witch lady

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terça-feira, 14 de maio de 2013

Se Fosse Vazio










Se fosse vazio, 

Não contaria, 

Não seria nada, 

Ninguém veria, 

Sequer seria, 

Não doeria. 

Se fosse um buraco, 


Eu passaria, 

Sem perceber, 

Seguiria 

No caminho 

Onde estou. 


Se fosse vazio, 

a gente encheria 

Com o que quisesse, 

Com o que houvesse, 

E inventaria 

Uma nova história 

Sobre o que restou. 


Se fosse uma nuvem 

Ela passaria, 

Choveria, 

Evaporaria, 

Sem qualquer mancha, 

Qualquer mácula 

No azul. 


Se não fosse nada, 

Seria mais fácil; 

Mas o que dói, 

É o que preenche, 

O que a gente sente, 

E jamais esvazia. 





Primeiras Impressões





Trechos do livro "A Primeira Impressão é a que Fica" - por Ann Demerais e Valerie White







O Outro Lado do Filtro: Conheça Seus Preconceitos

(...)1- Você parte de uma informação inicial sobre as pessoas - repara na sua linguagem corporal, no que elas falam e na maneira como reagem.
2- Com base nessa informação inicial, você forma uma impressão a respeito delas - faz suposições sobre o que são e como irão se comportar no futuro.
3- Você passa a vê-las através desse filtro. Como acontece com todo mundo, você acredita ser um bom juiz quando se trata de avaliar a personalidade das pessoas. Nos próximos encontros você procura informações que se ajustem à sua primeira impressão e não presta muita atenção ou até ignora atitudes que não se encaixam a ela.



Alguns Erros Comuns 

Todos nós cometemos alguns erros bastante comuns ao filtrarmos informações sobre os outros. Se você tiver consciência desses erros, estará numa posição melhor para minimizá-los.
Cometemos o erro fundamental de generalização quando achamos que um comportamento específico de uma pessoa define toda a sua personalidade, em vez de atribuí-lo a uma situação particular. Para corrigir isso, tente se lembrar de como as situações desempenham papel importante no modo como as pessoas se comportam e se sentem.  Procure na ambientação ou situação em que se encontram um motivo para ter provocado aquela atitude. Se alguém que você conhece no seu trabalho mostra-se distante ou pouco amistoso,  antes de rotulá-lo pense que talvez ele ou ela tenha recebido alguma notícia ruim ou acabado de levar uma bronca do chefe. Se uma pessoa sentada ao seu lado durante o jantar parece meio reservada, antes de definí-la como metida a besta, imagine que ela pode estar preocupada com algo que acabaram de lhe dizer ou que não está se sentindo bem. Você também pode assumir um papel mais ativo e perguntar-lhe como ela vai ou como foi o seu dia - e aí talvez descubra o que está por trás daquele ar pouco amistoso.
(...)




Embora a tendência a rotular os outros seja comum à maioria das pessoas, todos nós temos certas preferências e passamos por determinadas experiências que nos levam a ter preconceitos e percepções peculiares.

(...) Cada vez que seus caminhos se cruzam com os de alguém, você produz um efeito sobre ele ou ela. E também é afetado pelas pessoas que encontra. Você tem o poder de fazer dessa influência uma experiência positiva, negativa ou até mesmo algo capaz de mudar sua vida. É uma escolha sua.


domingo, 12 de maio de 2013

Nunca Fui Mãe






Nunca Fui Mãe


Nunca fui mãe,
Assim, mãe de ventre,
Mas não quer dizer
Que eu não seja
Uma mãe diferente.

Pois fui e sou
A mãe de gatos,
Joaninhas, colibris,
De muitos cães que já se foram
E de passarinhos,
Que caem dos seus ninhos,
E eu tento salvar...

Fui mãe dos sobrinhos,
Pois levei-os à escola,
Ao médico, ao balé,
Cantei para que dormissem,
Muitas vezes, aconselhei-os,
Alimentei-os,
Ouvi suas piores angústias, 
E mesmo quando eles me esquecem,
Não me esqueço jamais
De nenhum deles.

Fui mãe de alunos
Algumas vezes,
Quando traziam para mim
Seus sonhos despedaçados,
E eu os remendava
O melhor que podia...

Sou mãe de aluguel
Algumas vezes,
E talvez por isso,
Jamais sinta falta
De filhos de sangue,
Ou me lamente
Por não ser mãe biológica.

