A minha alma hoje mora
Na beira de uma estrada
Por onde ninguém passa.
Sentada, ela sempre aguarda
(Mas sem expectativas)
Uma manhã sem auroras.
Às vezes, ela descansa
Na copa de uma árvore
Plantada na encruzilhada.
Num galho, minha cauda enrolada
Assim, meio por acaso,
Me balança sobre o nada.
A minha alma vã medita
Em uma caverna profunda.
Do fundo, eu enxergo a lua
No céu de uma noite infinita,
Mas embora eu às vezes grite,
O eco não responde.
Minha alma não tem nome,
Mas ela sempre usa o meu.
E ela repete uma prece
Pelo que de mim morreu
Numa entrega abençoada,
De uma dolorida fome.
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