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terça-feira, 2 de maio de 2023

AS SOMBRAS DAS BORBOLETAS

 


 

 

Em um dia de sol

Meu cão se divertia,

Brincando de perseguir

As sombras das borboletas sobre o gramado,

Mas ele não as via.

 

 

E eu me lembrei de nós,

Do quanto perseguimos as sombras

Sem nunca olharmos para quem as projeta,

Sem nunca notar as cores,

Os voos, as asas abertas

Das pessoas que vivem e que moram

Dentro das casas,

Para onde retornam, à noite

Onde se escondem

Em seus casulos escuros.

 


quarta-feira, 19 de abril de 2023

A MINHA ALMA

 

Ilustração de O Livro Vermelho, de Jung


 

A minha alma hoje mora

Na beira de uma estrada

Por onde ninguém passa.

Sentada, ela sempre aguarda

(Mas sem expectativas)

Uma manhã sem auroras.


Às vezes, ela descansa

Na copa de uma árvore

Plantada na encruzilhada.

Num galho, minha cauda enrolada

Assim, meio por acaso,

Me balança sobre o nada. 


A minha alma vã medita

Em uma caverna profunda.

Do fundo, eu enxergo a lua

No céu de uma noite infinita,

Mas embora eu às vezes grite,

O eco não responde.


Minha alma não tem nome,

Mas ela sempre usa o meu.

E ela repete uma prece

Pelo que de mim morreu

Numa entrega abençoada,

De uma dolorida fome.





 


 






terça-feira, 28 de março de 2023

FOTOS ANTIGAS

 




Caíram da nuvem

Imagens antigas,

Pessoas já mortas

Ou ainda vivas.

Olhando seus rostos

Sorrisos e poses,

Eu logo pensei:

-Ah, se elas soubessem

Naqueles momentos

O que eu hoje sei!


Então me recordo

De todas as vezes 

Que eu as condenei...


Mas vendo as pessoas

Nas fototografias

Estudo os semblantes

E quase vislumbro

A grande verdade

Que eu nunca enxerguei:


Que eram pessoas,

Nem boas, nem más,

Apenas pessoas,

Tentando viver,

Tentando criar

Momentos felizes


Mesmo quando erraram

Tentando acertar,

Quando se calaram

Temendo falar,

Quando gargalharam

Para não chorar,

Quando se fecharam

Por medo de amar.







quinta-feira, 9 de março de 2023

DOR


 



Dos teus olhos, lágrimas.

Da tua boca, magma.

Algo a se quebrar

No teu diafragma.


 Na palavra, lástima

Devagar, se alastra...

Sobre a pele pálida

Tua dor é vasta.


 Cálido querer

Aos poucos, se arrasta

Ganha a rua, e quer

Se banhar de sol.

 

E no arrebol,

Vida a renascer...

Tecitura fina

(Ainda transparente)

De uma nova rima.






 

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023

TRANSFORMAÇÃO






 

É que já não me ocupo em construir outras memórias,

E às vezes, eu me esqueço de lembrar do que esqueci.

Me falta paciência  para ler a minha história,

E o tempo já passou muito mais do que eu vivi.

 

Lembranças se misturam com o que eu jamais vi,

Não sei de onde vêm essa memória diluída

Que cisma de pairar – talvez algum livro que eu li?

É pouca coisa vindo, mas é tanta coisa ida!

 

Os anos que passaram ultrapassam os que restam,

E hoje eu só quero... já nem sei dizer o quê!

Talvez fechar os olhos, deixando o barco correr,

Ou balançar na rede, sem pensar no que é viver.

 

Já sei que a experiência nem sempre é sabedoria,

Mas em alguma parte, acho que amadureci:

Pois minha grande meta é viver o dia a dia...

O que antes me matava, hoje apenas me faz rir!

 


sábado, 18 de fevereiro de 2023

VERBO







Teus verbos hoje

Estão todos no passado.

