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sábado, 10 de novembro de 2012

Uma Lua a Mais




Que hoje haja
Mais uma lua,
Uma lua a mais
Brilhando no céu
Sem competir
Com a outra lua,
Mas a encantar,
Acrescentar.

Que haja, sim
Uma luz a mais
Para São Jorge  cavalgar,
Mas sem dragões
Que ele precise matar.

Que haja uma lua
A mais, para ser vista
Das janelas, das ruas,
E ser fotografada
Pelos turistas
Nas pistas,
Uma lua a mais 
Para os poetas
E artistas.




sexta-feira, 9 de novembro de 2012

CINQUENTA TONS DE CINZA - resenha






Cinquenta Tons de Cinza - por E.L James, tradução de Adalgisa Campos da Silva
455 páginas , editora Intrínseca
Ano: 2011

O que torna um livro um best-seller?

 Deveria ser a mensagem que ele contém, a beleza, quem sabe, a verdade - mesmo que nua, dura e crua. Senão a verdade, talvez a fantasia que enleva o espírito, ou a trama que prende e amedronta, enfim, o que torna um livro um best-seller, deveria ser algo mais além da mídia.

Mas vivemos em uma época na qual o escândalo e o consumo rápido são o que encanta. Não importa o que um livro contenha, desde que ele seja anunciado por todos os meios de comunicação, apareça nos programas de TV e nas resenhas de jornais. Que ele esteja exposto nas vitrines das livrarias importantes, e que se faça dele tanta propaganda, que lê-lo torne-se uma obrigação. E diz a amiga: "Ainda não leu?! Em que planeta você vive?"

Tive a infelicidade de receber de presente o livro "Cinquenta Tons de Cinza." A pessoa que, com todo o carinho e boa vontade me presenteou, avisou que tratava-se de um livro talvez um pouco pesado (embora ela mesma não o tivesse lido; comprou-o por tratar-se de um best-seller). Pensei em outros livros um tanto pesados que eu lera e gostara imensamente, como os de Rubem Braga, Dalton Trumbo (Uma Arma Para Johnny), Nelson Rodrigues, enfim, livros que contém violência e erotismo existindo dentro de um contexto lógico e interessante.

Cinquenta Tons de Cinza conta a história da jovem estudante de literatura Anastasia, que conhece o jovem bilionário Christian Grey, atraente e misterioso, e os dois iniciam um relacionamento. Até aí, nada de novo, a não ser pelo fato de que Grey promete casar-se com ela apenas se ela concordar em assinar um bizarro contrato, entregando-se totalmente às suas vontades sádicas. Bem, isto é o resumo do que está resumido na contra-capa. E não é preciso ler mais nada, pois o resto do enredo, pelo que percebi das páginas que li,  é apenas trocas de mensagens entre os dois, cenas de sadomasoquismo onde Anastasia, submissa,  obedece às perversidades de seu algoz dizendo coisas como 'Sim senhor' (total degradação da mulher) enfim,  pornografia barata  de péssima qualidade.

Se você gosta de pornografia, não precisa gastar $35,00 para comprar este livro; por menos que a metade, você poderá adquirir alguma coisa semelhante (sem as tentativas bizarras de aspirar tornar-se literatura, ou seja, 'cutting the crap') em qualquer sebo ou banca de jornal. E sem sentir-se enganado.






Baile do Cafona











Minha sobrinha Carolina chega aqui em casa ontem, acompanhada de minha mãe e minha irmã. Parecia um tanto constrangida, como alguém que quer dizer alguma coisa e está se segurando. De repente, ela manda: "Mãe, será que eu falo?" E minha irmã: "Fala, pergunta, ué!"

E ela, olhando para mim e torcendo as mãozinhas: "Tia, não se ofenda... mas será que você não teria um vestido antigo, alguma coisa que você não usa há muito tempo?" Minha irmã: "Carol, não é festa do antigo, é festa do cafona!"

Àquela altura, eu estava mais confusa do que antes. Carol continua: "Então, tia, você não teria uma roupa para me emprestar para eu ir ao Baile do Cafona?"

Tensão.

Ninguém está pronto para um momento como este. Você tenta, se esmera para ter uma boa aparência. Usa roupas de marca, vai ao cabeleireiro, faz as unhas, cuida da pele. E de repente, uma sobrinha te pede emprestado um vestido para ir ao baile do cafona.

