witch lady

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quarta-feira, 24 de abril de 2013

Passos Amarrados



Amarrei meu passos 
À tua vida,
Para que eu nunca te deixe,
Para que nunca me deixes
E que jamais nos distanciemos.

Amarrei meus passos, em vão...
Pois na ânsia, eu me esqueci
Do quanto é livre, sempre,
Cada coração.

.
.
.

O que a Manhã Me Trouxe




A manhã me trouxe a rosa,
Tímida, simples, pequena,
Que eu plantei com minhas mãos,
Mas a rosa, sempre livre
Só brotou porque bem quis...

A manhã me trouxe a rosa,
De perfume tão suave,
Quase, quase inexistente,
Enfeitada pelo orvalho
E teiazinhas de aranha
Cintilantes pelo sol.

A manhã me trouxe a rosa,
Fresca, limpa, quase rosa,
Que a natureza, em prosa,
Emprestou aos versos meus.

A manhã me trouxe a rosa,
E eu, tola e orgulhosa
Por tê-la plantado, me esqueço
Que ela floriu porque quis,
Não pra me fazer feliz.



Bocage - Contrição





Contrição - Bocage




Meu ser evaporei na lida insana
do tropel de paixões, que me arrastava;
Ah, cego eu cria, Ah, mísero eu sonhava
em mim quase imortal a essência humana;



De que inúmeros sóis a mente ufana
existência falaz me não dourava!
mais eis sucumbe Natureza escrava
ao mal, que a vida em sua origem dana.



Prazeres, sócios meus, e meus tiranos!
Esta alma, que sedenta em si não coube,
no abismo vós sumiu dos desenganos;




Deus, oh, Deus!... Quando a morte à luz me roube
ganhe um momento o que perderam anos,
saiba morrer o que viver não soube.


terça-feira, 23 de abril de 2013

Fala-me!...










Fala-me do quanto era lindo, e tão profundo 


Aquele crepúsculo, 


Que escondia fios de esperança 


Ao final de cada dia!... 






Fala-me dos sorrisos, 


Das palavras de quem jamais desistia, 


E mantinha-se firme, e acreditava, 


Sem nunca crer que não seria!.. 





Fala-me daquela vontade de viver 


Que nunca, jamais morria, 


Da beleza engrandecida e suave 


Daquela alma que nem notava que sofria! 




Conta-me, mil vezes, a mesma história, 


Pois eu preciso de motivos 


Para crer que houve motivos!... 





Fala-me então, da tua dor abstersa 


Purificada através dos meus pobres versos 


Que tentam reter, nas linhas, memórias 


Do que ainda está - e sempre estará 


Tão perto... 

















Prisão




Agitava-se,
Sonhava com a liberdade
Que estava do outro lado da vidraça.
Às vezes, se aquietava,
Como a ganhar forças
Para romper o que as separava.

Não via a porta aberta atrás de si,
O enorme espaço que se estendia,
E lhe oferecia a saída
Para a sua desolada situação.

Debatia-se na vidraça,
Sonhando com a liberdade
Que sobre suas asas, docemente soprava.


Quebramos os Ovos; O Que fazer Com as Cascas?





Olho em volta, e sinto que passamos por um momento de grande transição. Algo tumultuado, como nos anos 60 e 70. Lembro-me de toda aquela revolta, os hippies, a liberdade sexual, a liberação feminina, a guerra do Vietnam, a Ku Klux Kan, os Panteras Negras, Martin Luther King... eram tantas coisas acontecendo juntas, que as pessoas nem tinham tempo de assimilar e digerir tantas mudanças! Ninguém queria ser como os pais, e muitos passaram a fugir daquilo que chamavam de sociedade consumista e começaram a viver em comunidades alternativas. Surgiram religiões, como os Hare Krishna (que se é anterior aos anos 60, eu desconheço a origem, mas tornou-se moda naquela época). Vieram as drogas alucinógenas e os gurus. Aconteceu o festival de Woodstock, algo como nunca se tinha visto. Saiu o filme Easy Rider, que oferecia uma nova maneira de viver. Surgiram os Hell's Angels. Vieram The Beatles, Rolling Stones, The Who, Led Zeppellin e outras bandas que mudaram o mundo - ou mudaram junto com o mundo.

