witch lady

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segunda-feira, 4 de junho de 2012

A Ciganinha





"Vai a sorte, senhora? Tarôt, mão, presente, passado e futuro..."

Este era o seu pregão, a todos  que passavam por ela - uma ciganinha de porte miúdo, já de meia-idade, sentada sozinha num banquinho no calçadão da Praia de Iracema. Tinha os olhos contornados com lápis preto, meio-borrados, e os lábios pintados por um batom vermelho sem-brilho. Cabelos pretos e longos,um tanto ensebados e já ficando grisalhos. As roupas , uma fantasia de cigana, estavam rotas e sujas.

Ela fica ali o tempo todo (passamos por ela duas noites seguidas). Tem o olhar um tanto perdido, e não sei como ela pretende convencer alguém de que é capaz de ler o futuro. Uma pessoa tão sem expectativas... fiquei pensando na possível vida que aquela moça leva: muito pobre, talvez more muito mal ou nem tenha onde morar. Quem sabe, tem filhos pequenos? Ou talvez seja totalmente sozinha.

Pode ser que ela sonhe com uma cigana de verdade, que um dia, há de chegar perto dela, sentando-se ao seu lado, tomando-lhe as mãos e lendo, para ela, um lindo futuro!...

A FELICIDADE É O CAMINHO








Existe uma padaria aqui em Petrópolis, na Rua 13 de maio, que sempre coloca alguma frase de efeito escrita a giz em um quadro, bem à mostra, para ser lida por quem está passando. É impossível não esticar a cabeça para fora da janela do ônibus ou do carro para ler a frase do dia, ou da semana. Às vezes a frase é longa e o ônibus passa rápido demais, então eu leio a segunda parte na volta.


Ontem, a frase lida era a seguinte: "Não existe um caminho para a felicidade: a felicidade é o caminho." Geralmente, eles não mencionam os autores da frase, portanto, mas alguém me disse que foi Gandhi. . 


Achei-a uma frase linda e verdadeira. Sempre temos a impressão de que devemos buscar alcançar coisas materiais ou espirituais a fim de obter a felicidade. Assim, acabamos tornando a felicidade apenas uma angustiante busca, que às vezes se revela infrutífera, já que a maioria das pessoas acha que só pode ser feliz "quando"... 


Acho que a felicidade não pode estar em lugar algum, a não ser dentro de cada um de nós. Através dela, podemos encontrar o restante: as coisas materiais e espirituais, necessárias para completar nossa vivência. Se não carrego comigo a felicidade, serei incapaz de apreciar um belo passeio, uma obra de arte, uma bela música, uma pessoa... quem é infeliz, não vê nenhuma graça na vida. 


Até mesmo para facilitar a cura de uma doença, a gente deve tomar doses diárias de felicidade. O pessimismo- tanto do doente quanto das pessoas que o cercam - só vai servir para agravar ainda mais o problema. Já presenciei muitas vezes, pessoas que se aproximam da cama de um doente com lágrimas nos olhos, mostrando piedade ou consternação, e quando elas se vão, o doente parece ainda mais doente. Outras, chegam contando as boas novidades, insulam otimismo, fazem sorrir. Quando se afastam, o doente sente-se melhor e dorme um sono tranquilo. 


Acho que sentimentos tem o poder de contagiar. Tanto para o bem quanto para o mal. Quem nunca sentiu dor-de-cabeça perto de alguém potencialmente infeliz ou negativo? Quem nunca sofreu o efeito de um "espalha-montinho", ou seja, aquela pessoa que chega em um grupo de outras pessoas que conversam animadamente e, em cinco minutos, todos parecem desanimados e se afastam, um a um? E quem não conhece alguém cuja presença é sempre requisitada, pois tem a capacidade de transmitir a paz a todo mundo? 


Vou repetir esta frase agora, ao final do texto, para que ela tenha realmente um efeito duradouro sobre você, que a lê: 


"NÃO EXISTE UM CAMINHO PARA A FELICIDADE: A FELICIDADE É O CAMINHO!"






