witch lady

Free background from VintageMadeForYou

domingo, 3 de junho de 2012

Dica


Como deixar de receber emails indesejados?

Você clica em 'responder.'

Aparecerá, no topo do email, do lado esquerdo, o seguinte: "You are subscribed to email updates from ______________ (nome da pessoa);

Em baixo: "To stop receiving these emails, you may unsubscribe now." Você clica ali, e uma janela se abre, perguntando se você tem certeza que quer executar a ação. Você clica em 'Yes' e pronto: você não mais receberá os emails!

Acabo de fazê-lo, e dá certinho!


Boa sorte!

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Domingo na Praça

Praça da Liberdade, ou Praça Rui Barbosa, Petrópolis

Esta praça é o nosso 'Central Park...' É ali que as pessoas se reúnem  com suas crianças nos finais de semana, para tomar sol sentados nos banquinhos de pedra, enquanto os pequenos se divertem nos balanços e gangorras, ou andam de bicicleta. Tem também os tradicionais passeios de bodinhos (ai, que dó deles...). Mas apesar de hoje eu sentir muita pena ao vê-los puxando as carroças, às vezes, com três crianças, quando eu era pequena também adorava passear de bodinho!

A gente passa, e logo sente o cheirinho de pipoca e algodão doce... também é ali que os casais de namorados costuma marcar encontros.


Um lugar delicioso, onde gosto de apenas sentar-me e observar o movimento... depois, um passeio à pé pelas redondezas, e ali pertinho podemos visitar a Casa de Santos Dumont, A Encantada. Ou quem sabe, ir ver as figuras do Museu de Cera. Mas se a fome 'pintar,' você pode almoçar no Liberty Garden, ou fazer um lanche na Confeitaria Katz, tudo ali pertinho. Se prefere massas, atravesse a rua e vá ao Luiggi.

Para fazer a digestão, uma boa pedida é passear a pé pela Av. Koeller e ir visitar a Catedral São Pedro de Alcântara; disposto a andar mais um pouco? Cruze a 13 de Maio e visite o Palácio de Cristal!

Esse Curinga está simplesmente perfeito!

Palácio de Cristal

NATUREZA



Não, não vou falar da beleza
Da natureza; fugirei a tal cliché.

Mas as gotas nessa folha,
Gotejaram ao contrário,
Para dentro dos meus olhos...

Mas eu disse, eu não queria
Falar sobre a natureza...

Tentarei sempre evitar 
Rimas pobres que me ocorrem;
Mas... como falar de beleza?

A natureza é um sentido,
Que se sente sem dizer...

Não, não vou falar da beleza
Da natureza; fugirei a tal cliché?...
É preciso sutileza...

LIXO no LIXO! - Faxinando o blog



Joguei o lixo no lixo,
Como deveria fazer,
Eu quero um espaço limpo,
E uma vassoura resolve
Quando o lixo ganha espaço
Querendo se intrometer.

Não venha me doutrinar,
Pois não tens conhecimento
Para tentar me mudar;
Eu sou aquela que sou,
Tua terapia é inútil,
É livre o meu pensamento.

E se te desagrado tanto,
Sinto muito, nem pensei
Que a minha simples presença
Neste blog tão pequeno
Despertasse mal-querença
Em quem nem imaginei...

Siga em paz o teu caminho,
E eu, seguirei o meu.
Não preciso ir onde estás, 
Nem você, vir onde estou,
Sinto muito se tu achas
Que o meu brilho a empanou.

O meu nome em tua boca
Nos emails que mandou
Para todas as pessoas
Dizendo ser eu a louca,
Tentando me denegrir
A ti mesma denunciou!

Ninguém jamais recebeu
Qualquer mensagem de mim
Falando de tua pessoa,
Pois eu não perco meu tempo
Fofocando qual comadre
Sobre gente que destoa
Do que eu chamo 'gente boa!'

Espero que os teus anjinhos
Possam limpar tua alma
Da tua tola pretensão
Que corre solta em tua língua
Ao achares que és tão nobre,
De energia imaculada
Enquanto me arrastas no chão!

Reze muito, pois precisas,
Tua energia anda má...
Senti-a nas letras vermelhas
Garrafais, que tu usastes
Para jogar-me palavras
Como pedras sobre telhas!

