witch lady

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domingo, 10 de junho de 2012

Eu Queria Ser Borboleta




Muitas vezes nos perguntam
Que bicho seríamos,
Se bichos fôssemos. 

Nunca, jamais ocorreu-me um outro:
Queria ser borboleta,
Pois não conheço maior beleza
Do que a de  ter asas de seda
E cores tão harmoniosas e intensas...

Não conheço maior vantagem
Do que ter uma existência breve
Vivida de flor em flor,
A espalhar a vida e o pólen...

Manchas de cores na manhã de verão,
Fadas encantadas nas tardes de primavera,
Pontos de calor em dias de inverno,
Encanto fugaz em meses de outono...

Borboleta, é isso que eu queria ser,
Ao sabor do vento,
Inspirando versos.
E de minha vida fugaz e breve,
Ficaria quase nada,
Apenas uma lembrança leve
Da beleza mais intensa, que doou-se
Por ser bela, simplesmente.

Flor Guerreira



Encima o fino galho semimorto,
Sob rajadas de ventos tempestuosos,
Sem jamais perder o perfume.

Flor Guerreira, a brotar, serena
Na beira de uma estrada
Por onde passam retirantes
E ela, despercebida...

Absorve a chuva que lhe manda o céu,
Nutre-se daquilo que lhe traz a vida,
Flor Guerreira, cujas cores
Não desbotarão jamais...

E quando um dia estiver murcha,
Ressequida, sob o arbusto,
Alguém a prensará entre as páginas
De um livro; serás eterna,
Flor Guerreira, em minha vida,
Que descansará na tua.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

CHEGOU MEU LIVRO!



Meu livro "Vai Ficar Tudo Bem" acaba de chegar. 

Editado pela editora Pimenta Malagueta, de Miriam Salles de Oliveira, ele tem na capa a borboleta da foto,que eu mesma fotografei, e é um livro de poemas muito especiais para mim. Quem conhece a história, sabe o motivo.

É um antigo sonho realizado, embora eu preferisse que o tema deste livro fosse outro... mas ficou bonito, bonito demais! Porque ele fala da vida e da morte. Ele fala de dor, perda, crescimento e superação. Este livro é feito de poemas que me ajudaram a ficar de pé no momento mais difícil da minha vida, e da vida de toda a minha família.

Ninguém supera uma morte. A morte não existe para ser superada; ela existe para nos mostrar que a vida é imprevisível. Ela existe para nos ensinar que, o motivo pelo qual estamos aqui é a coisa menos importante, e que aquilo que realmente importa, é viver um dia de cada vez, da melhor maneira possível. Eu sempre dizia isso para meu sobrinho Ricardo. 

Jamais nos esqueceremos de alguém que amamos e que nos deixou; mas façamos então o possível para manter as lembranças daquilo que foi bom! Saibamos agradecer porque eles fizeram parte de nossas vidas, e não fiquemos nos lamentando por eles não estarem mais aqui... mas até chegarmos a esta conclusão, é preciso vivenciar o luto. O luto leva à superação. A negação nos condena a um luto perpétuo, à depressão, revolta, medo. E cada pessoa saberá de quanto tempo ela precisa para viver seu luto até o final.

A maioria das coisas com as quais nos aborrecemos e nos preocupamos, não tem importância. Estamos aqui para aprendermos a ser felizes, a mudar o que for possível e a aceitar o que não pudermos mudar. Clichés? mas é claro que são! A vida é um cliché.

Todo o dinheiro arrecadado com a venda de "Vai Ficar Tudo bem" será doado à GRAACC (Grupo de Apoio ao Adolescente e a Criança Com Câncer).

Você pode adquirir o livro através do site da Editora Pimenta Malagueta (joguem no Google e vocês 'cairão'  lá) ou direto comigo.

Endereço da loja virtual é:  lojaedpimentamalagueta.com.br 


Ou podem pedir por email: ana.anabailune@gmail.com. O preço pela internet, despesas de envio inclusas, é de $30,00.  Comprando 'ao vivo' comigo, sai por no mínimo 25,00, e o que você desejar doar acima deste valor, também será doado a GRAACC.


Confissão




Eu quis ser poeta, dominar as rimas,
Quis entorpecer os corações apáticos
Quis metricamente representar sonhos
Figurar nas páginas dos livros didáticos.

Ser eternizado, lido, comentado,
Ser lembrado em tísicos versos medonhos.
Quis morrer bem jovem e ser sepultado
Sob um verso póstumo, ser pranteado

Eu quis ser poeta, Senhor dos Amores,
O que derramou-se em prantos icônicos,
Fez fluir em versos a desesperança
Vítima das neuras do amor platônico!

Eu quis ser poeta, Pai da Inconstância,
O que segue trôpego essa vil estrada
Da vida, tão curta, tão misteriosa...
Eu quis ser poeta, te juro, mais nada...

CAVALOS SELVAGENS





Sonhei com cavalos selvagens
Cavalgando livres, em uma praia...
Suas silhuetas marcadas contra o horizonte...

Corriam pela areia molhada,
Bem junto ao mar.
Enquanto eu, de um penhasco,
A tudo observava...

Admirando sua agilidade e sua beleza,
Sua naturalidade, em simplesmente, existir,
Sendo fortes, sem precisar demonstrar força,
Sendo livres, sem precisar lutar,
Felizes em ser apenas aquilo
Que a natureza fez deles mesmos...

Sonhei com cavalos selvagens,
Cavalgando livres, em uma praia...
E não desejei possuí-los.
Ao contrário; admirei-os profundamente,
E pela manhã,
Despertei muito mais feliz!

