Me esfolas, me cortas, me cospes,
Sou a mosca flutuante
Que passa pelo gargalo:
Mexo as patas na garganta.
Sou a fome que ainda
Permanece, após a janta,
A mentira que tu contas
Para convencer os tontos.
Sou a herege, a sacripanta,
A que rouba, sem piedade
Os teus sonhos, e os destrói,
Vertendo-os na realidade.
Sou teu saco de pancadas,
A desculpa esfarrapada
Para tua incompetência...
-Na verdade, não sou nada,
Sou bem menos que tu pensas,
Mas me fazes de estrada,
De bandeira, que drapejas
E de alvo, que apedrejas
Para aliviar as mágoas
Da tua vida desgraçada!
Ah, se ao menos eu pudesse
Ser um pouco do que dizes,
Se eu tivesse esse poder
Que tu tanto me atribuis!...
Eu faria uma magia
Mostraria o quanto és nada,
E o quanto eu nada sou,
-Nem ao menos a tal sombra
Que atrapalha a tua luz!...
Hoje eu faço uma elegia
-Presta atenção, estás vendo?
Eu te peço que a escrevas
Na minha última pedra:
"Aqui jaz quem nunca foi,
E continua não sendo."
pura sensualidade ... amei
ResponderExcluirAna, bela elegia fizestes aqui, gostei de ler!
ResponderExcluirAbraços minha amiga, aqui se pode aprender a apreciar lindos versos em todos os sentidos!
Tenhas uma linda semana!
Quanta inspiração bem direcionada!Adorei! linda semana! bjs,chica
ResponderExcluirAna Bailune, o poema, em si, já é magia, por interessante que a sua cadência confere brilho á leitura, Gostei a valer.
ResponderExcluirBeijos
Uma poesia, triste, sofrida....Amanhã, um dia, leremos uma poesia plena de alegria e felicidade.
ResponderExcluirBeijos,
Élys.
Uma bela poesia, mas tão triste que nos mostra uma alma rasgada pela dor, espero que seja só poesia, beijos Luconi
ResponderExcluirOlá,Boa noite, Ana
ResponderExcluirsim,adorei a expressão de ceticismo,melancolia e desencanto...mas, permeado de perceptível ironia...um apelo pungente só será atendido , entendido e compatível se houver respeito, liberdade e amor!
Muito bom!
Obrigado pelo carinho,bela semana,abraços!
Ana, amei "Elegia", poderia elege-la, a primeira das poesias, a partir daí viriam as outras, para mostrar quem és, ressurgindo para nova vida. Seja sempre muito abençoada, abraços carinhosos
ResponderExcluirMaria Teresa
Ana, sempre aplaudo seus versos. Há melancolia no pema, um grito de insatisfação e inconformismo, mas muito belo. Bjs.
ResponderExcluirA melancolia que fica quieta por entre os rabiscos do nanquim. Lindo demais. Ah! Amei a cara do blog. Está show!!!!! Luz e paz. Beijo no coração.
ResponderExcluirAna!
ResponderExcluirSeus poemas são de um enfoque realístico que nos penetra alma e coração! Lindos!
Abraços.