Examinei, mentalmente, o meu armário, antes de responder. Não costumo guardar coisas que não uso, mas de repente, eu visualizei, lá no fundo, o vestido vermelho de babados sobrepostos. Comprei-o para ir a um casamento, e ele só me deu azar. Durante a festa, havia um barman fazendo 'performances.' Uma delas, consistia em encher a boca de querosene e cuspir fogo. E ele o fez justamente na hora que eu ia passando pelo bar, e como o teto era baixo, ele cuspiu todo o querosene em cima do meu vestido vermelho de babados sobrepostos.

Ninguém está pronto para um momento como aquele, também. Querosene, além de feder, deixa uma mancha gordurosa. Passei o resto da festa fedendo a querosene, e com uma enorme mancha de gordura na frente do vestido. Algumas gotas respingaram no meu cabelo, que ficou um lixo. Pingava querosene do meu chanel com ponta. Em casa, seguindo conselhos, deixei-o de molho em água com detergente de cozinha e a mancha, após uns três dias, acabou saindo. O cheiro demorou um pouco mais.

Na segunda vez que usei o vestido - uma noite de natal - também derramei alguma coisa nele que não me lembro o que foi, e na terceira, quando cheguei em casa, vi que um dos babados estava soltando, descosturado. Enfim, aposentei o vestido fatídico e esqueci-me dele.

Minha sobrinha ficou muito satisfeita com o presente. Experimentou-o e ficou desfilando pelo meu quarto, dando gargalhadas. Bem, eu não achei graça nenhuma... Caramba! Como eu tive coragem de usar aquilo? E para completar, ela ainda tirou o babado da pala, 'para ficar menos cafona,' e pregou umas lantejoulas em volta da gola.

Mas para tudo na vida existe um propósito, e com certeza, o destino daquele vestido horroroso e enfeitiçado -pois eu voluntariamente o peguei no cabide daquela loja, um dia, trazendo-o para minha vida- era ser modelo de baile do cafona. Bem feito para ele!

Espero que a Carolina se divirta, receba muitos elogios pelo seu vestido voo doo e fique longe , bem longe, de garçons que fazem performances.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

TALVEZ...








Estive pensando naqueles que, segundo dizemos, 'morrem cedo.' Aqueles que vão antes, ainda na flor da juventude, e que nos deixam para sempre com um buraco por dentro, pensando no porquê das coisas. Lamentamos sua ida, mas nem sequer pensamos na responsabilidade que eles carregam consigo.

Certezas, não as temos; mas temos as nossas suposições, baseadas em religiões ou concepções pessoais, advindas de diferentes fontes. Eu mesma tenho minhas próprias... é o que eu gostaria de expressar aqui, embora nenhuma delas possa ser especialmente esclarecedora. Estes são apenas pensamentos, conceitos que se formam após minhas reflexões, e que não pretendem nada.

TALVEZ...

Talvez, aqueles que vão primeiro carreguem nos ombros grandes responsabilidades; nós ficamos aqui, lamentando a perda de um ente querido, enquanto os que se vão, perdem, de repente, todos os entes queridos de uma só vez, e precisam adaptar-se à estas perdas.

Talvez, eles tenham ido primeiro porque tivessem importantes lições a ensinar aos que ficam; lições de fé, perseverança e amor. Talvez eles tivessem como missão ensinar-nos a imprevisibilidade da vida, e a necessidade de aceitarmos as coisas que são.

Talvez eles precisem, ao chegarem seja lá aonde for, preparar o nosso chegar. Talvez eles estejam lá, para nos receber, quando tivermos que ir também.

Talvez eles tenham descoberto que a morte é algo totalmente diferente daquilo que lhes ensinaram. Que ela não é tão terrível. Nem tão feia e nem tão cruel.

Talvez eles estejam bem perto, bem ao nosso lado, às vezes, e talvez nos vejam e entrem em desespero ao perceber que não os percebemos...  a morte pode não ser a cessação de todas as dores, mas a descoberta de novas.


Talvez a morte seja apenas uma transformação, como dizem as religiões. A mais difícil pela qual tenhamos que passar. De qualquer forma, nunca ninguém jamais voltou para contar como é.

