witch lady

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quarta-feira, 30 de maio de 2012

Eu Deusa




A formiga se afogava
Em uma poça de água,
Nadando, desesperada
Entre confusa e assustada.

Contemplei-a, em sua sorte,
Lembrei-me das minhas roseiras
Carregadas, aos pedaços,
Por suas longas fileiras...

Mas o dia estava lindo,
E num gesto inesperado,
Recolhi a formiguinha
Em um galhinho cortado.

Salvei-lhe a vida, e a formiga
Naquele exato momento
Picou-me as costas da mão
Num gesto de agradecimento

ONTEM



Eu ontem acordei,
E olhei tudo
Com olhos de primeira vez.

O pássaro que cantava
Ficou mudo, de repente.

Ele aguçou os olhinhos
E mandou-me um outro canto;
Fiquei tesa, sem resposta,
Ao seu doce acalanto.

Eu ontem, ao adormecer
Olhei tudo
Com olhos de última vez...

E a coruja deu seu pio
No galho, junto à janela.

Um arrepio...

Além



Eu olho através de ti,
Para muito além das memórias
Entre aquilo que tu fostes
E o que não és mais agora.

Eu ouço além do teu grito
No que a voz sufoca e cala
E morre assim, ressequido
Entre o silêncio e a fala.

Eu choro com olhos secos
Afogando a tua ausência
Me perdendo em teus degredos
Em busca da tua essência.

Escrevo um poema tosco
E nas linhas, não te encontro,
Pois moras além de tudo
Que eu toco, sinto e canto.

SINCERA



A face de cera, à espreita,
A falácia pontiaguda
Denomina-se sincera
A fera.

As garras rubras de esmalte
Que arranham minha porta
Não encontram quem responda,
Estou morta.

A verdade está cansada,
E casou-se com a mentira...
Hoje, viverá submissa
À ira.

Não existem mais caminhos,
Não encontro mais saída,
Para aquilo que eu sonhava
Da vida.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

TOTALMENTE SEM INSPIRAÇÃO



Aos meus amigos,


Ando sem inspiração, e minha conexão de internet está simplesmente péssima. Peço desculpas por não estar retribuindo-lhes as visitas, mas assim que melhorar, eu volto a postar , ler e comentar todo mundo.

Um grande abraço!


Ana

domingo, 27 de maio de 2012

ANDAR ENTRE AS FLORES




Andar entre as flores
De todas as cores
Todos os matizes
Todos os odores...

Sujar os sapatos 
Na lama do solo
E sentir que vale
A lama na sola.

Andar entre as flores
Requer muita calma
Sensibilidade
Jogo de cintura.

Andar entre as flores
Também quer dizer
Driblar os espinhos,
Picadas de abelhas.

Andar entre as flores
É ver  sutileza
Nela concentrar-se
Diante das dores...

Andar entre as flores
É ver a beleza
Das pétalas caídas
Ao longo do muro.

Eu ando entre as flores,
E aceito os riscos...
O jardim do mundo
Nem sempre é seguro.

PERDIDA DE MIM




Andei tanto tempo perdida de mim...
Quando me busquei, não me reconheci.
Fugi assustada do rosto que vi
No tempo em que andei perdida de mim.

E houve a jornada , o caminho de volta,
A loucura cega, a procura solta,
Até que de novo me reencontrei,
Mas confesso que andei perdida de mim.

Perdida de mim andei tanto tempo
Que eu mal me lembro por onde que andei
Mas sei que voltei mais dona de mim,
Eu não me sabia, mas hoje eu me sei.

E acaso algum dia eu me perca outra vez,
Talvez seja fácil me reencontrar.
Trilhei minha estrada, o caminho se fez,
Hoje eu posso ir, pois já sei voltar.

sábado, 26 de maio de 2012

ANJOS





Anjos

Lá, onde estão todos eles,
N'algum lugar indizível...
Invisíveis, diáfanos seres
Ilhargas dos homens perdidos
Que qual Ícaros lhes anseiam.

Lá, entre o pó das estrelas,
Contemplam-nos, embevecidos.
Sopramo-lhes ansiosas preces
E, na avidez de sermos ouvidos,
Ideamo-lhes o semblante.

Lá, entre o Eterno e o Instante,
Estes místicos seres de bruma
Olham por nós, e a eles oramos.
E em oníricas viagens noturnas
Entre zéfiros e ondas de espuma
Somente Lá os encontramos.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

CONSIDERAÇÕES DE UMA MENINA







Naquela casa, ultimamente, imperava um silêncio misterioso. A menina observava o movimento, o entrar e sair de dentro do quarto do irmãozinho doente. Vinham médicos (estes, sempre carregavam uma maleta e vestiam branco); vinham outras visitas (tias, primos e primas. Os adultos cheiravam à naftalina, e os menores, algo entre chiclete de frutas e tangerina). Todos entravam e saíam após alguns minutos, silenciosamente...

A menina quase não recebia nenhuma atenção, a não ser por algum adulto que, de vez em quando, passava-lhe a mão pelos cabelos.

Apenas a avó conversava com ela. Já muito idosa, ela tentava fazer com que a menina fizesse um pouco de silêncio - afinal, o irmãozinho precisava dormir - e procurava, como podia, substituir-lhe a mãe, ocupada nos cuidados com o menor. Para distraí-la, a avó contava muitas histórias. As duas viviam sentadas na calçada lá fora, entrando e saindo de mundos encantados, onde conheciam fadas, princesas, príncipes e bruxas malvadas - e nem tão malvadas. Às vezes, uma joaninha pousava ali perto, e imediatamente, a avó inventava alguma história sobre ela.

