witch lady

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quarta-feira, 3 de outubro de 2012

ASSIM É A VIDA



Torturo-te devagar
Para que não morras 
De dor extrema.
Dou-te um pouco de cor,
Dou-te um poema.

Vou ceifando laços
Do que não mais serve
E não quer ficar.
Deixo-te uma cena
Bucólica, amena,
Um braço de mar.

Torturo-te decepo
Ligações forçadas,
Forjadas no ninho;
Nos tocos doridos
Faço com que surjam
Novos caminhos.

E a graça de tudo
São as luzes que eu penduro
Por entre a escuridão
Que eu mesma provoco
Sempre que eu te toco
Com minha fria mão.

Torturo-te aos poucos
Com vários requintes
De doce crueldade,
Pois quero que saibas
Na ponta da espada
O que é realidade.

Se há um motivo,
Ninguém jamais disse,
Mas cumpro minha sina
De morder e assoprar,
De dar-te e tomar-te.
Assim é a vida.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

SUSTO








Por mais que luar,
Por mais que estrelas,
A mata é negra
E ameaçadora.
E a lua, enganadora,
Projeta sombras
Atrás de cada arbusto...

A cada curva
Um novo susto.

*

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Às Vezes



Às vezes, os dias não são claros,
E parece que há uma nuvem negra
Pairando sobre tudo.
Nem mesmo o brilho do sol, do lado de fora,
Parece iluminar a escuridão do lado de dentro.

É justamente nesta hora
Que precisamos tirar forças
De onde nem pensamos que ela possa brotar
Para tentar, ao menos tentar...

E mesmo que o mundo inteiro
Pareça ter nos esquecido,
Ainda teremos a nós mesmos, sempre!
Teremos nossos sonhos, a nos contemplar,
A lida do dia, coisas a serem feitas,
Começadas, continuadas e terminadas.

Às vezes, é preciso cortar laços
Para evitar o constrangimento
De não sermos mais amados,
Ou pior ainda,
Descobrir que nunca fomos; tudo era, simplesmente,
Um grande jogo de interesses escusos. 

Todos os dias, alguém pode tentar
Matar a nossa alma,
E pode ser que consigam, 
Com a nossa permissão.
Mas sempre será preferível
Cortar fora um só pedaço
A entregá-la por inteiro
A quem nunca a mereceu.

Às vezes, é preciso fazer escolhas
Muito, muito difíceis para nós,
Mas que sabemos, tornarão mais fáceis
Outros caminhos.

Pois como eu bem já disse,
Às vezes é preciso cortar laços
Para evitar o constrangimento
De não sermos mais amados.





domingo, 30 de setembro de 2012

Névoa da Manhã




Milhões de insetos, por entre a névoa,
Deslizam livres à luz do sol...
Luz matinal, leve, translúcida,
Gotas minúsculas ao arrebol...

Névoa de nuvens de cristais baços
Formando laços por entre as copas
Das calmas árvores, que ainda dormem...
Braços de galhos à luz amorfa!

Névoa, emaranha-te em meus cabelos
Como novelos de branca luz!
Seduz, desperta, com tua mão fria
Desfaz o laço dos meus segredos...

Névoa de gaze, levai meus medos
Desfaça-os todos com os teus dedos...
Solta-os no ar da tua brancura,
Brilhos de insetos em tua candura...

ECOS



Gritos loucos
à entrada da caverna
Onde moravam
(Ou pelo menos, era assim que acreditava)
Os monstros que ela mesma criava...

Eeeeeeco!
-Eeeeeeco!
Respondiam-lhe.
E quanto mais alto gritava,
Mais alto respondiam-lhe os monstros.

Se ao menos ela percebesse...

Canção do Desamor




Canção do desamor 

Sinto muito; não te amo,
Não sei como aconteceu.
Não há rastros do que fomos,
Nem sequer uma lembrança
Que me impeça de esquecer-te.

Pois de ti em mim só resta
Uma ruga sobre a testa,
Uma foto desbotando,
Um odor que sai, lavando,
Um torpor de fim de festa.

Sinto muito; não te amo.
Esse teu suposto amor
Nada é, senão costume,
Deixa em nós um azedume,
Sei que podes me esquecer.

Ao sair, deixe na casa
A cópia da minha chave.
Leve embora teus sinais,
Teus resquícios e lembranças
Mate toda a esperança.

Sinto muito, não te amo!

Estar Triste





Estar Triste

A tristeza
É como a bruma sobre a paisagem,
Ela deixa tudo incerto
E tudo encoberto
Por uma névoa branca e fria.

É um canto Gregoriano
Vindo do fundo de uma igreja,
Um réquiem,
A tristeza...

