Estrelas que há muito se foram
Emitem seu brilho lá de cima
E distraídos, apontamos para elas...
Como pode ser possível
Que elas estejam lá, sendo que não mais estão?
O vento passa, arrancando as folhas,
E elas sempre voltam a brotar,
Soltam-se sem reclamar,
E nenhuma delas, nenhuma,
Tenta segurar-se.
Quem são essas folhas, em quem tanto confiam?
As águas de um rio passam sobre as pedras,
Tantas e tantas vezes, que as tornam lisas,
Limosas, arredondadas,
Pedras formatadas em vida...
Como podem as pedras saberem mais do que eu?
Como pode o mesmo céu ser azul e ser breu,
E o dia ensolarado de repente virar chumbo
Numa tempestade que arrasta mundos?
Como pode, meu Deus, eu conversar contigo
Sem nem sequer saber de que o teu rosto é feito?
Eu me olho no espelho, e de relance
Rapidamente, em um breve lampejo,
Vejo dentro dos meus olhos estrelas que brilham,
Que estão aqui, mas que já se foram.
Eu deixo que o vento me arranque as memórias,
E as espalhe pelo chão, sem que eu tenha certeza
De que um dia elas voltarão...
O rio passa, e carrega consigo
Tudo o que foi meu, e o que tem sido.
Sobre a minha pele, um musgo antigo,
Escorregadio e muito, muito liso...
Boa noite de paz, querida amiga Ana!
ResponderExcluirQue postagem bem formulada e poetada com reflexão pelos versos e fui perpassando cada um fazendo as mesmas perguntas: Como pode o azul se transformar em breu?
Só mesmo uma Força muito maior do que nós para responder tais mistérios aqui poetado.
Adorei passar nesse post.
Tenha dias felizes!
Bjm carinhoso e fraterno de paz e bem
Profundidade e muita beleza juntas aqui! beijos, tudo de bom,chica
ResponderExcluirAh! As estrelas ... já se foram mas continuam com sua luz resplandecente ... lindo ...
ResponderExcluirBeijão
OI Ana, como sempre seus poemas conversam com nosso âmago.
ResponderExcluirQuero te pedir uma gentileza: Você autoriza postar esse teu poema em meu Diário dos 4 elementos? Porque ele fala dos e elementos de uma forma tão ampla que ilustraria lindamente meu livro.
Não sei ainda aonde ele entrará, mas seus créditos, certamente lá estarão.
Fico no aguardo, obrigada!
ANA ! Que analogia perfeita no final, nossa do início ao fim belo, fazendo-nos pensar, a última estrofe fechou com chave de ouro. bjos
ResponderExcluirUm poema intendo... Lindo demais,:))
ResponderExcluirHoje:-Por vezes existem dias sem cor.
Bjos
Votos de uma óptima terça - Feira.