Minha porta está fechada
A tua má influência,
Pois eu não sou quem tu  pensas,
Não sou fraca nem covarde,
Não uso de meias palavras
Para provocar alarde!

 Não camuflo quem eu sou,
Eu não finjo gentileza...
Não sorrio pela frente
E por trás, rangendo os dentes,
Solto impropérios sujos
Sobre as vidas de outras gentes!




quinta-feira, 31 de maio de 2012

Apego ou Amor?




Existem muitas pessoas e coisas que eu amo muito, e pelas quais eu sou extremamente agradecida à vida, que as deu para mim. Algumas delas (as principais) são:


- Meu marido
-Minha família
-Minha cadelinha
-A natureza
-A beleza
-Escrever
-Minha cidade
-Minha casa
-Meu trabalho

Amo todas estas coisas e pessoas. Há dias em que amo a uma delas mais que as outras, mas acho que é assim com todo mundo! Tem dias que estou cansada, e não gostaria de trabalhar, mas tenho que trabalhar; noutros, eu só quero escrever.  Assim como há dias em que tudo o que eu quero, é ficar com minha família. Mas pode ser que amanhã, eu queira ficar sozinha.

Sofreria muito, como já sofri, caso perdesse alguém que amo. Quem não sofreria? Acredito que quem consegue passar por uma perda sem sentir saudades ou sofrer, não amava de verdade. Até Maria chorou pelo seu Filho, quando Ele morreu.

Mas isto não significa apego. Há um período que precisamos para deixar ir embora aquilo qué não está mais aqui. É uma coisa muito pessoal, e apenas quem está passando por uma perda, sabe quanto tempo precisa para superá-la. O importante, é chegar do outro lado, e não ficar pensando que a vida acabou.

Quanto às coisas materiais que eu tenho, amo-as de paixão! Mas se tivesse que abrir mão de qualquer uma delas, eu o faria sem pestanejar, porque eu sei a real importância de tudo. Sei que as coisas materiais estão aqui para serem apreciadas, desfrutadas, usadas e partilhadas, enquanto forem nossas, mas não levaremos nada conosco. E pode ser que amanhã tenhamos que abrir mão de uma delas. Neste caso, acredito que quando a vida diz que chega, é porque chega mesmo. Talvez ela esteja querendo fazer algumas substituições úteis.

Houve em minha vida algumas ocasiões nas quais eu quis muito alguma coisa, e apesar de ter lutado, não as consegui. Mas logo depois, uma outra coisa muito melhor chegou. Por isso, acho importante não se apegar demais , deixando a vida guiar-nos no caminho.

Mas amar aquilo que se tem, é sinal de  gratidão. Sinto saudades de casa quando estou longe, principalmente na hora de dormir: penso na minha casa, nas cortinas do meu quarto dançando com o vento, penso na minha Latifa deitadinha na varanda, minhas coisas, meu trabalho. Antes de dormir, faço uma prece para que tudo esteja igualzinho ao que eu deixei quando eu voltar; que minha casa esteja protegida, minha cadelinha esteja sendo bem tratada, minhas plantas, regadas.

APAGANDO PASSOS





Eu passo,
E enquanto passo,
Com um galho seco,
Eu apago os passos.

Não sigas por aqui.

Eu passo,
Sem olhar pra trás
E meus passos seguem
Sempre para frente.

Já disse, não me sigas.

Eu passo,
Mas não deixo marcas
E se um dia eu chegue,
Estarei sozinha.

Não me acompanhes.

Eu passo,
Vou criando espaços
E cortando as linhas
Dos teus negros laços.

Eu passo; tu? Passado!

QUE...



Que a tua tristeza seja motivo
Para desejares, cada vez mais, 
A alegria.
Que teu desespero te leve sempre
À procura de um caminho de paz.
Que tudo o que der errado em tua vida,
Seja um incetivo para procurares acertar,
Da próxima vez,
E te conduza à novas descobertas,
Novas tentativas,
Novos aprendizados.
Que o desânimo que hora sentes
Sirva-te como uma catapulta
Que te lance longe, no ar,
Sempre para cima!
Que a saudade que hoje sentes
Daquele que se foi,
Lembre-te sempre 
Do quanto foi bom tê-lo em sua vida,
E que cada momento vivido,
Está guardado para sempre, 
Dentro de você, 
Onde ninguém poderá roubá-los.
Que a reposta atravessada que alguém te deu
Te faça ver o quão desagradáveis
São as pessoas que agem assim,
E te faças jamais desejar ser como elas.
Que amanhã estejas pronto
Para teres um dia novo,
Cheio de beleza
Pelo qual te sintas grato ao entardecer.