PUBLICADO ORIGINALMENTE NO RECANTO DAS LETRAS

A Tristeza e o Dia de Sol



Luz e sombra,
Um pássaro voa,
Outro, se espanta
E foge.

O sol encima,
Lança luz
Sobre a cisma
Derrete a dor

Que profusa,
Escorre em lavas
Adentra a Terra.

Uma nuvem passa,
Sombra ligeira
Que é dissipada.

Prevalece
O azul.


Eu Sonhei que Você Dançava







Eu Sonhei que Você Dançava



Nenhuma música tocava,
Mesmo assim, você dançava
Nos ladrilhos da cozinha...


Passos firmes e seguros,
Braços soltos desenhando
Aquilo que eu estava sonhando...



Sonhei que você dançava,
E bem leve, assim sorria,
Sem pesos, dores ou medos...



O futuro se abria
Te abraçava e recebia
Os teus sonhos, com carinho...



Sonhar era só rotina,
O presente era tranquilo
E o passado, não existia!



O teu rosto estava calmo,
Um sorriso desenhado
Naturalmente, se abria!



Sonhei que você dançava,
E a você eu me juntei
Saboreando a alegria!



Pois sonhei que você dançava,
Sonhei que você sorria,
Sonhei que você sonhava!




domingo, 3 de junho de 2012

A Magia de Escrever








Acho que tenho passado tempo demais escrevendo... mas é uma das coisas que eu mais adoro fazer. 


As palavras e idéias vão surgindo e se entrelaçando... as frases se formam. Adiciono alguma imagem, que eu mesma fotografo e edito, e pronto: nasce mais uma crônica, poema, pensamento ou conto. E quando termino, fico como uma mãe coruja, contemplando meu bebê recém-nascido, mas isso não dura muito, pois logo vem a vontade de escrever mais um. 

Acho que se eu colocasse todos os meus textos em páginas, daria para dar a volta ao mundo algumas vezes com as folhas.

É um vício: até quando eu ando pela rua, tudo me faz ter mais uma ideia para uma crônica, poema, pensamento... acho que ando obcecada. 

Sem contar com os benefícios psicológicos que o ato de escrever traz a todos nós. A gente fica se autoconhecendo (isso, quando não tentamos mascarar sentimentos e mentir para nós mesmos), e até a vida muda. Os relacionamentos, as interações. escrever, para mim, é vital. Gostaria muito de viver disso, nunca mais precisando fazer outra coisa para ganhar a vida. 

Acho que viver é uma experiência riquíssima, e não consigo achar tédio na vida. Mesmo nas situações tristes, a gente encontra alguma coisa útil, um aprendizado, uma nova visão. Acordar todos os dias, olhar em volta com os olhos da alma, ao invés de bufar e dizer: "mais uma segunda-feira!", faz parte da magia de viver. 

É claro, às vezes a coisa desanda, eu perco o prumo. Mas o importante, é retornar ao ponto de equilíbrio, e tenho conseguido fazer isso. Pois escrever me auxilia no caminho de volta. Como eu escrevi em um poema há muitos anos, "Perdida de Mim", aqui publicado: 

"Perdida de mim eu andei tanto tempo/que já nem me lembro por onde que andei/Mas sei que voltei mais dona de mim/ Eu não me sabia, mas hoje, eu me sei.../ ...E caso algum dia eu me perca outra vez/ Talvez seja fácil me reencontrar/ Tracei meu caminho, uma trilha se fez/Hoje posso ir, pois sei como voltar." 

Escrever deu-me esta certeza. Agradeço todos os dias porque eu posso escrever. Agradeço também a todos que tem a paciência de ler meus escritos, do fundo do meu coração. Fico sempre feliz quando fico sabendo que alguém aproveitou alguma coisa deles, sempre!




EXTIRPAR



'Extirpar' é um verbo forte!
Se eu precisar usá-lo,
Que eu extirpe o preconceito,
Mas jamais o meu direito
De lembrar do que foi belo!