Pegadas se apagam,

Mas existe tua voz

Em cada canto,

E quando eu passo,

As cortinas dançam, 

Me enlaçam

Imitando o teu abraço.


À noite, 

Te ouço na conversa dos grilos,

E te reecontro

No brilho fosco da lua

 Dissolvido na névoa

Que cobre as montanhas,

E ao abrir dos meus olhos

No sonâmbulo silêncio

Da madrugada,

Eu olho o travesseiro, 

E não entendo

Como podes ainda ser tanto,

Já não sendo.






sexta-feira, 17 de fevereiro de 2023

SOL E AREIA



 

 

 

Sol e areia,

Céu como fundo.

 

Nada existe nesse mundo

Que me divida

Ou me distraia de mim mesma.

 

O deserto aqui fora

Reflete

O deserto aqui dentro.

 

Eu me sento, bem no meio

(Me desculpem se não respondo)

À porta, sob o alpendre.

Aprecio, diariamente,

Inúmeros sóis se erguendo

E se pondo.

 

 



quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023

NEGAÇÃO

 



 

No meio da luz cegante,

Entre os raios longos e brancos,

Existe um pequeno ponto

Negro e redondo, crescendo sempre,

Que quase ninguém enxerga

Ou quer enxergar.


 

Existe uma branca cobra

No ponto mais escuro das alcovas,

E ela passa, sinuosa,

Incisiva, silenciosa,

Por sobre o gramado e as rosas,

E sobre os espinhos

Que ela aprendeu a ignorar.


 

Na nuvem mais branca, existe

Um prenúncio de tempestade,

Um pequeno trovão

Que quer crescer, ser ouvido,

Mas alguém aperta o botão do sol

Para que ele fique mais forte,

A nuvem derreta

E a chuva não caia.

 


Descansam no fundo do mar

Naufrágios antigos,

Segredos escondidos por camadas e camadas

De limo e corais.

Os barcos passam por cima de tudo,

Sem escutarem os gritos

Das sereias abissais.


 

-Nunca, nunca mais!

Que fique sempre encoberto

Tudo aquilo que não deu certo,

As dores, os amores fracassados,

A fome da alma anêmica,

A corrupção sistêmica,

Os sonhos malogrados

Que jazem, natimortos,

No solo do passado.






 




 


 


 


 




terça-feira, 10 de janeiro de 2023

EXISTE



 



Existe uma abóbada de vidro acidado

Que não deixa quem eu não quero

Ver do outro lado

Do meu pensamento.


É meu o que eu penso,

E sempre será.


 Existe uma estrada

Entre o que quero que saibam

E o que eu não quero,

E ela está, quase sempre,

Fechada.


Quem passa e me olha

Pensando que sabe

De tudo o que eu sei,

O olhar se desfolha.


Meu pensar é livre,

Mesmo que eles falem.


Tenho esse direito

O de ver o que eu vejo

E pensar o que eu quero,

Mesmo que me calem.




 


 




segunda-feira, 19 de dezembro de 2022

QUEM NUNCA?


 



Quem nunca se sentiu

Idiota,

Motivo de riso,

Chacota,

Presa na linha de partida

Da vida?


 Quem nunca se viu

Na ponta de uma língua

Bipartida,

Diante de si, o nada,

Sem ter uma linha

De chegada?


 Não se iluda:

É sua a culpa,

Ter boa vontade

Não basta,

Falar a verdade

Desgasta!


 E o que resta?

Recolher os restos

Da festa,

Respirar bem fundo

E partir,

Criar para si

Novo mundo,


 Ter ambos os olhos

Abertos,

Ter todo cuidado, enfim,

Ser bem mais esperta,

E pensar

Bem antes de tudo,

Em mim!





 


 






sexta-feira, 16 de dezembro de 2022

ALERTA


 




Algumas coisas

Deveriam deixar-te sempre

Em estado de alerta:

Um sorriso

De quem geralmente te ignora,

Palavras doces

Vindas das bocas da escória,

Aplausos repentinos

Entre as palmas de quem antes

Te esmagava.


