foto: da autora, imagem virtual de um computador da cervejaria Bohemia |
A Pedra
Sentado na pedra, ele via
O rio que sempre passava:
"Sempre as mesmas águas,
Sempre as mesmas águas..."
O sol se erguia e se punha
Ante seus olhos cansados.
calado, ele permanecia
Mas o rio sempre corria.
Seres que vinham a margem
Chegados de suas viagens
por horas, ou talvez por vidas
Permaneciam ao seu lado.
(Suas vidas se tocavam
Como o céu e as nuvens, que ao longe
Parecem compor um só quadro
Mas de perto, um é vapor
E o outro, azul infinito,
Sendo que o azul nem existe).
Súbito, o rio chamava
Para si suas criaturas
E elas seguiam viagem
Mas ele permanecia.
E de dentro do rio, quem via,
Achava que ele chegava,
Chegava, mas logo partia
Pois a pedra só passava.