Pois sou uma mãe
Além da maternidade,
Bem além de qualquer ventre,
De qualquer lógica.

*


A todas as mães, lógicas, biológicas, emprestadas, alugadas, amadas, esquecidas, vivas e mortas, um dia feliz.

Sobre Mães

Sobre Mães








"Amamos as nossas mães quase sem o saber, e só nos damos conta da profundidade das raízes desse amor no momento da derradeira separação." - Guy de Maupassant






"O amor de mãe por seu filho é diferente de qualquer outra coisa no mundo. Ele não obedece lei ou piedade, ele ousa todas as coisas e extermina sem remorso tudo o que ficar em seu caminho." - Agatha Christie






"O coração de uma mãe é um abismo profundo em cujo fundo você sempre encontra perdão." - Honoré de Balzac





Deus nunca perturba a alegria de seus filhos se não for para lhes preparar uma mais certa e maior." - Alessandro Manzoni










"A Gratidão é uma dívida que os filhos nem sempre aceitam no inventário." - Honoré de balzac



Meus passarinhos








Preciso dos meus passarinhos,
Da leveza das asas, 
Das cores suaves das penas...



Preciso do seu movimento,
Ao sabor do vento,
Do canto imaginado.



Deixai-os voar, deixai-os,
Pelas páginas e letras,
Pelas linhas e entrelinhas!



Preciso dos meus passarinhos,
Trazendo no bico
As primeiras letras
De cada poema.


sexta-feira, 10 de maio de 2013

O MAL!!!






O MAL!!!


Com olhos faiscantes,
Arredondava os lábios,
Colando a língua ao céu
De uma boca tempestuosa,
Enquanto dizia
Palavras em polvorosa;
A voz proferia a mesma frase,
Sempre:

"O MAL!!!"

E assim passavam-se os dias,
Sempre de olho nos cantos escuros,
Sempre procurando
O ponto negro
No meio de cada facho iluminado...
E se o vento soprasse, uivando,
Ou uma porta batesse, se fechando,
Uma flor caísse, morrendo,
Os lábios rachados
Iam logo dizendo:

"O MAL!!!"

E nem mesmo se o sol brilhasse,
Se a chuva caísse, lavando tudo,
Se um passarinho, inocente, cantasse,
Veria qualquer outra coisa no mundo,

A não ser o que sempre via,
A não ser o que trazia
Dentro do coração fechado
Que os dedos frios do vento
Tapando os buracos de uma flauta surreal
Faziam soar:

"O MAL!!!"

Morria de medo, morria,
Tinha tanto medo de escuro,
Que nele se escondia 
Para que ele não notasse,
Para que seu pesadelo
Jamais terminasse,
Pois no fundo, gostava de estar
Naquele negrume abissal,
Aonde só divisava

"O MAL!!! O MAL!!! O MAL!!!"


quinta-feira, 9 de maio de 2013

Velhos Amigos








Velhos Amigos- de Oswaldo Montenegro



Velhos amigos vão sempre se encontrar
Seja onde for, seja em qualquer lugar
O mundo é pequeno, o tempo é invenção
Que o amor desfaz na tua mão

Nada passou, nada ficará
Nada se perde, nada vai se achar
Põe nosso nome na planta do jardim
Vivo em você e você dorme em mim

E quando eu olho pro imenso azul do mar
Ouço teu riso e penso: onde é que está?
A nossa planta o vento não desfez
É nunca mais, mas é mais uma vez






Linha Fina





Existe uma linha bem fina
Entre o idealismo e a tirania,
Entre o expressar-se e o calar os outros,
Entre ajudar e manipular.

Existem palavras
Cujos significados
Podem ser dúbios, dobrados
E desdobrados,
Cujo conteúdo pode ser torcido,
Retorcido
E apagado.

Existem pessoas 
Que clamam pela democracia,
Enquanto calam qualquer voz
Que discorde de suas crenças...

E  ainda dizem-se favoráveis
A quem diz o que pensa!

Existe uma linha fina
Entre a polidez e a falsidade,
A maledicência e a opinião,
Entre a mentira e a verdade.

E as marionetes pulam
Ao balançar da linha frágil,
Sem perceberem que só dançam
Quando alguém as movimenta!

E os bonecos seguem -( confiantes?)
Com  seus tristes sorrisos de plástico,
Trazendo as cabeças baixas de medo
Da opinião dos arrogantes.