BUCÓLICA





Goteja das árvores a poesia
Caindo em gotas sobre o gramado.
Estendendo-se em tapete de verde veludo
Florescendo em pétalas orvalhadas 
Evaporando em neblina densa
Que se abre e revela uma montanha.

Silêncio.

Uma joaninha pousa na folha,
Borboletas revoam sobre a paisagem
Abelhas carregam o pólen da vida
Fertilizando a imaginação, que observa.
Passeio entre, acima, sob
Não ouso palavras para este sentir.

Silêncio.

O doce e refrescante ventar repentino
Trazendo notícias de um mundo invisível
Por onde circulam mágicas criaturas
Inacessíveis, das Terras dos Sonhos.
Seus risos ecoam, quase inaudíveis
Nos campos dos meus pensamentos...

Silêncio.



A PRAGA




É preciso ter cuidado,
E prestar muita atenção,
Pois às vezes, tua fome
Não é de um pedaço de pão...
A tristeza que corrói
Não é só pela lembrança,
E o que aperta no teu dedo
É bem mais do que a aliança...

É preciso estar ciente,
E acreditar na sorte,
Pois nem sempre, é um sorriso
Que te salva ou te resgata,
E aquilo que te míngua 
Te arrastando para a morte,
É bem mais do que a angústia,
Não é a doença, é a praga!

É preciso enxergar longe,
Para frente e para trás,
Pois aquilo que se foi,
Não retornará jamais!
E  a culpa que te corta,
Não é faca, nem saudade,
Mas os olhos que te olham,
Suprassumo da maldade!

BOA NOITE!





Esse teu silêncio já me disse tudo
Pois então não fale, continue mudo,
Dói bem menos saber sem precisar ter ouvido.

Teu 'boa noite' sêco, sem toque e sem beijo,
Teu olhar travado, sem profundidade,
Já disseram tudo o que havia a ser dito.

Se é por este caminho que queres seguir
Saiba que a volta nem sempre é possível,
E quem ficar para trás, será esquecido.

Pois minha vida feita de compartimentos
Não admite mais, em nenhum momento,
O sofrer voluntário que é saber-se traído.

Não farei perguntas nem haverá cenas,
Ou qualquer atitude que me faça pequena
Ou que te dimensiones maior do que és.

Cada um que cate seus próprios pedaços,
E assim como tu, hei de achar outros braços
Que me acalentem sem me atraiçoar.

Que a tua verdade possa revelar-te,
Que os espinhos que plantas sejam teus caminhos,
E que a tua consciência seja teu açoite.

Boa noite.


*****




ps: é apenas um poema, for Heaven's Sake!

A BORDADEIRA





Bordava sonhos
Usando linhas 
De pesadelos.
Criando imagens
Bordando adeuses
 Sem  as viagens...

Emaranhadas
Linhas e agulhas
Por sobre o pano
Branco da vida;

Bordava fases,
Fases da lua
Criava imagens
Vindas da rua.

Tinha um dedal
Todo furado!
Ponta de agulha
Nos dedos nus...

Sangue tingia
A cor da linha
E ela sorria,
E como ria!

Bordava sonhos
Usando linhas
De pesadelos
Formava enredos.

Tinha uma caixa
Cheia de linhas
Emaranhadas
Lá na cozinha

Onde bordava
Todas as noites
Olhos cansados,
Sempre sozinha!

LAR



Eu conversava com um amigo que me ligara ,e como é comum quando falamos com alguém ao telefone, perguntei: "Onde você está?" E ele, que acabara de chegar do trabalho, respondeu: "Ah, Ana, eu estou em casa, graças a Deus!"

Ficamos conversando sobre o quanto é gostoso estar em casa, e após um dia cheio, ter um lugar para chamar de nosso, onde estão as nossas coisas, nossos livros, CDs, mobílias... 

Uma casa é muito mais que quatro paredes cobertas por um telhado. Para mim, as casas contém mais do que pessoas: elas guardam sonhos, momentos especiais (felizes ou tristes), esperanças, almas. Na casa, nós guardamos as coisas que são queridas para nós: fotos, lembranças de viagens, filmes, enfim, tudo o que fala de nós. Adoro observar as casas, desde que eu era bem pequena. Quem  nunca, por curiosidade, deu uma olhadinha ao passar por uma janela aberta?

Certa vez, há muito tempo, havia um programa de TV onde alguém entrava em uma casa, e através do que encontrava dentro dela, descrevia a personalidade do morador, sem jamais tê-lo conhecido. Uma casa é assim: ela fala de quem mora nela, mais do que se imagina! Por isso, acho um desperdício guardarmos coisas que não usamos mais, ou que nos foram dadas por alguém e das quais não gostamos. As coisas que me dão de presente, e que eu não gosto, tem sempre um destino certo: doação. Na minha casa, gosto de manter apenas o que me deixa feliz.

Não compreendo como algumas pessoas dão as chaves da casa nas mãos de decoradores para que eles as arrumem! O trabalho de um decorador é valioso, mas não pode substituir o gosto e a personalidade do morador. Uma casa, na minha opinião, deve ter a cara de quem mora nela. Só assim, nos sentiremos à vontade o suficiente para chamá-la de lar.

Não acredito em mau gosto e bom gosto, quando se trata de decoração; acredito em gosto. E gosto, não se discute!

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Vênus



Fiquei sabendo
Que Vênus passará
Entre a Terra e o Sol
Em evento raro...

Tomara que Vênus derrame
Um pouquinho de amor
Em cada coração
Que esteja machucado!

Que a breve e rara passagem
Do Planeta do Amor
Torne mais frequentes
Manifestações de amor
Entre os seres humanos...

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O TUCANO

O Tucano O TUCANO   Domingo de manhã: chuva ritmada e temperatura amena. A casa silenciosa às seis e trinta da manhã. Nada melhor do que me ...