 Preste atenção, erga tuas travas

Todas as vezes em que, entre salamaleques,

Uma boca se cobrir com o leque

Enquanto o olhar malicioso te devora!

Esteja atento

Quando alguém que antes, só te magoava,

Subitamente, te estende uma braçada de flores;

-Não as leve junto ao peito!

Deite-as fora!


 Certas pessoas nunca mudam,

Apenas fingem mudar

Conforme o tamanho da necessidade

Ou enquanto duram os interesses.

Há muita maldade escondida entre a suposta bondade,

E certas almas não nasceram para ti;

Olhe para trás, e lembrarás

Que a única vontade que sempre as motivou

Foi que tu sofresses. 


 Algumas coisas

Deveriam fazer-te tremer!

A ingenuidade é a estrada

Que traz de volta, sempre

Aquele que porta a adaga

E a crava novamente, com vil intenção,

Dentro do teu sempre inocente

Coração.





 


 




 


 


 



terça-feira, 29 de novembro de 2022

É SOBRE O TEMPO

 


 


 


 




E tudo isso é sobre nós,

Sobre o tempo que temos vivido,

O tempo que tem nos atravessado

E arrancado, aos poucos,

As nossas tintas.


É sobre a vontade, e sobre a vida,

A maneira como nos torcemos

Tomando formas mais sofridas,

Tentando ter o que não temos,

Ser o que não somos,

Saber o que não podemos.


 E tudo isso assim tem sido,

Desse jeito, exatamente,

E a mente cria correntes,

Obstáculos intransponíveis

Que nos mantém tão sem nós,

Tão sem voz,

Tão sem tempo...






 


 




segunda-feira, 28 de novembro de 2022

VOZ

 




 



Voz que viaja, se erguendo

De sustenido a sustenido

Mas nunca chega a um par de ouvidos.

 

Voz que se eleva, e que grita,

Aflita, inflama as amídalas,

Faz racharem as xícaras

E os copos

Na cristaleira de vidro.

 

Voz que ecoa, e se ergue

Com força

Num peito vazio,

Onde os ecos se sobrepõe,

E se repetem, incontidos.

 

Voz que chora, e se desfolha

Qual margarida entre os dedos

De alguém indeciso.

Voz que se cala, finalmente,

E que adormece, infeliz,

Em um calado grito

Que estanca, mas desagua em cascatas

Sobre o travesseiro, perdido.




 

segunda-feira, 31 de outubro de 2022

ERVA DANINHA





A erva daninha crescia, devagar,

Junto ao muro de pedra.

Todos os dias, alguém vinha,

Puxava a plantinha,


Arrancava, sem dó,

A erva daninha.

Mas o que esse alguém não sabia,

É que as raízes cresciam, felizes,


Por baixo do solo,

Se espalhando,

Sem ninguém notar,

Indo crescer em outro lugar.


 E é esta a história 

De nossas vidas.




 




 




segunda-feira, 26 de setembro de 2022

SOLTA



Eu deixo meus olhos livres

Na paisagem da montanha.

Foco no pôr do sol, 

Presto atenção no vento 

Que passa brincando entre as lâminas

Do gramado. 


Guardo bem dentro de mim 

Tudo o que me constrói,

Deixando do lado de fora

As opiniões, os conceitos 

E as malfadadas setas.


Decidi que não sou alvo,

Mas sim a flecha certeira

Que mira nas nuvens, nas estrelas,

Nas gotas de chuva que formam  alvos

Dentro dos plácidos lagos.


O meu pensamento volátil

Me salva dos robustos monstros,

Me eleva por cima das ruínas

Onde se mexem as criaturas

Que catam no lixo da vida

Seu alimento.