Estas são especulações baseadas em coisas que a gente ouve por aí. Mas é melhor ter alguma base, alguma coisa na qual se apoiar nestas horas, mesmo que todas elas provem estar erradas mais tarde. É melhor do que não ter nada. Pelo menos, tenho a minha intuição, e do outro lado, há apenas um abismo sem fundo. Eu acredito na sobrevivência da alma.

Fico com a minha intuição.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Coerência







Há muito deixei de buscar
Neste mundo, coerência.
É uma difícil ciência,
A arte de se dizer
E de ser o que se diz.

Guarda-chuvas contra flores,
E andanças em jardins
Coalhados de pedras duras
E de escuras sepulturas...

A água fresca cuspida
Veneno, aos goles, tomado...
As amizades traídas
Inimigos exaltados.

Há muito deixei de buscar
Neste mundo coerência...
Pois aquilo que se pensa
Nem sempre é o que é.

Um sentimento escrachado,
Por línguas de fogo e de fel,
Ouvidos atentos procuram
O som que os tire do céu...
Assassinos desalmados
De almas e de poesias
Mil poetas degolados
Sobre a lage branca e fria.

Há muito deixei de buscar
Neste mundo, coerência...

Cliché





Clichè
*****


Talvez morrer seja a coroa da moeda,
A profecia que o religioso prega,
Fechar os olhos e abri-los n'outro mundo,
Talvez  morrer só seja um sono mais profundo...

Talvez morrer seja esquecer o que viveu,
E acordar em um geena pessoal,
Compreender que tanto faz o Bem ou o Mal,
Que é inútil repensar o que viveu.

Talvez morrer seja o clichè que Deus prepara
E que quem chega do outro lado, se depara
Com a mesma vida que viveu  nesta existência,
Talvez morrer nos traga um pouco de decência...

Talvez morrer não seja nada, e nada exista,
Um precipício todo branco, cuja vista
Nos deixe cegos, nos tragando totalmente
E ao cairmos, nada mais se sinta ou pense...

Talvez morrer seja a maior das recompensas,
Após a vida de tristeza e de carência
Que empurramos, todo dia, nesse mundo,
Talvez morrer seja o retorno ao  Oriundo...

Talvez morrer seja igualzinho à própria vida:
Uma piada que algum bebum contou,
Da qual ninguém jamais sorriu ou entendeu...
Talvez morrer seja o avesso do seu eu!

*

Confiança










CONFIANÇA

Confio mesmo, é em mim mesma
E mesmo assim, não totalmente
Pois mesmo que eu desconfiasse
Que eu não sou de confiança
Confiaria, assim mesmo
Nessa mesmice previsível,
Pois nem eu mesma sei ao certo
Até aonde sou confiável
A mim mesma, ou a você...

Confio, mesmo desconfiando
Naquilo que eu aprendi
E mesmo que eu esteja errada,
Apenas tive o que pedi...
Quanto ao te dar o que pedires,
Mesmo que implores, não garanto...
Mas mesmo assim, eu admito,
Que vou tentar, mesmo chorando,
Pois mesmo que eu não consiga,
Eu tentarei, mesmo que eu morra
E eu morrerei, mesmo, tentando!





(Um poema para não ser entendido, mesmo. Pode confiar).

terça-feira, 6 de novembro de 2012

O Inesperado








Ontem fomos dormir ouvindo o barulho dos baldes d'água que São Pedro derramava no mundo. Acordo hoje de manhã e, enquanto desço as escadas, deparo com uma casa inundada de sol e um céu perfeitamente azul. 

Minha mãe nos dizia, quando éramos pequenos, que quando raios e trovões percorriam o céu, seguidos de um aguaceiro, era porque São Pedro estava fazendo faxina em casa. Os trovões eram o arrastar dos móveis, e o aguaceiro, a água que ele usava para lavar o chão da cozinha. Ainda tenho esta imagem em minha mente, que é evocada todas as vezes que chove forte: um vigoroso senhor de cabelos longos e brancos, barbas longas e brancas, empunhando uma vassoura e jogando baldes d'água e detergente sobre um chão sujo. Só que toda a água da lavagem caía sobre nós, pobres mortais...


É assim, às vezes; para nos livramos de alguma 'sujeirinha escondida', podemos respingar os outros que estão em volta. Não podemos agradar a todos, o tempo todo, e esta limpeza é necessária de vez em quando. Aquele que recebeu os respingos  de água suja, que limpe, ele mesmo, o estrago... 



