surgiram religiões, como os Hare Krishna (que se é anterior aos anos 60, eu desconheço a origem, mas tornou-se moda naquela época). Vieram as drogas alucinógenas e os gurus. Aconteceu o festival de Woodstock, algo como nunca se tinha visto. Saiu o filme Easy Rider, que oferecia uma nova maneira de viver. Surgiram os Hell's Angels. Vieram The Beatles, Rolling Stones, The Who, Led Zeppellin e outras bandas que mudaram o mundo - ou mudaram junto com o mundo.

Mais tarde, após toda aquela explosão, as coisas foram se assentando; os ânimos se acalmaram. Já tendo conquistado seu espaço, as mulheres não precisavam mais ir às ruas fazer passeatas e queimar sutiãs. Ainda bem, ou hoje todas nós teríamos seios muito flácidos! Os Hippies foram sendo absorvidos pela necessidade de se viver num contexto social, aos poucos, foram assimilando a vida que eles tanto abominavam - mas no fundo, com algumas mudanças importantes. Ainda vemos por aí alguns remanescentes daquela época maravilhosa e muito maluca, mas são pouquíssimos. As sociedades alternativas foram acabando. Os Hare Krishnas foram desaparecendo, e os jovens revoltados voltaram para casa, casaram-se, constituíram família, arranjaram empregos.

Sinto que o mesmo está acontecendo agora. Há o movimento gay, que ainda está beirando o exagero em alguns aspectos, mas que vejo como necessário para que , mais tarde, as coisas possam se acomodar e as mudanças serem incorporadas. Houve um grande progresso nessa direção, o que ninguém pode negar, mas ainda existem os mais moralistas e tradicionalistas que lutam contra essas mudanças, o que causa uma grande comoção entre os gays, levando-os a agir, em certas ocasiões, com tintas muito fortes. Por exemplo, ontem eu assistia a um programa de fofocas na TV sobre as cantoras Pepê & Nenen, que insinuavam que sua carreira tinha fracassado após as duas declararem sua homossexualidade. Ora, todo mundo sabe que elas afundaram bem antes disso! Se fosse assim, cantores maravilhosos como Ana carolina, Maria Bethânia, Ney Matogrosso e muitos outros, teriam sido legados ao esquecimento!

 Há essa coisa política bem radical, com os Petistas - que sempre clamaram pela justiça, igualdade e liberdade de expressão - manifestando-se de forma quase selvagem contra a blogueira cubana Yoane Sánchez em sua visita ao Brasil. 

Há a moda de dizer que toda brincadeira infantil é bullying, e hoje em dia, se algum colega põe um apelido em outro (coisa mais do que natural nos meus tempos de escola), é considerado um bully. Há o preconceito racial, que apesar de ter diminuído bastante, ainda existe, e quem o sofre tenta combater de forma , a meu ver, também exagerada. Se acontece algum conflito entre um negro e um branco, imediatamente o negro alega que está sofrendo preconceito racial, mesmo quando não é o caso.

Acredito que, como nos anos 60 e 70, nós estamos em ponto de ebulição. Quebramos os ovos, mas ainda não foi decidido quem comerá ovos mexidos, omelete, ou ovo frito. E ainda não sabemos o que fazer com as cascas - que trituradas, dão um ótimo adubo para jardim. Mas também creio que haverá um assentamento de tudo isso. Atingimos o ponto mais alto, e logo nós voltaremos ao meio - ao ponto de equilíbrio.


*

Ps: esta é uma visão muito pessoal das coisas, e não pretendo impor minhas ideias a ninguém, e nem causar polêmica.

ÁRVORES





ÁRVORES - um poema de Joyce Kilmer (tradução: Olegário Mariano)





Sei que nunca verei um poema mais belo e ardente
Do que uma árvore; uma árvore que encerra
Uma boca faminta, aberta eternamente
Ao hálito sutil e flutuante da terra.




Voltada para Deus todo o dia, ela esquece
Os braços a pender de folhas, numa prece.




Uma árvore, que ao vir do estio morno, esconde
Um ninho de sabiás nos cabelos da fronde.




A neve põe sobre ela o seu níveo diadema
E a chuva vive na mais doce intimidade
Do tronco, a se embalar nos galhos seus:







Qualquer néscio como eu sabe fazer um poema.
Mas quem pode fazer uma árvore? -só Deus.








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O Tucano O TUCANO   Domingo de manhã: chuva ritmada e temperatura amena. A casa silenciosa às seis e trinta da manhã. Nada melhor do que me ...