Hora de Ir





Existe um velho ditado - e é um cliché, mas um cliché verdadeiro - que fala das pessoas que vem para ficar permanentemente em nossas vidas e das que vem só de passagem. As do segundo tipo são bem mais comuns, mas muitas vezes, bem mais importantes, também.

Acho que elas deveriam ser recebidas com reverência; suas presenças, desfrutadas com alegria, e na hora em que elas precisassem se retirar - para cuidarem das próprias vidas e seguirem seus próprios caminhos - deveriam ser efusivamente agraciadas com a nossa mais pura e verdadeira gratidão.Elas cumpriram sua missão junto a nós, e agora, precisam seguir viagem.

Tentar prendê-las por puro egoísmo, é injusto. Foram nossas amigas quando delas precisamos, e agora, necessitam que demonstremos por elas a nossa verdadeira amizade, deixando que elas escolham o que desejam fazer de suas vidas. E embora não seja fácil para nós, que nos acostumamos às sua presença, continuarmos sem elas, necessitamos compreender que é preciso deixá-las ir, e que temos de ser fortes o suficiente para continuarmos sem elas.

Prender-se a elas, e tentar retê-las, só demonstra a nossa imaturidade e  nosso egoísmo. Pagar amizade e dedicação com desprezo e ressentimento, é a pior coisa que alguém pode fazer a outrem. 

Algumas pessoas acham que, por mais que alguém faça por elas, jamais será suficiente. Querem ter todos aos seus pés, mas nem sequer se incomodam em dar um simples telefonema perguntando se você está bem, se precisa de alguma coisa, se está triste. Usam você, sugam tudo o que puderem de você, te procuram na hora que precisam e depois, te esquecem. E são exatamente essas que se ressentem quando você decide ir cuidar de sua própria vida antes que elas tenham acabado de usá-lo. Para elas, mesmo que você tenha dado muito, sempre, elas só se lembrarão do momento em que você precisou dizer 'Não' ás suas necessidades. Não vale a pena perder tempo com esse tipo de pessoa. Para elas, só elas e seus interesses tem importância, e ninguém mais presta.

Pessoas assim tem a habilidade de cuspirem no prato onde comeram e pisarem nas pessoas que, um dia, as ajudaram. Você só é bom enquanto elas precisam de você para alguma coisa; depois, elas te descartam sem a menor cerimônia ou agradecimento. E ainda falam mal de você! E mesmo que você lhes tenha salvo em uma hora muito difícil, elas jamais sentirão uma gota sequer de reconhecimento pelo que você fez.

A ingratidão é um veneno que afasta as pessoas, destrói amizades e demais relacionamentos - românticos, familiares e de trabalho - e deixa, por onde passa, um rastro de dor e solidão. E o único remédio para a ingratidão, é a humildade; mas infelizmente, humildade é aquilo de que os ingratos menos dispõe.






quarta-feira, 8 de maio de 2013

Jamais Diga




JAMAIS DIGA


Jamais diga que não teve escolha,
Ou talvez, que não resistiu...
Existe sempre a dignidade
Entre a tentação e o não.

Jamais diga que não teve culpa,
Ou que alguém te conduziu...
A responsabilidade
É sempre de quem agiu.

Jamais venha pedir-me desculpas
Por agir como bem quis,
Não te peço redenção,
Não sou deus, e nem algoz.

Pois que nunca há de haver
Entre nós, qualquer ciência,
Basta ouvir o coração
Fazer o que diz a decência

Não aquela que eu conheço,
Não a que outros te apontam,
Mas aquela que tu sabes
Guardada em tua consciência!


BARRINHAS

GLÓRIA!





Glória!


Glória ao dia que começa,
Esperança que amanhece,
Rasgo de nuvem no céu,
Raio de luz que desce...


Glória à vida, à paz, ao ser
Cada vez mais, sempre menos
Do que aquilo que me julgo,
Mais que aquilo que me julgas!


Glória à esperança frágil
Que abre as asas, devagar
E se atreve, pouco a pouco,
A jogar-se, a voar!


Glória a ti, a mim, a todos,
Que embalam mais um sonho
Junto ao peito, qual criança
Que acaba de nascer...


Glória àqueles que se atrevem
A apostar no que acreditam,
Aprendendo, todo dia,
Mais um pouco, o que é viver...