Mais tarde, após toda aquela explosão, as coisas foram se assentando; os ânimos se acalmaram. Já tendo conquistado seu espaço, as mulheres não precisavam mais ir às ruas fazer passeatas e queimar sutiãs. Ainda bem, ou hoje todas nós teríamos seios muito flácidos! Os Hippies foram sendo absorvidos pela necessidade de se viver num contexto social, aos poucos, foram assimilando a vida que eles tanto abominavam - mas no fundo, com algumas mudanças importantes. Ainda vemos por aí alguns remanescentes daquela época maravilhosa e muito maluca, mas são pouquíssimos. As sociedades alternativas foram acabando. Os Hare Krishnas foram desaparecendo, e os jovens revoltados voltaram para casa, casaram-se, constituíram família, arranjaram empregos.

Sinto que o mesmo está acontecendo agora. Há o movimento gay, que ainda está beirando o exagero em alguns aspectos, mas que vejo como necessário para que , mais tarde, as coisas possam se acomodar e as mudanças serem incorporadas. Houve um grande progresso nessa direção, o que ninguém pode negar, mas ainda existem os mais moralistas e tradicionalistas que lutam contra essas mudanças, o que causa uma grande comoção entre os gays, levando-os a agir, em certas ocasiões, com tintas muito fortes. Por exemplo, ontem eu assistia a um programa de fofocas na TV sobre as cantoras Pepê & Nenen, que insinuavam que sua carreira tinha fracassado após as duas declararem sua homossexualidade. Ora, todo mundo sabe que elas afundaram bem antes disso! Se fosse assim, cantores maravilhosos como Ana carolina, Maria Bethânia, Ney Matogrosso e muitos outros, teriam sido legados ao esquecimento!

 Há essa coisa política bem radical, com os Petistas - que sempre clamaram pela justiça, igualdade e liberdade de expressão - manifestando-se de forma quase selvagem contra a blogueira cubana Yoane Sánchez em sua visita ao Brasil. 

Há a moda de dizer que toda brincadeira infantil é bullying, e hoje em dia, se algum colega põe um apelido em outro (coisa mais do que natural nos meus tempos de escola), é considerado um bully. Há o preconceito racial, que apesar de ter diminuído bastante, ainda existe, e quem o sofre tenta combater de forma , a meu ver, também exagerada. Se acontece algum conflito entre um negro e um branco, imediatamente o negro alega que está sofrendo preconceito racial, mesmo quando não é o caso.

Acredito que, como nos anos 60 e 70, nós estamos em ponto de ebulição. Quebramos os ovos, mas ainda não foi decidido quem comerá ovos mexidos, omelete, ou ovo frito. E ainda não sabemos o que fazer com as cascas - que trituradas, dão um ótimo adubo para jardim. Mas também creio que haverá um assentamento de tudo isso. Atingimos o ponto mais alto, e logo nós voltaremos ao meio - ao ponto de equilíbrio.


*

Ps: esta é uma visão muito pessoal das coisas, e não pretendo impor minhas ideias a ninguém, e nem causar polêmica.

ÁRVORES





ÁRVORES - um poema de Joyce Kilmer (tradução: Olegário Mariano)





Sei que nunca verei um poema mais belo e ardente
Do que uma árvore; uma árvore que encerra
Uma boca faminta, aberta eternamente
Ao hálito sutil e flutuante da terra.




Voltada para Deus todo o dia, ela esquece
Os braços a pender de folhas, numa prece.




Uma árvore, que ao vir do estio morno, esconde
Um ninho de sabiás nos cabelos da fronde.