Ergo os olhos da telinha do computador e olho este imenso e enigmático céu azul, que parece nunca ter ouvido falar de             nuvens e tempestades. Um esquilo brinca de pular em cima do muro forrado de hera, e passarinhos cantam e voam, como sempre fazem. A vida parece definida, segura, como uma história já escrita da qual somos personagens com papéis definidos, cuja única preocupação é ler o script e desempenhar nossas partes. Mas não é assim...



A vida é totalmente inesperada, pois acho que Deus, a fim de livrar-se da monotonia, deu-nos o tal livre-arbítrio, para que possamos fazer as nossas trapalhadas diárias e divertí-lo, todos os dias, de uma forma diferente, enquanto tentamos sair das enrascadas nas quais nós mesmos nos metemos. Ele apenas recosta-se em sua poltrona com encosto dourado, queixo apoiado em uma das mãos e segurando seu cetro de poder na outra, de vez em quando, coçando sua barba branca, e observa-nos... quando, já desesperados, sopramos-lhe uma prece, Ele às vezes a atende, pois é piedoso.



Mas a peça é sempre nova, todos os dias. Mesmo que achemos que nossas vidas são como aquelas peças da Broadway que ficam anos em cartaz, elas não são assim. Ou podem até sê-lo, se assim escolhermos. Mas a escolha é sempre nossa. Escolhemos os atores com quem desejamos contracenar, assim como escolhemos os cenários, a trama, os diretores. Mas em nossa cegueira voluntária, não enxergamos que somos sempre os atores principais desta nossa trama, e que noventa por cento de tudo o que nos acontece diretamente, é por causa de nossas escolhas. Os outros dez por cento, são as escolhas de outras pessoas que vem de encontro às nossas. Bem, pelo menos, fica mais fácil assim, pois podemos incluir tudo o que fazemos de errado nestes dez por cento...



Ora, mas por que comecei esta crônica falando de uma noite de chuva, uma manhã de sol, mãe, São Pedro, esquilos e pássaros, Deus, faxinas, peças de teatro, enfim, fazendo esta sopa de pedra? Confesso que não sei... acontece que sentei-me aqui em minha varanda, e o dia está tão lindo, e meus dedos estão ansiosos para tamborilar no teclado do computador, e o mundo hoje parece tão certo, tão em paz e tão maravilhoso, que simplesmente 'saiu.' Se faz sentido ou não, é o que menos me importa! 



E você, por um acaso, sabe o que está fazendo aqui?




Publicado no Recanto das Letras,  em: 07/11/2010 09:19:37

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Quando um Não Quer...

Crônica baseada no texto "Círculo Vicioso em Nossas Escolas," do blog Rei dos Reis,  de Rilvan Stutzem




Como professora de inglês, dei aulas em cursos e em uma escola particular aqui em minha cidade. Hoje, por opção, leciono em casa, dando aulas particulares.

Em sua crônica, Rilvan discorre sobre a importância da participação ativa do professor na sala de aula, incentivando seus alunos e encorajando-os a participarem, através de aulas criativas e dinâmicas. Concordo plenamente com a opinião expressada na crônica, mas a minha experiência em sala de aula deu-me também uma outra visão: às vezes, mesmo com toda a dedicação, paciência e criatividade que puder ter, um professor não consegue incentivar alguns alunos. Bem, talvez devido à velha máxima de que não podemos agradar a todos.

Mas o problema também pode ser devido à pouca atenção que as crianças e adolescentes recebem em casa. Tornam-se rebeldes e fazem tudo para chamar a atenção dos pais, que precisam trabalhar o dia todo (e alguns alunos vem de lares desfeitos, onde a dificuldade é ainda maior), e não tem tempo para dar atenção aos seus filhos. Alguns, a fim de compensar esta falha, tornam-se demasiadamente condescendentes com seus filhos. Se são chamados à escola devido ao mau comportamento dos mesmos, tentam defendê-los e culpar o professor.

Um professor do Estado, por exemplo, pode passar o dia todo e até mesmo, o turno da noite, revezando-se entre escolas e salas de aula para conseguir ganhar um salário digno, e ser dinâmico cem por cento do tempo, pode ser extremamente cansativo. Não acredito que alguém possa chegar ao último horário com o mesmo pique que tinha no primeiro. Ainda mais quando já fazemos isto há bastante tempo.