O Sonho - Yung




Trecho de "L'âme et la Vie", de Yung


O sonho é uma porta estreita, dissimulada no que há de mais obscuro e íntimo na alma. Abre-se para essa noite original cósmica que pré-formava a alma bem antes da existência da consciência do ego, e que há de perpetuá-la bem além do que jamais uma consciência individual conseguirá atingir. 




Pois toda consciência do eu é esparsa. Distingue entre fatos isolados por meio da separação, da extração e da diferenciação, e apenas é percebido o que pode entrar em contato com o ego. A consciência do ego, ainda quando consegue entrar em contato com as nebulosas mais longínquas, é feita somente de compartimentos bem delimitados.



Com o sonho, pelo contrário, penetramos no mais fundo do ser humano, o mais verdadeiro, o mais geral, o mais durável, naquilo que ainda mergulha no claro-obscuro da noite original, onde era um todo e onde o todo estava nele, no seio da natureza indiferenciada e impessoal.




É destas profundezas, onde o universal  se unifica, que jorra o sonho, seja ele revestido das aparências mais pueris, grotescas e imorais (...) Quando se nos aparecem sem sentido, somos nós os insensatos, desprovidos, segundo toda aparência, desta fineza de espírito necessária para decifrar as mensagens enigmáticas de nossos ser noturno (...). Ninguém duvida da importância da vida consciente e de suas experiências. Por que então duvidar da significação dos acontecimentos inconscientes?




Fazem parte também de nossa vida, e neles, vibra tanto, senão mais quanto em nossa existência diurna; e às vezes, são mais perigosos, às vezes mais salutares que esta.








OS DEGRAUS
Não desças os degraus do sonho 
Para não despertar os monstros. 
Não subas aos sótãos - onde 
Os deuses, por trás das suas máscaras, 
Ocultam o próprio enigma. 
Não desças, não subas, fica. 
O mistério está é na tua vida! 
E é um sonho louco este nosso mundo...Mario Quintana



"Mesmo que seja um sonho, mesmo que seja uma ilusão, se existe dentro de você, é porque é para você. - Zíbia Gaspareto


O Caderno






Há muitos anos, quando eu estudava à noite, fazendo o antigo 'segundo grau' e trabalhava durante o dia em uma loja, tive um colega de escola que adorava filosofia. Ele era um tanto taciturno e sonhador, idealista, contra o capitalismo, a burguesia, o domínio das massas, e sustentava em seu discurso um tanto confuso marxista/comunista/idealista,  uma vontade de mudar o mundo. Ele tinha uma alma aflita.

Certa noite, ao sairmos da escola, ele me procurou com uma porção de cadernos manuscritos, e me pediu que os guardasse. Deu-me também um casaco (até hoje não descobri o motivo), dizendo que ia fazer uma longa viagem - que, na verdade, não durou nem uma semana, e pelo que sei, ele não foi a lugar algum. Fiquei preocupada na época, achando que ele ia suicidar-se, mas após várias garantias de que ele não tinha a menor pretensão de fazê-lo (e porque o último ônibus da noite já chegava no ponto), deixei-o.

Depois, a vida nos afastou. Comecei a namorar meu marido. A escola terminou, casei-me, mudei de emprego várias vezes e não sei, absolutamente, o que aconteceu com ele. Acho que ele me pediu os cadernos de volta, e eu os devolvi, juntamente com o casaco; minha mãe adorava ler aqueles cadernos, e achava que o meu amigo, na verdade, tinha uma paixonite por mim... o que continha os cadernos? Trechos de discursos filosóficos, políticos, religiosos (ele abominava a religião). Coisas de Karl Marx, Nietzsche, Yung, Platão... antes, eu mal havia ouvido falar destes caras.

Bem, depois que minha mãe morreu, enquanto olhávamos as poucas coisas que ela deixou para decidir quem guardaria o que, achei um dos cadernos. Encapado com plástico amarelo transparente, assim que pus os olhos na capa, lembrei-me de meu antigo amigo. Achei curioso que eu tivesse me esquecido de devolver um dos cadernos! Minha mãe o guardou entre suas coisas por mais de trinta anos. 

Percebi, ao folheá-lo, que havia algumas páginas que tinham sido removidas, cortadas com uma tesoura, e que o último discurso terminava repentinamente. Parece que meu amigo havia sido interrompido enquanto o copiava. E lá nas últimas páginas, após algumas folhas em branco, Havia um texto de minha mãe. Um texto que me deixou muito triste, pois falava da solidão que ela sentia e do arrependimento por ter deixado sua própria casa para ir morar com minha irmã. Falava muito de solidão e de não sentir-se adaptada. Este texto foi escrito em 1991, um ano após meu casamento.