A neve põe sobre ela o seu níveo diadema
E a chuva vive na mais doce intimidade
Do tronco, a se embalar nos galhos seus:







Qualquer néscio como eu sabe fazer um poema.
Mas quem pode fazer uma árvore? -só Deus.








segunda-feira, 22 de abril de 2013

Sinos de Vento




Desde que nos mudamos para nossa primeira casa, sempre fui maluca por sinos de vento. O primeiro que compramos, veio de uma feira de antiguidades; era um carrossel de elefantinhos de bronze com guizos na ponta. Ele ainda existe, embora esteja em péssimo estado... alguns guizos e um elefantinho soltaram-se e foram perdidos.

Hoje eu tenho aqui em casa dez sinos de vento, espalhados pelo jardim, pendurados em árvores e nas varandas. Adoro o som que eles produzem! Uma pessoa que me visitou (meio-amarga) uma vez, me disse que detestava o som dos sinos de vento, pois parecia som de casa velha e abandonada. Sorri, e disse a ela que eu adorava meus sinos de vento, e que sempre teria muitos deles em minha casa. Afinal, a casa é minha.

Agora eu finalmente consegui colocar os sininhos também nos meus blogs. Posso curtir o som até mesmo quando não estiver ventando. Com certeza, eles vão me inspirar muito!


Se Soubéssemos...





Se soubéssemos
Quantos adeuses se escondem,
Adormecidos,
Por trás de cada 'olá',
Talvez nós não deixássemos
A vida passar, 
As pessoas irem embora
Sem nosso mais atencioso olhar...

Se soubéssemos
Que a estrada sob os pés
Pode, a qualquer momento, 
Desabar,
Talvez prestássemos mais atenção
À linda paisagem que nos cerca,
E que foi com amor, criada
Para que a possamos desfrutar!

Se soubéssemos
Que cada palavra proferida
Pode ter um imenso, enorme peso
Por sobre uma vida,
Talvez as medíssemos com cuidado
Antes de deixá-las caírem
Em ouvidos errados!

Se soubéssemos
Que tudo o que hoje vivemos
Em breve, tornar-se-há lembranças
Que, no futuro, teremos 
Para reviver em noites longas e vazias,
Talvez fôssemos mais felizes,
Quem sabe, escolhêssemos cores mais bonitas
Para pintarmos cada dia!...


SER JOVEM






Ser Jovem - por General MacArthur - 1945




A juventude não é um período da vida; ela é um estado de espírito, um efeito da vontade, uma qualidade da imaginação, uma intensidade emotiva, uma vitória da coragem sobre a timidez, do gosto da aventura sobre o amor ao conforto.





Não é por termos vivido um certo número de anos que envelhecemos; envelhecemos porque abandonamos o nosso ideal.




Os anos enrugam o rosto; renunciar ao ideal enruga a alma. As preocupações , as dúvidas, os temores, e os desesperos são os inimigos que lentamente nos inclinam para a terra e nos tornam pó antes da morte.




Jovem é aquele que se admira, que se maravilha e pergunta, como a criança insaciável: "E depois?" Que desafia os acontecimentos e encontra alegria no jogo da vida.





És tão jovem quanto a tua fé. Tão velho quanto a tua descrença. Tão jovem quanto a tua confiança em ti e a tua esperança. Tão velho quanto o teu desânimo. Será jovem enquanto te conservares receptivo ao que é belo, bom e grande.


Receptivo às mensagens da natureza, do homem, do infinito.





E se um dia teu coração for atacado pelo pessimismo e corroído pelo cinismo, que Deus então, se compadeça de tua alma de velho.




domingo, 21 de abril de 2013

Mal Secreto - Raimundo Correia





Mal Secreto - soneto de Raimundo Correia


Se a cólera que espuma, a dor que mora
N'alma, e destrói cada ilusão que nasce,
Tudo o que punge, tudo o que devora
O coração, no rosto, se estampasse;

Se eu pudesse, o espírito que chora,
Ver através da máscara da face,
Quanta gente, talvez, que inveja agora
Nos causa, então piedade nos causasse!

Quanta gente que ri, talvez consigo
Guarda um atroz, recôndito inimigo
Como invisível chaga cancerosa!

Quanta gente que ri, talvez existe,
Cuja ventura única consiste
Em parecer aos outros venturosa!



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