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sexta-feira, 3 de maio de 2013

A Estrada Não Trilhada - Robert Frost




   


Poema "A estrada Não Trilhada" - Robert Frost





Num bosque, em pleno outono, a estrada bifurcou-se
mas sendo um só, só um caminho eu tomaria.
Assim, por longo tempo, eu ali me detive
E um deles observei até um longe declive
No qual, dobrando, desaparecia.

Porém, tomei o outro, igualmente viável,
E tendo mesmo um atrativo especial,
Pois mais ramos possuía e talvez mais capim,
Embora quanto a isso, o caminhar, no fim,
Os tivesse marcado por igual.


E ambos nessa manhã, jaziam recobertos
De folhas que nenhum pisar enegrecera.
O primeiro deixei, oh, para um outro dia!
E, intuindo que um caminho outro caminho gera,
Duvidei se algum dia eu voltaria.

Isto, eu hei de contar mais tarde, num suspiro,
Nalgum tempo ou lugar desta jornada extensa:
A estrada divergiu naquele bosque, e eu
Segui pela que mais ínvia me pareceu
E foi o que fez toda a diferença.

Tradução: Renato Suttana.



Robert Frost

Robert Frost (26/03/1874, São Francisco - 29/01/1963 -Boston) foi um dos mais importantes poetas dos Estados Unidos no século XX. Frost recebeu quatro prêmios Pulitzer. Sua poesia inclui sonetos, poemas em forma de diálogos, poemas curtos e longos. Escreveu também três peças teatrais. Frost tem a capacidade de dar um tratamento simples e ao mesmo tempo, profundo, a temas elementares (fogo, gelo, natureza) tirando verdadeiras lições de moral de sua observação do mundo natural.  - fonte: Wikipedia


Entrega






A ti, somente a ti
Dei tudo o que já nem tinha:
Tantos sonhos e esperanças,
Desejos que eu nem sentia.

Beijos que eu roubei de mim
Como quem se magoava,
Um coração bem fechado
Cuja chave, tu guardavas.

Por ti, e somente por ti
Esperei, sem esperanças...
Ansiosamente, aguardei
E o que recebi, perdi...

Tu, antítese do amor,
Pegaste a dor que eu sentia
E ao final daquele dia,
Devolveu-a bem maior
Do que eu poderia supor!

Tu, cantor dos meus anseios,
Te aninhaste entre meus seios
Paralisando, absorto,
Um coração quase morto.


quinta-feira, 2 de maio de 2013

AREIA E ESPUMA - GIBRAN


Imagem: Salvador Dali - Google





Trechos de "Areia e Espuma", de Gibran Khalil Gibran




"O pensamento é a pedra de tropeço da poesia."






"Em vão, o poeta procurará a mãe das canções do seu coração."




"Se cantares a beleza, embora sozinho e em pleno deserto, terás uma audiência."




"Frequentemente, cantamos acalantos para os nossos filhos a fim de que nós próprios possamos dormir."





"Muitas mulheres ocupam o coração de um homem. Poucas chegam a apropriar-se dele."




"Se desejas possuir algo, não o reclames."




""A generosidade não está em dar-me aquilo de que preciso mais do que tu, mas em dar-me aquilo de que precisas mais do que eu."






"A velhacaria às vezes obtém êxito, mas acaba sempre se suicidando."




""Que direi do perseguidor que finge ser o perseguido?"




"Se a outra pessoa se ri de ti, talvez tenhas pena dela; mas se ris dela, nunca te perdoarás a ti mesmo. Se a outra pessoa te injuria, talvez esqueças as injúrias; mas se a injurias, sempre te lembrarás. Na verdade, a outra pessoa é o teu Eu mais sensitivo, num outro corpo."




"Uma raiz é uma flor que despreza a fama."




"A fama é a sombra de uma paixão exposta à luz."





"Um desacordo talvez seja o espaço mais curto entre duas mentes."





"Aprendi o silêncio com o loquaz, a tolerância com o intolerante e a bondade com o maldoso; estranho, não sinto nenhuma gratidão por esses mestres."




""A sabedoria deixa de ser sabedoria quando se torna demasiadamente orgulhosa para chorar, demasiadamente grave para rir, e demasiadamente egotista para procurar os outros."




"O silêncio do invejoso é ruidoso demais."





"É estranho que criaturas sem espinha dorsal tenham as mais duras cascas."




"Deve haver algo estranhamente sagrado no sal. Encontra-se em nossas lágrimas e no mar."