Fiquei olhando o caderno, e pensei no trabalho que meu amigo havia tido para copiar, um a um, todos aqueles textos. Na nossa época, lá pelos anos 80, mal se ouvia falar em internet, e ninguém tinha computador em casa. Pensei nas muitas horas solitárias que aquele jovem passou perdido em seus pensamentos e anotações, e no quanto a sua cabeça devia fervilhar diante daquelas ideias tão imensas.

Pensei em toda a tristeza e solidão que minha mãe guardou só para ela durante tanto tempo... e sem que eu jamais suspeitasse de que ela se sentisse daquela maneira. Quanto desperdício!

Transcrevo aqui as últimas linhas escritas por minha mãe, pois afinal, apesar de tantas tristezas, elas provam o quanto ela gostava da vida:

"(...) Às vezes penso que a só a morte poderá me consolar, mas a vida é tão bonita, apesar dos pesares, o mundo é tão belo que ainda não quero este consolo. 
Sei que tudo é ilusão, tudo acabará, nada é eterno, só Deus. Eu não quero ser uma intrusa na vida de ninguém, isso me desgosta muito. Quem sabe, se não arranjo um jeito?
E se a morte é um descanso, eu não quero descansar."

Fico me perguntando: o que faz com que nos distanciemos tanto das pessoas, e tentemos esconder nossos sentimentos e pensamentos com tanta ênfase? O que nos causa tanto medo? Por que achamos vergonhoso revelar o que sentimos e pensamos, se no fundo, todos nós temos medos e anseios tão parecidos? Por que, meu Deus, esse medo de demonstrar fragilidade, essa necessidade de competir, enganar, ser 'mais esperto' e aparentar ser e poder mais que todos, e mostrar-se sempre forte, sorridente, vencedor?

Qual é o problema em sermos apenas humanos?

Qual o problema em dizermos, sinceramente: "Hoje eu estou escuro", ou "Preciso de você", ou "Sinto-me só?" Caminhamos durante toda a nossa vida entre seres que deveriam ser encarados como nossos semelhantes, e ficamos o tempo todo tentando provar que somos bem diferentes deles. Essa solidão, esse medo, e essa tristeza, vem exatamente daí: da nossa decisão de nos negarmos a ter sentimentos reais, dessa mania de evitarmos olhar para dentro de nós mesmos, compreender o que sentimos e partilhar experiências.

Ninguém aqui é super homem! Então, para quê fingir? Por que tentar criar uma capa de falsa felicidade, um verniz que não resiste ao menor arranhão? Se todos tivéssemos coragem de retirar as máscaras, com certeza, o mundo ficaria bem mais leve. E seríamos, quem sabe, felizes de verdade.

terça-feira, 7 de maio de 2013

Que Bobagem!






Que Bobagem!


Eu às vezes penso:

"Que bobagem!

Se tudo isso o que vivemos

Não passa de uma viagem

E logo, logo,

Onde estaremos?"


E a vida de repente

Passa a ter outros valores,

Vejo algumas outras cores

Sobre tudo o que fizemos...


E o que importa, na verdade,

Se, enfim, nada sabemos?


Caminhamos, um a um,

Em direção a um destino

Que se estende, caprichoso,

Entre as flores e os espinhos!


E a única certeza

Nesse vale dividido

Entre prazeres e dores,

É que nem sequer sabemos

Em que porto atracaremos...


Quebrar-se-hão os espinhos,

Murcharão todas as flores.



segunda-feira, 6 de maio de 2013

Ainda Ontem




Ainda ontem
Te vi no brilho do sol,sobre a superfície enrugada do lago,
E ouvi teu riso nas folhas que se moviam ao vento.
Senti teu toque
Ao passar junto às flores que enfeitavam o muro,
E ao olhar para o céu, à noite,
Te vi brincando de voar entre as estrelas.

Pode ter sido apenas
Minha imaginação...
Mas talvez, não.

Ainda ontem,
As gotas de chuva fizeram-me cócegas,
E eram as pontas finas dos teus dedos,
Respirei fundo, e de repente, estavas dentro de mim,
Olhando para fora através dos meus olhos...
Te empresto tudo o que tenho: olhos, boca, pensamento,
Tudo,
Para que possas te expressar.

