witch lady

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quinta-feira, 14 de junho de 2012

Destinação - do meu livro "Vai Ficar Tudo Bem"





Um por-de-sol à minha frente,
Por trás do ombro,  lua crescente...
Por baixo, a estrada que me leva
E que eu sigo, incontinenti.

Às vezes, rio de contente,
E noutras, rio derramado
Tal qual a lava ainda quente
De algum vulcão eruptado.

Invento verbos, traço traços
Que nunca mais serão traçados,
Destroço o próprio peito, `a guisa
De alguma brisa tifonada.

E o que restar, não será nada
Após a minha longa busca
A fosca luz qu'inda me guia
Há de brilhar na noite escura.

Sei que haverá alguma agrura,
Mas é o horizonte que me guia
E às vezes, uma estrela fria
Que se esconde atrás da lua.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 

DESPEDIDA



¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
Lá na praia ela deixou
Tantas dores e tristezas!...
Veio a onda, e as levou
Para suas profundezas.

O vento cicatrizou
As feridas e incertezas,
Veio o mar, e mareou
E o sal cristalizou
A lembrança que restou...

Numa concha, colocou
A tristeza que ficou...
A jangada carregou,
Yemanjá a desmanchou.

Devolveu-lhe, num colar,
De contas, lembranças felizes,
Que ela passou a usar.

De Mim


De Mim


Tem gente que gosta,
Tem gente que não...
Tem gente que aposta,
Tem gente que torce
Para que eu vença,
Para que eu viva,
Para que eu perca,
Para que eu morra!

Tem gente que sente
Tem gente que esfria...
Tem gente que fala
Pelas minhas costas
Tem gente que entende,
Tem gente que explica
A minha mania
De não me explicar...

Tem gente que segue,
Tem gente que nega,
Tem gente que escreve,
Tem gente que apaga
A minha presença,
Tem gente que pensa
Que até me conhece,
Tem gente que esquece...

Eu sou só aquela
Que pensa e que sente,
Que nega e afirma,
No fundo, sou gente...
E como me amam,
E como me odeiam,
O mesmo se dá
Sobre toda gente...

*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.*.


"Toda unanimidade é burra."

Nelson Rodrigues

DAS SOMBRAS




Das sombras, nascerão rosas!
De dentro da escuridão
Brotarão das mãos Divinas...

Silêncio negro e profundo,
Que envolve e governa o mundo,
Adubo do renascer...


E ao reabrir dos olhos,
Surpresa e arrebatamento,
É isso que quero ver!

E mesmo na incerteza,
Nas sombras, plantarei rosas,
Que um dia, hei de colher...



¨*¨*¨*¨*¨*¨*¨*¨*¨*¨*¨*¨*¨*¨*¨*¨*¨*¨*¨*¨*¨*¨*¨*¨*¨*¨*



¨*¨*¨*¨*¨*¨*¨*¨*¨*¨*¨*¨*¨*¨*¨*¨*¨*¨*

BOAS NOTÍCIAS







Mandem-me boas notícias: 


Digam que a guerra acabou, 


Que quem chorava, se alegrou, 


Que a semente do ódio secou. 










Mandem-me fotos bonitas 


De paisagens comoventes, 


De sorrisos reluzentes, 


E gente cheia de vida. 










Digam que a morte saiu, 


E que não voltará mais 


Que pelo menos, por um ano, 


Não haverá funerais. 










Mandem-me linda canção 


Que me alegre o coração, 


Uma mensagem de vida 


Que expurgue a dor contida. 










Digam-me que, por um tempo 


Sobre a terra, haverá 


Apenas bons pensamentos 


Que tragam contentamento. 










Mandem-me boas notícias, 


Eu aguardo, e acredito 


Que elas hão de chegar. 


Eu estarei à janela 


Fitando o horizonte infinito 


Confiante, a esperar.

Aos Teus Olhos





Aos teus olhos,
Eu me transformo naquilo que tu queres que eu seja:
Posso ser a borboleta amarela que ao teu redor voeja
Ou a mosca azul  nadando no teu copo de cerveja!

Posso ser a velha rabugenta que te irrita ao limite
Ou a princesa encantada na qual  tu acredites!
Se assim me enxergares, eu serei teu pesadelo toda noite,
Ou o grande sonho que tu sonhas, a tua Afrodite!

Aos teus olhos, 
Posso ser  a santa a quem tu oras, ou a esfinge que te devora,
Ou, quem sabe, o único vislumbre que tu tens de uma aurora!

Mas serei sempre, eternamente, para mim mesma,
Apenas eu, a cínica borboleta bêbada e trôpega
Que se embriaga  toda, tropeçando na vontade
Daquilo  que tu pensas que queres que eu seja!

Caminho Escarpado





Por favor, tome cuidado,
O caminho é escarpado!
Pise bem mais devagar
E olhe bem para os lados,
Os seixos no chão são soltos,
Podem fazê-la cair...
Machucar-lhe a confiança
Matar-lhe toda a esperança!

Por favor, tome cuidado,
O caminho é escarpado!
Logo, desce a escuridão
E não mais verás a estrada
Que, lá em baixo, te aguarda,
Tão reta, segura e tão certa!
Pense bem, ainda há tempo
De escolher outro caminho
Pois aquele que escolhestes
Está minado de espinhos!

Por favor, tome cuidado,
O caminho é escarpado!

BRUMA






O que se esconde 
Do nosso mundo
Mas se revela
Por entre a bruma?

Será um sonho,
Um outro mundo
Uma lembrança,
Uma pergunta?

Quem sabe, até
Uma resposta
À tal pergunta
Que não ousamos?

Ou talvez, nada,
Só a brancura
Apenas bruma,
Apenas bruma?...

Alma no Papel





Ponho a alma no papel,
Mas não há papel
Sendo interpretado.
Não sou personagem
Da minha própria vida.

Sou real,
Tenho cara, sentimentos,
Assino embaixo
De tudo o que digo
Com meu próprio nome.

Para mim, é assim
Que deve ser.
Não me importa o que seja
Para você.

Somos livres!

FIM


..E todos correram, assustados,
Na direção da porta aberta
E da única luz que brilhava!

Lá fora, tudo desmoronava,
Lá dentro, a esperança
De uma salvação que os resgatava!

Ouviam os gritos daqueles
Trancados do lado de fora,
Os que não tiveram acesso...

Pensavam que para eles,
Não haveria outro caminho,
A não ser, o retrocesso.

E quando o fim chegou,
Todos morreram, ao mesmo tempo:
Os do lado de fora
E os do lado de dentro.



Dona do Mundo



Dona de tudo, proprietária,
Por ela, e só por ela,
Passavam os que saíam
E os que entravam...

Porteira sagaz,
Tão seletiva,
Ia cortando a todos 
Que não tinham laços,
Cujos passos,
Não conseguia amarrar!

Mas lá no peito, uma amargura,
E uma vontade de morrer,
De chorar!
Matava a liberdade
Porque tinha medo de voar!


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