Não acho que eu seja melhor,

Apenas fiz minha escolha

Baseada em equidade:

Um caminho mais vazio, por fora das bolhas,

Bem longe daquilo que chamam

De  vida em sociedade.


Não peço a ninguém que me entenda,

Muito menos, que me sigam;

O meu caminho é o mais difícil,

É só para quem não tem medo

De adormecer sozinho

No degredo.


Ah, criaturas que se mexem

Envoltas em suas ataduras!

Se ao menos olhassem as costas

Que me voltam, nas junturas,

Descobririam, estupefatas,

O nascer das próprias asas!








quarta-feira, 21 de setembro de 2022

EU

 




Eu tenho passado por mim

Inúmeras vezes

Ultimamente.

Estanco meu passo de repente

Fitando a minha imagem que passa,

E ela segue seu caminho

Indiferente.

 

Às vezes, não me reconheço,

Embora eu saiba que ela

Sou eu.

Mas ela vive em outro tempo,

O qual não mereço

E ao qual não mais pertenço.

 

Fantasmas seguem seus passos,

Mas ela, cansando-se deles,

Joga-lhes algumas migalhas,

Tralhas do inconsciente,

Que  eles, de joelhos,

Colhem  pelo chão.

 

Eu tenho dela saudades,

Mas sei que é um amor platônico

-Sempre foi, sempre tem sido,

Sempre será,

Pois os passos de quem fui

Jamais voltam no caminho,

Não olham para trás.

 

Eu tenho passado por mim

Inúmeras vezes

Ultimamente,

E quando eu me olho, compreendo

Que preciso aprender

A me esquecer,

A me deixar ir.




 

 

sábado, 17 de setembro de 2022

BIBELÔ

 



 

Todo dia eu amanheço,

Solto meu canto de dor.

Há quem diga que é alegria,

Há quem diga que é amor.

 

Pulo de lá para cá,

Olho de cá para lá

A paisagem limitada

A que alguém me condenou.

 

Minhas unhas, tão pequenas,

Crescem mais do que deviam,

Enrolam-se feito um fio

Na prisão das minhas penas.

 

Crime algum eu cometi,

Mas fui sempre condenado,

E me deixaram aqui

Esquecido, malcuidado...

 

A minha pequena história

Se arrasta sem piedade,

Não tenho nenhuma saudade,

Já que nunca tive vida...

 

Jamais haverá saída

Para tanta solidão!

Pois enquanto os outros voam,

Só mingua meu coração...


Por minha pequena ração

Diária, jamais serei grato...

Queria colher lá no mato

Aquilo que eu desejasse.

 

Meus sonhos são sobre um dia

Que alguém mais distraído,

Deixaria a porta aberta

E eu, então, escaparia!

 

Todo dia, a mesma sina,

Arremedo de alegria,

Pois alguém prendeu meu canto

Nessa sala tão vazia!

 

Sou um mero bibelô,

Objeto articulado

Sem futuro, sem passado,

Vítima da vaidade

 

Ou quem sabe, da crueldade,

De alguém frio e covarde

Que me usa para alívio

Da sua infelicidade?

 



 

segunda-feira, 5 de setembro de 2022

ELA




Ela era uma nuvem que passa e ninguém vê,

Um poema épico que ninguém jamais leu,

Escrito à sangue no coração de Deus.


Uma pena soprada por um vento em desatino,

Folha temporã caída da árvore do destino,

Fruta  tão doce que ninguém colheu.


Ela era uma passagem bem no meio do tempo,

Que levava do Nada à Plenitude,

Mas que muitos temiam como a finitude.


Ela tinha cores claras e sempre discretas

Que compunham suas vestes na dor e na festa,

No rosto,  o mesmo riso ante o sol e a tempestade.


Ela não compreendia o que era saudade,

Pois nuvem que passa se derrete e vira rio,

E o frio se transforma novamente em verão.


Ela era o ‘sim’ que se escondia no ‘não’,

O doce reencontro após um amargo adeus,

A canção das estrelas em lenta escansão.