MINHA CIDADE

Passeio de charrete pelo Centro Histórico

Vivo como um turista dentro de minha própria cidade, e orgulho-me de viver aqui, onde nasci e pretendo morrer. E mesmo que um dia eu vá viver em outro lugar, é aqui que meu coração ficará. Porque existe uma grande afinidade entre Petrópolis e minha alma.

Imagem do Museu de Cera de Petrópolis -Johnny Depp
Imagem do Museu de Cera de Petrópolis - Alfred Hitchcock

Adoro viajar, passear e conhecer outros lugares, mas chega um certo momento em que tudo o que eu desejo, é voltar para cá, e estar junto destas montanhas.
Confeitaria Katz - antiga e muito tradicional na cidade
Petrópolis é também uma cidade de muitas delícias gastronômicas...
Meu bairro 
Casa dos Sete Erros, onde funciona o restaurante Bordeaux

Parque Municipal, onde se pode fazer trilhas, passear e observar a natureza



Catedral São Pedro de Alcântara      






É uma pena que, ultimamente, a cidade esteja quase que 'jogada às traças, devido à má administração...     espero que, nas próximas eleições, as pessoas consigam fazer uma escolha mais altruísta, ao invés de baseada apenas em interesses pessoais, já que, da última vez, o bairro mais populoso elegeu seu representante simplesmente devido ao fato de ser ele um morador do mesmo bairro.     

Desejo que minha cidade seja tratada com mais amor e consideração pelos seus representantes. Que haja melhorias nos transportes públicos, manutenção de parques e jardins, contenção de encostas e prevenção de ocupações ilegais destas, urbanização e saúde .          

A cidade é linda, tem um imenso potencial para turismo, mas pouco é investido neste setor. Precisamos de alguém que ame viver aqui para administrar esta beleza. E as vítimas das últimas enchentes, continuam sem assistência, apesar de o Governo do Estado ter mandado dinheiro para ajudá-las. Tenho uma amiga que mora em um lugar que ainda - após mais de um ano - não tem ponte de acesso. Eles tem que deixar o carro na rua e seguir à pé para casa, passando por uma trilha.


Acho muito triste tudo isso...


            

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Distância em Círculo




Quando alguém se vai,
A distância entre nós e eles
Aumenta, a cada dia,
No início.

É quando brota a saudade,
É quando o lembrar-se de tudo
Torna-se um vício.

Mas o tempo passa, circular,
Levando-nos, todos os dias,
Para mais perto de quem se foi.

E quem sabe, nem mesmo haja
Assim, tanta distância
Entre o Antes e o Depois...


ELEGÂNCIA




Meu poema é pobre, e às vezes, torto,
E já nasce manco, fraco e semi-morto
Muitas vezes morre sem alcançar a luz.

Mas é sempre o semen da  palavra que me escolhe,
E ele se recolhe todo,  a qualquer
Tentativa lúdica de dominá-lo.

Resta-me soltá-lo, e alinhá-lo às linhas,
Na ejaculação de um poeminha torto,
Aleijado, manco, roto, semi-morto,

Um poema tosco que já nasce órfão,
Pois a elegância que tentou gerá-lo
Morre nesse parto do imaginário.

A Joaninha



Ergui os olhos do livro
E uma joaninha
Passeava na parede,
Pintas negras salpicadas
Sobre as suas costas verdes.
E de repente, a história
Que aquele livro contava
Pareceu-me tão fugaz,
E um tanto desnecessária...


Eu Deusa




A formiga se afogava
Em uma poça de água,
Nadando, desesperada
Entre confusa e assustada.

Contemplei-a, em sua sorte,
Lembrei-me das minhas roseiras
Carregadas, aos pedaços,
Por suas longas fileiras...

Mas o dia estava lindo,
E num gesto inesperado,
Recolhi a formiguinha
Em um galhinho cortado.