As lembranças são relíquias
Da beleza que vivemos,
Das pessoas que se foram
Mas deixaram suas marcas...

As lembranças, fragmentos
De lindos dias de sol,
Da suavidade da chuva,
De um riso qu'inda ecoa...

Se for preciso 'extirpar,'
Que eu extirpe a arrogância
De achar-me sempre certa,
De querer ter dominância!

Que eu extirpe a tal vontade
De estar sempre em evidência,
Perpetrando minha inveja
Aos limites da decência!

Que eu extirpe a ilusão
De estar entre os eleitos,
Que eu extirpe a perfeição,
Essa dama vagabunda,
Que só traz comparação
Da inveja, oriunda!

Quero manter as lembranças
Do que foi bom e bonito,
Que eleva e que me enleva
Às alturas do espírito,

Só quero ter o direito
De errar e corrigir
Os meus erros, sem o dedo
Dos que acham-se perfeitos!




Pequenas Lições




Como seres humanos 'pensantes,' nos achamos superiores às outras criaturas. Julgamo-nos os mais fortes, os que tem mais direitos, os mais inteligentes, os que podem fazer e desfazer, achar e 'desachar.' Se alguém ou algo nos incomoda, achamos lícito matar, afastar, atacar.

Gosto muito de observar a natureza, e dela tiro muitas coisas úteis que trago para minha vida. Outro dia, capinando algumas ervas daninhas, deparei com este grupinho de insetos escondidos sob a folhagem, iluminados apenas por um raiozinho de sol que passava entre as folhas, vivendo as suas vidinhas.

Ocupavam o espaço que lhes era necessário. Permaneciam unidos, sem rivalizar uns aos outros. Não discutiam quem era o mais importante, ou qual crença religiosa era a mais certa, ou delimitavam espaços em volta deles: apenas viviam, e unidos, desfrutavam da vida e do raiozinho de sol que lhes cabia.

Eram tão pequenos, que um olhar menos atento não os teria sequer enxergado. Mas eles não são bonitos?

Capinei o mato em volta deles, e deixei-os ali, onde estavam...

É Batata!!!



Postei a foto da minha Latifa. Achei que ficaria desinteressante postar a de uma batata!


É batata!!!

Este é um texto sobre batatas. Isso mesmo! Ao pé da letra.
Porque hoje eu estava cozinhando o almoço, quando pensei: por que não preparar um purê de batatas? 

Minha história com as batatas é antiga. Sou uma ativa defensora e admiradora delas, desde pequenininha, quando minha mãe dava-me comida na boca: caldinho de feijão, arroz e purê de batatas, que era o único legume que eu aceitava. Só quando já estava adulta aprendi a apreciar os demais legumes.

Voltando ao purê: esqueça a forma tradicional de preparar o purê, com leite e manteiga. Fica bom, mas ele acaba azedando, e não fica com o mesmo sabor, se sobrar do almoço para o jantar. Ao invés disso, amasse as batatas e ponha creme de leite puro. Ele fica delicioso e consistente, exatamente como aquele purê de batatas do filme Contatos Imediatos do Terceiro Grau. E tende a resistir até o jantar!

Mas, caso sobre algum e você não deseje repetir a dose, jogue um ou dois ovos inteiros no que sobrou, acrescente mais tempero, algumas colheres de trigo, queijo ralado e bastante salsa e cebolinha picadas; mexa muito bem, e frite às colheradas. É uma delícia!

Quem resiste a uma maionese de batatas em dias de calor? Com maçã picadinha é dez... batatas ficam maravilhosas de qualquer maneira. Fritas, então, nem se fala! E danem-se as calorias! Eu costumo fervê-las e depois prepará-las ao forno, gratinadas com bastante queijo. Fica chique! Também fica muito bom preparar uma sopa de batatas, deixando-as cozinhar até desmanchar, e depois colocar couve picada bem fininha. 