De repente, no meio de uma dessas histórias, a menina pergunta, de sopetão:

"Vó, o que é morrer?"

A velha senhora suspira, e tenta escolher bem as palavras:

"Bem, minha querida... todos nós nascemos, crescemos, daí nos casamos, temos filhos, depois netos... e a gente fica velhinho, velhinho... e depois, morre!"

Ela parece refletir por alguns instantes.

"Só gente velha morre?"

"Não, não... às vezes, gente nova também morre! Podem ficar doentes, ou sofrer algum acidente..."

"Mas... como é morrer?"

Não querendo mentir para a menina, mas também não pretendendo que ela pudesse compreender uma explicação exageradamente elaborada, a avó responde:

"Não sei, querida... alguns dizem que é como dormir para sempre."

"E nunca mais se acorda, vó?"

"É como eu já te disse, não sei. Tem gente que acha que a gente vai para um outro lugar; não com este corpo, mas com uma fumacinha que mora dentro da gente, chamada 'alma.' A alma sai do corpo quando a gente morre, e viaja para outro lugar."

A menina parece lembrar-se de alguma coisa de repente:

"Para o céu!" - Ela diz, apontando a imensidão azul. A avó concorda:

"Sim... para o céu."

"Mas... não tem gente que vira fantasma?"

A avó ri:

"Alguns dizem que sim... mas eu nunca vi nenhum, e você?"

"Eu não! E se eu visse, saía correndo!"

Ela parece ficar quieta por algum tempo, e se distrai, brincando de enfeitar as unhas compétalas de flores. A avó espera, pois conhece  a neta, e sabe que ela terá mais perguntas. A menina olha para ela:

"Vó... quem morre primeiro, gente velha ou gente nova?"

"Ah... geralmente, gente velha."

"Mas então... a vó vai morrer antes de mim?"

"Espero que sim, querida!"

"E antes do meu irmãozinho?"

A menina vê uma sombra passar pelo rosto da avó.

"Não sei, meu bem... você sabe, seu irmãozinho está muito doente!"

"Ah... mas o Totó ficou muito doente um dia, mas depois, ficou bom! Meu irmão não vai ficar bom?"

A velha senhora enxuga uma lágrima furtiva.

"Espero que sim, meu bem... espero que sim..."

Dizendo isso, a avó abraça a menina, e as duas ficam assim, quietinhas, olhando o céu e adivinhando formas nas nuvens.

Enquanto isso, a menina pensa na vida. E enquanto pensa, ela vai crescendo, e compreende que viver ou morrer é apenas uma questão de estarmos vivos, pois não importa quantos anos alguém possa ter, ou caso seja ou não saudável; isso não determinará quem vai antes ou quem vai depois. Quem está doente, pode vir a curar-se, enquanto alguém que está saudável, pode acidentar-se e ir bem antes daquele que está se curando. O dia da morte é sempre um mistério, como misteriosos são os caminhos da vida.

Viver ou morrer são dois lados de uma mesma página, que ninguém sabe quando será virada. Por isso, tudo o que nos resta, é não pensar muito nisso, e deixar que o Vento de Deus decida quando virá-las. Se vivermos com intensidade, teremos vivido o bastante, e isso é o que importa.

Publicado em: 27/12/2010 13:36:02

Quando eu Olhar Para Trás



Daqui a muitos anos, quando eu estiver pronta para despedir-me desta vida, não darei importância a coisas que geralmente são consideradas importantes : "Quanto você ganhou? Que países visitou? Quantos 'amigos' teve? Quantos vestidos usou? A quantas festas compareceu? Quantas vezes foi fotografada? Ficou famosa? Ficou rica? Quantos amantes teve? Foi 'vencedora?' Foi admirada?"

Daqui a muitos anos, nada disto terá importância. E o que ficará?

Quero que fiquem as tardes ao sol de inverno, quando sentei-me em meu jardim com meu marido e meus cães. Quero lembrar-me da minha juventude, quando eu corria ao sabor do vento - eu sempre amei o vento - e meu corpo era flexível e leve. Quero lembrar-me dos doces de abóbora, sorvetes, xícaras de chá com torradinhas e biscoitos, o bolo que deu certo, as poesias que escrevi, meu livro (ou livros), todos os livros que li e adorei, cujas mensagens ficaram no coração.

Quero lembrar-me dos pores de sol, da chuva, dos animais, da natureza, enfim, com toda a sua generosidade.

Quero lembrar-me dos filmes que me fizeram chorar (de tristeza ou de alegria), mas que despertaram  em mim emoções, como na velha canção do Roberto. Quero estar feliz, pois as despedidas que se deram, terão, finalmente, um reencontro.

Daqui a muitos anos, quando eu olhar para trás, existe um pensamento que eu quero que esteja comigo, naquele último minutinho antes de deixar este mundo:" FOI BONITO!"

quinta-feira, 24 de maio de 2012

LINDAS!...



Lindas, elas nos olhavam,
Com suas faces planas
E cheias de cores...

Algumas perfumadas,
Outras neutras,
Mas todas, absolutamente lindas!

Centenas delas, 
Espalhadas
Diante de nossos olhos abismados
De tanto encantamento,

Descobrimos que são alegres, as orquídeas,
Elas gostam de brincar carnaval!




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