Salvei-lhe a vida, e a formiga
Naquele exato momento
Picou-me as costas da mão
Num gesto de agradecimento

ONTEM



Eu ontem acordei,
E olhei tudo
Com olhos de primeira vez.

O pássaro que cantava
Ficou mudo, de repente.

Ele aguçou os olhinhos
E mandou-me um outro canto;
Fiquei tesa, sem resposta,
Ao seu doce acalanto.

Eu ontem, ao adormecer
Olhei tudo
Com olhos de última vez...

E a coruja deu seu pio
No galho, junto à janela.

Um arrepio...

Além



Eu olho através de ti,
Para muito além das memórias
Entre aquilo que tu fostes
E o que não és mais agora.

Eu ouço além do teu grito
No que a voz sufoca e cala
E morre assim, ressequido
Entre o silêncio e a fala.

Eu choro com olhos secos
Afogando a tua ausência
Me perdendo em teus degredos
Em busca da tua essência.

Escrevo um poema tosco
E nas linhas, não te encontro,
Pois moras além de tudo
Que eu toco, sinto e canto.

SINCERA



A face de cera, à espreita,
A falácia pontiaguda
Denomina-se sincera
A fera.

As garras rubras de esmalte
Que arranham minha porta
Não encontram quem responda,
Estou morta.

A verdade está cansada,
E casou-se com a mentira...
Hoje, viverá submissa
À ira.

Não existem mais caminhos,
Não encontro mais saída,
Para aquilo que eu sonhava
Da vida.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

TOTALMENTE SEM INSPIRAÇÃO



Aos meus amigos,


Ando sem inspiração, e minha conexão de internet está simplesmente péssima. Peço desculpas por não estar retribuindo-lhes as visitas, mas assim que melhorar, eu volto a postar , ler e comentar todo mundo.

Um grande abraço!


Ana

domingo, 27 de maio de 2012

ANDAR ENTRE AS FLORES




Andar entre as flores
De todas as cores
Todos os matizes
Todos os odores...

Sujar os sapatos 
Na lama do solo
E sentir que vale
A lama na sola.

Andar entre as flores
Requer muita calma
Sensibilidade
Jogo de cintura.

Andar entre as flores
Também quer dizer
Driblar os espinhos,
Picadas de abelhas.

Andar entre as flores
É ver  sutileza
Nela concentrar-se
Diante das dores...

Andar entre as flores
É ver a beleza
Das pétalas caídas
Ao longo do muro.

Eu ando entre as flores,
E aceito os riscos...
O jardim do mundo
Nem sempre é seguro.

PERDIDA DE MIM




Andei tanto tempo perdida de mim...
Quando me busquei, não me reconheci.
Fugi assustada do rosto que vi
No tempo em que andei perdida de mim.

E houve a jornada , o caminho de volta,
A loucura cega, a procura solta,
Até que de novo me reencontrei,
Mas confesso que andei perdida de mim.

Perdida de mim andei tanto tempo
Que eu mal me lembro por onde que andei
Mas sei que voltei mais dona de mim,
Eu não me sabia, mas hoje eu me sei.

E acaso algum dia eu me perca outra vez,
Talvez seja fácil me reencontrar.
Trilhei minha estrada, o caminho se fez,
Hoje eu posso ir, pois já sei voltar.

sábado, 26 de maio de 2012

ANJOS





Anjos

Lá, onde estão todos eles,
N'algum lugar indizível...
Invisíveis, diáfanos seres
Ilhargas dos homens perdidos
Que qual Ícaros lhes anseiam.

Lá, entre o pó das estrelas,
Contemplam-nos, embevecidos.
Sopramo-lhes ansiosas preces
E, na avidez de sermos ouvidos,
Ideamo-lhes o semblante.

Lá, entre o Eterno e o Instante,
Estes místicos seres de bruma
Olham por nós, e a eles oramos.
E em oníricas viagens noturnas
Entre zéfiros e ondas de espuma
Somente Lá os encontramos.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

CONSIDERAÇÕES DE UMA MENINA







Naquela casa, ultimamente, imperava um silêncio misterioso. A menina observava o movimento, o entrar e sair de dentro do quarto do irmãozinho doente. Vinham médicos (estes, sempre carregavam uma maleta e vestiam branco); vinham outras visitas (tias, primos e primas. Os adultos cheiravam à naftalina, e os menores, algo entre chiclete de frutas e tangerina). Todos entravam e saíam após alguns minutos, silenciosamente...