Existem mil e uma maneiras de preparar batatas. Mesmo quando estou de dieta, jamais deixo de comê-las. Basta não comer arroz, macarrão ou feijão junto com elas, e não vamos engordar.

Jamais conheci alguém que não gostasse de batatas. Ou melhor, apenas uma pessoa: um amigo que morou algum tempo na Inglaterra. Ele disse que serviam batatas religiosamente todos os dias, e ele já não aguentava mais. Por fim, na hora das refeições ele saía de fininho e ia comer biscoitos em seu quarto. Eu acho que eu ia adorar morar na Inglaterra, não só pelo clima, mas pelas batatas também.

Quando eu era bem pequena, espetava uns palitos de fósforos nas batatas cruas, e fazia porquinhos. Pena que minha mãe acabasse sempre servindo os meus porquinhos no almoço. Foi uma época um tanto traumática, ver meus amigos boiando na água fervente...

Batatas são batata, quando se quer preparar uma refeição às pressas, pois elas são muito versáteis. Por exemplo, quando chega alguém de surprêsa para o almoço, é só fazer um nhoque de batatas e jogar um molho de carne-moída por cima. 

Em tempo: quando vier a Petrópolis, não deixe de comer as batatas infladas do Majórica; são batatas fritas que ficam com uma bolha de ar bem no meio. Já tentei fazer em casa, mas não consegui.

Dica


Como deixar de receber emails indesejados?

Você clica em 'responder.'

Aparecerá, no topo do email, do lado esquerdo, o seguinte: "You are subscribed to email updates from ______________ (nome da pessoa);

Em baixo: "To stop receiving these emails, you may unsubscribe now." Você clica ali, e uma janela se abre, perguntando se você tem certeza que quer executar a ação. Você clica em 'Yes' e pronto: você não mais receberá os emails!

Acabo de fazê-lo, e dá certinho!


Boa sorte!

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Domingo na Praça

Praça da Liberdade, ou Praça Rui Barbosa, Petrópolis

Esta praça é o nosso 'Central Park...' É ali que as pessoas se reúnem  com suas crianças nos finais de semana, para tomar sol sentados nos banquinhos de pedra, enquanto os pequenos se divertem nos balanços e gangorras, ou andam de bicicleta. Tem também os tradicionais passeios de bodinhos (ai, que dó deles...). Mas apesar de hoje eu sentir muita pena ao vê-los puxando as carroças, às vezes, com três crianças, quando eu era pequena também adorava passear de bodinho!

A gente passa, e logo sente o cheirinho de pipoca e algodão doce... também é ali que os casais de namorados costuma marcar encontros.


Um lugar delicioso, onde gosto de apenas sentar-me e observar o movimento... depois, um passeio à pé pelas redondezas, e ali pertinho podemos visitar a Casa de Santos Dumont, A Encantada. Ou quem sabe, ir ver as figuras do Museu de Cera. Mas se a fome 'pintar,' você pode almoçar no Liberty Garden, ou fazer um lanche na Confeitaria Katz, tudo ali pertinho. Se prefere massas, atravesse a rua e vá ao Luiggi.

Para fazer a digestão, uma boa pedida é passear a pé pela Av. Koeller e ir visitar a Catedral São Pedro de Alcântara; disposto a andar mais um pouco? Cruze a 13 de Maio e visite o Palácio de Cristal!

Esse Curinga está simplesmente perfeito!

Palácio de Cristal

NATUREZA



Não, não vou falar da beleza
Da natureza; fugirei a tal cliché.

Mas as gotas nessa folha,
Gotejaram ao contrário,
Para dentro dos meus olhos...

Mas eu disse, eu não queria
Falar sobre a natureza...

Tentarei sempre evitar 
Rimas pobres que me ocorrem;
Mas... como falar de beleza?

A natureza é um sentido,
Que se sente sem dizer...

Não, não vou falar da beleza
Da natureza; fugirei a tal cliché?...
É preciso sutileza...

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Wyna, Daqui a Três Estrelas

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