E ela sempre passava, e passando, ninguém via,

Ela era a eternidade vivendo em um só dia,

Era o som da palavra que ninguém ouvia.


E até hoje ela passa, e passando, se vai

Entre passos, poemas, e letras, e estradas,

Deixando as pegadas que nós, distraídos,

Com os pés, apagamos, até não restar nada.








terça-feira, 16 de agosto de 2022

AS PRINCESAS CANSADAS

  

 





Lá estão elas:

Entre pratos e panelas,

Vassouras de palha,

Canteiros de flores,

No pregão da feira,

Ônibus lotados,

Trânsito caótico,

Crianças chorosas,

Maridos sentados 

Com olhos pregados

Nas faces das telas

 

 

Cotovelos colados

Nos beirais das janelas,

Elas olham a vida

E esperam que a vida

Também olhe para elas...

 

As princesas cansadas

Anônimas fadas

Bruxas disfarçadas

Sentam-se, desoladas

Nos degraus das escadas...

 

Lá estão elas,

Cartazes em punho

Procuram motivos

Direitos, pedidos 

A reivindicar.

- Não por convicção,

Mas por necessidade

De alguma emoção...

 

Algumas  disfarçam 

As mãos calejadas 

De torcerem as roupas

(Pois são liberadas)

Mas lavam calçadas,

Apontam cadernos

Com dedos compridos,

Ensinam lições 

A todos os filhos

(Quem sabe, aos maridos).

 

As princesas cansadas

Ajeitam as mechas

Caídas na testa;

Esmaltam as unhas,

Afiam as garras,

Se cobrem de trajes

Modernos e belos,

E limpam as casas

E quaram as roupas

Na parte escondida

Dos velhos castelos.

 

Há Brancas de Neve

Que sempre adormecem

Em caixões de vidro

Sonhando que um dia

Serão despertadas

Por um cavaleiro

De berço tão raro,

E um dia, despertam

Um tanto assustadas

Sob as duras patas

De um grande cavalo.

 

Há belas donzelas,

Sapatinhos de vidro

Um tanto apertados,

Assistem às novelas

Essas Cinderelas

Sonhando sandálias

Ou até quem sabe,

Bem secretamente,

Terem pés descalços...

 

Princesas cansadas,

De de dentro das casas

Elas se observam 

Das suas janelas:

"Quem é a mais bela,

A mais liberada?

 - Aquela parece

Estar bem cansada!

A outra está velha,

A outra é demente,

E a da casa em frente

Jamais vi os dentes..."

 

Tem uma que chora,

E outra que apanha,

Mas não vai embora;

A outra trabalha,

E nunca tem tempo

De vir à janela,

De ver a novela,

De olhar-se no espelho

E se perguntar

Se a vida que leva

É o sonho dela.

 

Tem uma que prega

Que é muito feliz

Estando sozinha,

Alega ser dona

Do próprio nariz,

Alega ser livre,

Ser empoderada

E viver em paz.

Mas tudo é mentira,

Pois sente-se só,

Pois sente que a cama

É grande demais.

 

As princesas cansadas,

Solteiras, casadas,

Ou divorciadas,

Postam suas fotos

Sempre sorridentes,

Não importa se mentem,

Não importa se a vida

Que as está levando

Não está costurada

Nos pontos das plásticas,

Não está congelada

Na mágica editada

No tóxico botox,

Na forma perfeita

Siliconizada.

 

A vida que vai

Não fica parada,

Não se eternizada 

Como uma elegia

Nas fotografias

Por elas postadas.

 

Não sabem quem são,

Não sabem de nada,

Só levam a vida

Que pensam que a outra

Princesa cansada

Tem como perfeita;

Não tiram o pó

E queimam o jantar

A fim de postar

Só mais uma foto,

Só mais uma selfie,

Só mais uma,

Só mais,

Só...

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



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