A menina quase não recebia nenhuma atenção, a não ser por algum adulto que, de vez em quando, passava-lhe a mão pelos cabelos.

Apenas a avó conversava com ela. Já muito idosa, ela tentava fazer com que a menina fizesse um pouco de silêncio - afinal, o irmãozinho precisava dormir - e procurava, como podia, substituir-lhe a mãe, ocupada nos cuidados com o menor. Para distraí-la, a avó contava muitas histórias. As duas viviam sentadas na calçada lá fora, entrando e saindo de mundos encantados, onde conheciam fadas, princesas, príncipes e bruxas malvadas - e nem tão malvadas. Às vezes, uma joaninha pousava ali perto, e imediatamente, a avó inventava alguma história sobre ela.

De repente, no meio de uma dessas histórias, a menina pergunta, de sopetão:

"Vó, o que é morrer?"

A velha senhora suspira, e tenta escolher bem as palavras:

"Bem, minha querida... todos nós nascemos, crescemos, daí nos casamos, temos filhos, depois netos... e a gente fica velhinho, velhinho... e depois, morre!"

Ela parece refletir por alguns instantes.

"Só gente velha morre?"

"Não, não... às vezes, gente nova também morre! Podem ficar doentes, ou sofrer algum acidente..."

"Mas... como é morrer?"

Não querendo mentir para a menina, mas também não pretendendo que ela pudesse compreender uma explicação exageradamente elaborada, a avó responde:

"Não sei, querida... alguns dizem que é como dormir para sempre."

"E nunca mais se acorda, vó?"

"É como eu já te disse, não sei. Tem gente que acha que a gente vai para um outro lugar; não com este corpo, mas com uma fumacinha que mora dentro da gente, chamada 'alma.' A alma sai do corpo quando a gente morre, e viaja para outro lugar."

A menina parece lembrar-se de alguma coisa de repente:

"Para o céu!" - Ela diz, apontando a imensidão azul. A avó concorda:

"Sim... para o céu."

"Mas... não tem gente que vira fantasma?"

A avó ri:

"Alguns dizem que sim... mas eu nunca vi nenhum, e você?"

"Eu não! E se eu visse, saía correndo!"

Ela parece ficar quieta por algum tempo, e se distrai, brincando de enfeitar as unhas compétalas de flores. A avó espera, pois conhece  a neta, e sabe que ela terá mais perguntas. A menina olha para ela:

"Vó... quem morre primeiro, gente velha ou gente nova?"

"Ah... geralmente, gente velha."

"Mas então... a vó vai morrer antes de mim?"

"Espero que sim, querida!"

"E antes do meu irmãozinho?"

A menina vê uma sombra passar pelo rosto da avó.

"Não sei, meu bem... você sabe, seu irmãozinho está muito doente!"

"Ah... mas o Totó ficou muito doente um dia, mas depois, ficou bom! Meu irmão não vai ficar bom?"

A velha senhora enxuga uma lágrima furtiva.

"Espero que sim, meu bem... espero que sim..."

Dizendo isso, a avó abraça a menina, e as duas ficam assim, quietinhas, olhando o céu e adivinhando formas nas nuvens.

Enquanto isso, a menina pensa na vida. E enquanto pensa, ela vai crescendo, e compreende que viver ou morrer é apenas uma questão de estarmos vivos, pois não importa quantos anos alguém possa ter, ou caso seja ou não saudável; isso não determinará quem vai antes ou quem vai depois. Quem está doente, pode vir a curar-se, enquanto alguém que está saudável, pode acidentar-se e ir bem antes daquele que está se curando. O dia da morte é sempre um mistério, como misteriosos são os caminhos da vida.

Viver ou morrer são dois lados de uma mesma página, que ninguém sabe quando será virada. Por isso, tudo o que nos resta, é não pensar muito nisso, e deixar que o Vento de Deus decida quando virá-las. Se vivermos com intensidade, teremos vivido o bastante, e isso é o que importa.

Publicado em: 27/12/2010 13:36:02

Parceiros

DESAPRENDA

      Desaprenda E se desprenda Da rede invisível que sufoca.   Questione, e nunca, jamais, Se abandone!   Não deixe que ninguém te ensine, ...