Ainda ontem,
Ao caminhar, sem pressa, pela rua,
No rosto de cada pessoa, eu vi alguma coisa tua:
Um fio de sobrancelha, a cor da pele, o som da voz,
Uma risada parecida, um andar, um sorriso, um olhar...
Como pode alguém dizer que você foi embora,
Se eu te vi agora mesmo, ainda agora?...

Pode ter sido
Minha imaginação,
Mas talvez, não.

Ainda ontem, 
Pensei em ti com tanta força, mas tanta,
Que eu senti que estavas perto, 
E mesmo assim, eu caminhava em meio a um deserto,
Pois se estendo as mãos, tu não estás...
Mas eu te sinto, te imagino, e lembro sempre
Daqueles tempos em que aqui estavas, sorridente,
Quando o adeus morava muito longe - ausente...

Pode ter sido 
Minha imaginação...
E se foi, 
Que eu não a perca nunca, 
Pois é ela que te traz de volta
Toda vez que a saudade me sufoca.





Eta Gente Chata!




Há um exagero hoje em dia com essa coisa de direitos. Autorais e também de outros tipos. A criatura coloca uma imagem na internet, ou seja, solta-a no mundo, e se alguém a usa em alguma postagem de blog - nem que a imagem se trate de uma simples barrinha - já vem um 'aviso' no lugar da imagem, falando sobre direitos autorais. 

Se alguém , sem querer, coloca um nome que já existe em outro blog, alguém vem dizer que é plágio; tudo é plágio hoje em dia! Eta gente chata. Se um poema tem o mesmo título que outro, é plágio. Como se alguém fosse proprietário das palavras. Nem sabem o que significa plágio, e querem cantar de galo!

Me digam: quem é que tem aí uma ideia totalmente inédita para uma crônica, conto ou poema? Será que é preciso pesquisar arduamente antes de colocar um título em alguma coisa, para ver se já tem outro com título parecido ou igual? Mas que chatice sem medida! Tem gente que nasceu para ser chata e desagradável!

Uma amiga blogueira deseja criar um livro de contos com as histórias de vários autores - sem cobrar nada por isso - mas não consegue contos suficientes, porque as pessoas estão preocupadas com seus 'direitos autorais.' Não querem saber se através de tal publicação poderão ter seus trabalhos mais divulgados. Ela mesma, que está se empenhando tanto para conseguir a publicação, não ganhará nenhum centavo através dela; faz apenas por prazer.

Acho a maior gentileza quando alguém aprecia tanto alguma coisa que eu fiz a ponto de perguntar se poderia publicá-la em outro espaço. Se meu nome estará lá, por que não? 

Algumas vezes, vejo mensagens após algumas publicações: "Este texto está protegido pela Lei de Direitos autorais número tal tal, e blá, blá, blá..." Não sou a favor da violação de direitos autorais, pois acho feio pegar alguma coisa que alguém escreveu e assinar o nome embaixo; mas também acho que existe um pouco de exagero de alguns autores nesse sentido. Para mim, quando eu crio, é para as pessoas lerem, apreciarem, e se quiserem, podem divulgar. Para mim é uma grande recompensa.

Coisa feia é pegar o que o outro criou e assinar o nome como se fosse criação sua; não é só violação de direitos autorais, é cara de pau mesmo. falta de educação e civismo. Mas por que não deixar que outras pessoas apreciem o que fizemos? 

Escrevo pelo prazer de escrever, faço porque eu gosto. Sei muito bem que nunca vou ficar famosa ou rica por causa disso. É divertido, é bom, é gratificante. Já basta.

CHEIROS







Às vezes me chegam uns cheiros

Que eu finjo que não percebo

Para que eu possa manter

Minha própria sanidade...



A verdade - essa bandida

Muda de cara mil vezes

Conforme mil interesses,

Conforme as curvas da vida.


E quem clama por justiça

Traz, sob a manga, um punhal

Escondendo, num sorriso, 

A feia face do mal! 


Às vezes me finjo de morta

Pois só assim, tenho paz...

Mantenho sempre a direita,

Pois ter pressa - Nunca mais! 


Aquilo que cada um faz

É aquilo que bem lhe apraz;

mas mesmo trocando os nomes,

A essência é sempre a mesma... 


E diante dessa certeza,

Não me engano nunca mais!... 











Parceiros

DESAPRENDA

      Desaprenda E se desprenda Da rede invisível que sufoca.   Questione, e nunca, jamais, Se abandone!   Não deixe que ninguém te ensine, ...