""Disse à vida: "Gostaria de ouvir a morte falar." E a vida ergueu a voz um pouco mais alto, e me disse: "Estás ouvindo-a a gora." "




"Existe um campo verde entre o erudito e o poeta. Quando o erudito o atravessa, torna-se um sábio; quando o poeta o atravessa, torna-se um profeta."





"Sim, o Nirvana existe: está em conduzir teu rebanho a um verde pasto, e em por teu filhinho na cama, e em escrever a última linha do teu poema."



De Tanto Ódio










O coração afogueado, 


O olhar espantado, 


Seguia-lhe, sem cessar, 


Todos os passos. 


Tossia, às vezes, 


Deixando sair da boca 


Um líquido verde: 


A bile do ódio! 






E torturava-se, 


Rasgava-se, 


Sem nem pensar 


Que só pensava nela! 






Ah, as janelas fechadas 


Quando ele passava, 


As portas silenciosas 


Quando ele batia... 


Elas representavam 


Toda a sua agonia! 






De tanto ódio, 


Morria! 






E vasculhava 


De velas acesas 


Os seus poemas, as suas mesas, 


Procurando pelas sobras 


Das sílabas deixadas... 


-Mas não achava nada, 


Nada... 






Assim seguia, 


A espumar de ódio 


Por aquela alma 


Que o ignorava, 


Sem saber que era o amor, 


Sem saber que era a paixão 


Que naquela direção 


Sempre o guiava! 










Passeio Pelo Estacionamento do Shopping




Feriado. Decidimos fazer algo diferente, e de manhã cedo, saímos pela estrada em direção à Juiz de Fora. Lindo dia, estradas vazias, sol à pino e um calor que nada tinha de sufocante. Curtimos a beleza do caminho, e chegamos ao Salvaterra, logo na entrada de Juiz de Fora, onde almoçamos.

Em seguida, fomos ao Shopping Independência. Santa ingenuidade! Nem sequer calculamos que estaria completamente lotado em um feriado do Dia do Trabalho! Ficamos alguns bons minutos rodando pelo estacionamento, até que, finalmente, decidimos ir embora. Ai, após uma viagem de mais de duzentos quilômetros... mas pensando bem (todo mundo procura ver as desvantagens de não se conseguir alguma coisa), enumeramos as razões pelas quais seria melhor não irmos ao shopping naquele dia:
-Estaria tudo lotado, inclusive lanchonetes , cinemas e restaurantes. Longas filas para tudo.
-Evitaríamos gastar dinheiro desnecessariamente.
-Não ficaríamos presos dentro de um shopping num dia lindo como aquele.

Assim, fomos ao parque da cidade, um lugar lindo, onde passamos uma tarde muito agradável tirando lindas fotos (que ainda não coloquei no computador) e passeando. Enfim, aproveitamos o dia de outra forma; afinal, de nada adianta chorar pelo shopping derramado.

Mas eu queria mesmo era ter ido ao shopping.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Uma estranha Realidade - Carlos Castaneda




Trechos de "Uma Estranha Realidade", de Carlos Castaneda



(...) -Seu problema é que confunde o mundo com o que as pessoas fazem. Ainda nisso, não é o único. Todos nós fazemos isso. As coisas que as pessoas fazem são os escudos contra as forças que nos cercam, também nos dão conforto e nos fazem sentir seguros; o que as pessoas fazem é muito importante em si, mas apenas como escudo. Nunca aprendemos que as coisas que fazemos como pessoas são apenas escudos e deixamos que elas dominem e transformem nossas vidas. Na verdade, eu diria que, para a humanidade, aquilo que as pessoas fazem é maior e mais importante do que o próprio mundo.


-O que você chama de mundo?
-O mundo é tudo o que está encerrado aqui - disse ele, pisando com força no chão.- A vida, a morte, pessoas, aliados e tudo o mais que nos cerca. O mundo é incompreensível. Nunca o compreenderemos. Nunca desvendaremos seus segredos. Assim, temos de tratá-lo como ele é, um simples mistério!
Mas o homem comum não faz isso. O mundo nunca é mistério para ele, e quando chega à velhice, está convencido de que não tem mais nada por que viver. Um velho não esgotou o mundo. Só esgotou o que as pessoas fazem. Mas, em sua estúpida confusão, acredita que o mundo não tem mais mistérios para ele. Que preço triste para pagar por nossos escudos!



Um guerreiro sabe dessa confusão e aprende a tratar tudo direito. As coisas que as pessoas fazem não podem, de jeito nenhum, ser mais importantes do que o mundo. E assim o guerreiro trata o mundo como um mistério infindável e o que as pessoas fazem, como uma loucura sem fim.








