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LEONA: QUASE UM GÊNIO! |
Todos sempre me disseram que os animais agem movidos apenas pelos seus instintos de sobrevivência. Bem, eu que sempre convivi com eles, acho que nem sempre é assim. Instintos, até nós temos. Mas existem momentos que, sem sombra de dúvidas, pude vê-los agindo movidos pelos sentimentos e pela inteligência. Deixarei aqui nesta crônica alguns momentos que eu mesma presenciei:
- Aleph e sua solidariedade – Eu tive, por quatorze anos, a honra de desfrutar da companhia de um Rottweiller maravilhoso chamado Aleph. Ele era fora do comum! Era muito inteligente. Porém, tinha muito ciúme de suas coisinhas, principalmente das comidinhas – pedaços de pão, ossinhos, etc..., que ele guardava em seu colchonete para comer quando desse fome.
Um dia, meu marido tinha passado por uma situação difícil, e estava muito pensativo e triste. Encostou-se ao tanque de lavar roupas a fim de pensar melhor no que deveria fazer, e Aleph aproximou-se dele, cutucando-o com o focinho e um brinquedo na boca. Mas meu marido, que estava realmente muito triste, apenas afagou a cabeça dele, recusando-se a brincar. Foi então que Aleph fez algo incrível: foi até o seu colchonete e escolheu um pedaço de pão (ele até rosnava se tentássemos pegar as comidinhas dele) e aproximando-se do meu marido, colocou-o em sua mão, como se dissesse: “Não fique triste! Veja, eu dou o meu maior tesouro para você.”
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MOOTLEY: MALANDRO E AMOROSO! |
-Leona e sua estratégia – Hoje, temos dois cães: Leona, uma mestiça de Border Collie e Vira-lata e Mootley, um Cocker inglês. Ele adora roubar as bolinhas dela quando estamos jogando; fica na espreita, e de repente, em uma das jogadas, Mootley sai correndo e agarra-as antes que ela chegue até elas! Leona aprendeu uma estratégia: ao invés de tentar tomar a bolinha de volta, ela pega outro brinquedo e fica jogando-o para cima perto de Mootley, tentando-o; quando ele corre para pegá-lo, ela simplesmente pega a bolinha que ele abandonou, que é exatamente a que ela queria!
Certa vez, notamos que havia uma trilha de grãos de ração que seguia até o muro. Bem, temos um muro de tijolinhos abertos nos fundos da casa, e às vezes, aparecem camundongos por lá, entrando e saindo dos buracos. Eu recolhi a ração da trilha, mas na manhã seguinte, lá estava ela novamente! Leona parecia cansada, como se não tivesse dormido a noite toda. Quando fui limpar o canil, encontrei o corpo do pobre ratinho... ela estivera fazendo a trilha de comida para atraí-lo e pegá-lo, trabalho que provavelmente durou a noite toda! Até hoje, quando aparece um camundongo, ela repete sua estratégia de caça.
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ALEPH E LATIFAH: A GENTILEZA EM 'PESSOA'! |
-Mootley e sua capacidade de compreender – Mootley é muito peludo, e sua pelagem é muita macia e fina, o que faz com que embarace se eu não escová-lo regularmente. E ele adora estes momentos! Gosta tanto, que chega a dormir. Certa vez, eu tinha terminado de escovar um dos seus lados e queria fazer o outro, mas ele não se levantava, por mais que eu o empurrasse. Sem querer, eu disse: “Mootley, vamos escovar o outro lado agora!” Ele se levantou na mesma hora, e deitou-se de forma que eu pude escová-lo. Arrisquei: “Agora vamos fazer a barriguinha!” E ele virou a barriga para cima na mesma hora. Detalhe: eu nunca tinha ensinado essas coisas a ele.
-Latifah, a saudade e o luto – Latifah, nossa cadela Rottweiler que foi contemporânea de Aleph, tinha um temperamento esfuziante e alegre, sempre correndo e pulando, latindo pelo quintal e trazendo brinquedos para nós jogarmos para ela.
Quando nosso Rottweiler Aleph adoeceu, ela ficava perto dele a maior parte do tempo. Mas chegou a um ponto em que o veterinário recomendou uma eutanásia, já que ele era muito idoso, não tinha mais cura e estava entrando em sofrimento. Foi um dos piores dias da minha vida. Tivemos que coloca-lo na mala do carro para leva-lo para a cremação após a eutanásia, e estávamos tão transtornados, que infelizmente nos esquecemos da Latifah, que assistiu a todo processo de longe. Quando chegamos em casa, ela rodeava o carro latindo muito, procurando pelo Aleph. O processo se repetiu durante mais de uma semana, todas as noites quando meu marido chegava em casa.
Latifah: inesquecível.
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LATIFAH ADORAVA ESSE BANQUINHO! |
Logo notamos uma mudança no temperamento dela: não ligava mais para seus brinquedos, recusando-se a trazê-los para nós quando os jogávamos. Seu temperamento mudou, ela não mais corria e brincava. Começou a engordar muito, pois não se exercitava mais. Nós a levávamos para passear todas as noites, e nessas horas, ela se animava um pouco. Mas tornou-se uma cachorrinha quieta, que vivia deitada pelos cantos, até que adquiriu uma doença nos pulmões da qual nunca se recuperou, apesar de nossos esforços para curá-la – chegamos a leva-la a oito veterinários diferentes, fizemos muitos exames e ela tomava muitos remédios, mas aos dez anos, ela se foi. Dizem que as doenças pulmonares são geralmente causadas após uma grande tristeza.
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MINHA DUPLINHA ATUAL |
Há muitas coisas que presenciei enquanto convivi com cães e gatos durante toda a minha vida, e tais experiências dariam um livro. Como nós, eles sentem e demonstram medo, dor, alegria, ciúmes, amor, amizade e toda espécie de sentimento que os humanos podem ter.
Mas se existe uma coisa na qual eu confio, é sua habilidade de demonstrar hostilidade com pessoas que, mais tarde, mostram-se não confiáveis. Neste caso, os cães são o meu termômetro! É natural que um cão lata para quem ele não conhece, mas se após algumas horas ou dias a hostilidade deles perdura, fico sempre de olho.
PS: Post novo no meu blog sobre tarôt, O Caminho do Aprendiz:
https://ana-bailune.blogspot.com/2019/01/o-caminho-do-aprendiz.html