Algumas pessoas acham que é dever do professor plantar bananeiras para que as aulas sejam interessantes, e se os alunos não correspondem, a culpa é inteiramente dele - do professor. Sabemos todos da realidade do professor brasileiro. Alguns são até ameaçados de morte pelos seus alunos. A maioria lida com realidades difíceis, e até mesmo em suas casas, tem problemas sérios para resolverem. Assim, lecionar das sete da manhã às dez da noite, e ainda por cima, dedicar seu tempo livre à preparação das aulas, correção de provas e cadernos, etc, recebendo um salário que não corresponde ao seu esforço, e uma reação hostil por parte de alguns alunos, pode ser estafante e frustrante.

Alguns dirão que ensinar deve ser um trabalho feito por pura vocação, mas todo mundo precisa sobreviver: temos contas a pagar! É preciso enfrentar a realidade.

Antigamente, o professor tinha como dever ensinar, e os alunos, cumprir suas tarefas e estudar. Hoje, parece que alguns pensam que basta o esforço do professor, e que exigir retorno dos alunos, poderá deixá-los 'traumatizados,' e pode até mesmo ser compreendido como bullying.

Não é fácil ser professor nos dias de hoje, enquanto ser aluno está se tornando cada vez mais fácil, pois nem mesmo reprovados eles são! Qual a 'vantagem' em estudar, alguns pensam, quando no final do ano, eles 'passam' como os 'otários' que estudaram? Claro, esta é uma visão absurda e imatura, MAS É ASSIM QUE MUITOS ALUNOS PENSAM. Eu mesma já ouvi uma conversa deste teor. O fato, é que vivemos em um país onde a educação de boa qualidade é cada vez menos priorizada, e os ENENS e bolsas-isso-e-aquilo- da vida não melhoram a situação.

Retratos






O sol se põe sobre a roupa que seca,
Beijada pelo vento brando.
Varais de panos e cores
Nas ruas do meu pensamento.

Um aroma de café
Viajando com a brisa.
Pão fresco,
Tilintar de talheres e copos
Na mesa posta.

Outras brisas, outros cheiros,
Ecos de risos
Que soaram em outras tardes...

Mas o tempo é tão ligeiro!...


*

Música - Trilha Sonora da Vida






Quem não gosta de música?

Acho que as pessoas que não gostam de música, são como as que não gostam de animais: tem alguma coisa errada com elas... talvez não tenham ainda aprendido a desfrutar livremente do poder de  sua sensibilidade. Quem sabe?

Para mim, música é muito importante, e posso dizer que aprecio quase todos os estilos de música, desde a clássica , passando pela MPB, dando uma paradinha no estilo Disco, fazendo uma longa estadia no Rock e no Hip Hop e passando férias em vários outros estilos. Acho que música ruim é aquela que é tocada na hora errada, na ocasião errada (bem, isso não vale para o Funk, que em minha opinião, será sempre a música errada, na hora e local errados...).

Confesso que tenho um ouvido bom para música, embora eu não entenda de música nem saiba ler partituras. E dizem que tenho uma voz boa quando canto.  

Quando eu e meu marido viajamos para Visconde de Mauá, descobrimos um barzinho temático cuja música ambiente é toda tirada de discos de vinil. Há vinis espalhados pela parede, e a decoração é toda sobre este tema. O cliente pode escolher a música que deseja ouvir, e é claro, foi um excelente lugar para matarmos as saudades de algumas velhas canções!

A música tem um poder muito grande: ela pode elevar os pensamentos e criar um ambiente de paz e tranquilidade, alegrar uma casa ou uma festa, ou até mesmo, incitar a violência. Por isso, não gosto de funk. 

A música fala bem junto da alma de quem a escuta. Conta estórias, convida a partilhar pedaços de vida, faz rir e chorar. Mas a melhor música, é aquela que consegue chegar naqueles pontos escuros que todo mundo tem dentro de si, pontos escondidos, trazendo-os à luz, ressucitando -lhes a beleza. Este tipo de música pode salvar-nos. Aconselho a qualquer pessoa que esteja de mal com a vida a ouvir um pouco de música.

Parceiros

Wyna, Daqui a Três Estrelas

Este é um post para divulgação do livro de Gabriele Sapio - Wyna, Daqui a Três Estrelas. Trata-se de uma história de ficção científica, cuj...