Carlos Castaneda - (Cajamarca, 25 de dezembro de 1925 / Los Angeles, 27 de abril de 1998) - foi escritor e antropólogo formado pela Universidade da Califórnia. Notabilizou-se após a publicação de sua  dissertação de mestrado intitulada "The Teachiongs of Don Juan - aYaqui way of knowldge" (no Brasil: A Erva do Diabo). Sua obra consiste em onze livros autobiográficos nos quais relata experiências decorrentes de sua associação com o bruxo conhecido como Don Juan matos, índio da tribo Yaquis do deserto de Sonora, no México.


terça-feira, 30 de abril de 2013

MAIO






Este ano,
Maio desceu como um raio,
Perturbando tudo,
Tudo cinza e frio,
E um grande vazio...

Ninguém cantará,
Não haverá festa
Ou presentes.
-Estás ausente de nós.

Maio ficou mudo.
-Para onde foi a voz de maio?

Este ano,
Maio brotou de repente
Sem necessidade
De nenhum ensaio.
Veio, e passará como flecha:
Rápido e mortal.

Maio passando
Pela minha janela
Uma tela em branco
Sem cores, sem pássaros,
Sem velas, sem cantos...

Ordinário maio,
Sem Feliz Aniversário.


Reencarnação - Almas Antigas, de Tom Schroder




Trechos do livro de Tom Schroder, "Almas Antigas".


(...) Em 1972, Weiss (Dr.Brian Weiss) hipnotizou uma jovem mulher. Ela estava deitada de costas no sofá, os olhos fechados, as mãos pousadas ao lado do corpo, envolta num lençol imaginário de luz branca, levada a um transe através da voz do médico e da vontade de sua própria mente. Ele ordenou que ela retrocedesse até suas mais tenras memórias, de volta às raízes da fobia que atormentava a sua vida. (...)


(...) A primeira sessão revelou lembranças significativas de quando ela tinha três anos - um encontro sexual perturbador com o pai bêbado - mas não houve nenhuma melhora em seu estado emocional. (...)

(...) Weiss decidiu fazer uma sugestão aberta. Com voz firme, ordenou: "Volte aos acontecimentos que deram origem aos seus sintomas." Em transe profundo, ela respondeu, numa voz baixa e rouca: (...) "Vejo degraus brancos que me levam até um edifício...estou usando um vestido longo, uma bata feita de tecido rústico... Meu nome é Aronda. Tenho dezoito anos... (...) O ano é 1863 antes de Cristo."



"Suzanne Ghanem tem cinco anos.
Ela insiste em afirmar que não é Suzanne Ghanem.
Ela diz aos pais que se chama Hanan Mansour, que morreu após uma cirurgia nos Estados Unidos e que quer seu marido e filhos de volta.
As famílias Ghanem e Mansour nunca tinham ouvido falar uma da outra. Entretanto, Suzanne (Hanan?) procurou seus filhos e entrou em contato com eles. Agora, os filhos - todos adultos - estão convencidos de que sua mãe é uma menina de cinco anos que mora em Shwaifat, uma área ao sul de Beirute.
(...) Suzzy identificou todos os parentes e disse seus nomes com precisão."




"Há muito mais mistérios entre o céu e a terra, Horácio, do que sonha a nossa vã filosofia." - Shakespeare, Hamlet, ato 1, cena 5. 







segunda-feira, 29 de abril de 2013

São Nossos





Aquela flor junto ao muro,
O pássaro pousado no galho
Que voa livre, quando bem quer,
A paz, o amor, o sonho
Da vida o mister,
Não são meus nem seus, 
São Nossos!

O céu imenso estendido
Por sobre as cabeças humanas
Também se estende, generoso
Sobre todas as outras cabeças!

O mundo,
Tal qual ele é
Ou como o tornamos
Através da nossa fome desmedida,
O mundo que subdividimos 
Em fétidos feudos
Que são 'dele', 'teu 'e 'meu,'
É nosso!

A paz que eu tanto desejo
E a paz que tu almejas,
Os sonhos que acalentamos
E aqueles que matamos
Através de nossas pelejas,
Não são meus, nem teus,
São nossos!

Sob a terra, os nossos ossos
Um dia, irão estar...
E o espírito já livre,
Viajará
Para um outro lugar,
Onde 'meu' e 'teu' não moram,
Onde encontraremos, enfim,
Apenas o que é nosso.



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Wyna, Daqui a Três Estrelas

Este é um post para divulgação do livro de Gabriele Sapio - Wyna, Daqui a Três Estrelas. Trata-se de uma história de ficção científica, cuj...