É um pássaro que olha para fora,
De dentro de uma gaiola,
É alguém que grita sozinho
E sem esperanças
No meio de um deserto,
E que sente uma sede
Para a qual,
Não existe água...
Morre
Aos poucos
De sede.

A tristeza
É descobrir-se cinzento
Em um dia em que tudo é azul.
É não ser capaz de sorrir
Quando a música toca, e todos dançam.
A tristeza
É a criança
Sentada na calçada fria,
Faminta e descalça.

A tristeza é um rio,
Que corre entre pedras limosas,
E tenta chegar até as rosas,
Mas elas morrem secas,
À margem.

Minhas Visitas



Recebo muitas visitas aqui em casa, todos os dias. Além dos meus alunos que circulam, entrando e saindo o dia todo, recebo sempre as melhores visitas que alguém poderia receber: animais! Criaturas puras, encantadoras e cheias de vida, que transmitem sempre as melhores energias do mundo.

Esse cara aí da foto virou um frequentador recentemente. E anda trazendo a sua namorada, uma belíssima Senhora Jacu. Também tem os esquilos (recentemente, um deles passou por cima de meu pé enquanto eu andava distraidamente na grama) os macaquinhos, os muitos pássaros, borboletas, joaninhas, formigas com bumbum dourado, enfim, uma infinidade colorida e alegre de VIDA.

E o melhor de tudo, é que são criaturas cuja presença traz apenas encanto, beleza, leveza, diversão. Eles jamais nos questionam ou reclamam por não terem gostado do tipo de frutas que colocamos para eles, ou das músicas que tocam no aparelho de som, ou das palavras que dizemos. E eu garanto: observando o seu modo de ser e viver, podemos aprender muitas coisas, sempre!

Hidra



Se vais julgar-me,
Faça-o antes que eu esmague
Entre meus dedos
Dos teus argumentos
O arremedo,
Faça-o depressa, e sem medo.

Se vais apresentar a acusação,
Esqueças antes, que tens um coração,
E ao abrir da boca, erga a cabeça...

Mas toma cuidado, pois a vida
Tem tantas cabeças quanto a Hidra,
E todas elas juntas, afinal,
Julgar-te-hão, eu sei, e isto é fatal.


Que a Tua Casa Seja Onde Está Teu Coração



Temos o livre arbítrio para escolher com quem e onde gostaríamos de estar. Temos o direito natural de escolher nossos amigos, manifestarmos nossas idéias e opiniões, de incluirmos e excluirmos quem desejarmos de nossas vidas. Assim, também somos incluídos e excluídos.

E por mais que tentem nos calar a boca, para que deixemos de expressar nossos pensamentos e ideias, jamais devemos baixar as nossas cabeças, aceitando aquilo que os outros nos impõe como certo apenas para 'manter a paz,' às custas de nossa alma. E isto pode significar desagradar a alguns. Pode ser que alguns nos virem as costas, apenas porque não concordamos com eles, e que levem junto com eles, outras pessoas que amamos, influenciadas (mal influenciadas) por suas opiniões. Quando isto acontece, dói; mas é uma dor que vale a pena, pois ficamos sabendo quem gosta realmente de nós.

Não é fácil descobrir que pessoas que vemos crescer, levamos à escola, alimentamos, banhamos, e sempre tratamos com o maior carinho e consideração, nos viraram as costas devido a influências de terceiros; não souberam separar as coisas. Não é fácil descobrir que para elas, nós nunca fomos nada, e que elas podem viver muito bem sem a nossa presença, que julgávamos importante.

Mas ao mesmo tempo, descobrimos que sobrevivemos. E que embora possamos continuar gostando delas, e de longe, desejando a elas tudo de melhor, podemos também viver sem a presença delas. Porque a vida é feita de escolhas; escolhemos e somos escolhidos. Rejeitamos e somos rejeitados. E é melhor , muitas vezes, não matar a si mesmo apenas para fazer parte do rebanho, cujo líder nos sufoca.

Respeito a liberdade de escolha de cada um. A vocês, os meus mais sinceros votos de que sejam sempre muito felizes, e de que percebam que seu lar será sempre onde seu coração está. Espero que as escolhas que estejam fazendo sejam muito bem pensadas, e que o solo sob suas casas seja sempre bem firme.

sábado, 29 de setembro de 2012

OURO



Ouro nas folhas de outono
Que cismam com a primavera
Que pensa que é inverno
E sonha com o verão...

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Wyna, Daqui a Três Estrelas

Este é um post para divulgação do livro de Gabriele Sapio - Wyna, Daqui a Três Estrelas. Trata-se de uma história de ficção científica, cuj...