witch lady

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quinta-feira, 3 de maio de 2012

Informação



Me diga, onde moram
Os sonhos de quem já não sonha?
Pra onde foram os planos
Daqueles que já não planejam?

Aonde descansam os risos
Daqueles que não mais gargalham?
E em que jardim caíram
As sementes que eles plantaram?

Uma informação, apenas,
Não pretendo incomodar:
Para onde foi o amor
De quem já não pode amar?

Onde estão os sentimentos
Tão intensamente sentidos?
E as pegadas dos caminhos
Por onde tinham seguido?

Me diga, existem respostas
Para todas as perguntas
Que ficaram pelo ar?

Me diz, por que tanta dor,
E por que tantos sorrisos,
Se eles somem pela estrada
Daqueles que não voltam mais?

AVENTURA



Todo dia, uma aventura
Entremeada de planos
E certezas obscuras.
No meio de tudo, caminho
Entre a vontade de ser
E o terror de não ser.
Que diferença, me diga,
Que diferença faria,
Mais um dia,
Ou menos um dia?

Todo dia, uma aventura
Escrita à ferro e à fogo
Na pele da alma,
Nos fios, na tecitura.
E à voz lançada ao abismo,
Resta somente a resposta
Do eco que a repete;
A vida é uma loucura!

Mas todo dia, ela nasce,
Recriada, refeita,
Ou despedaçadada, picada
Em milhões de pedacinhos
Que tentamos remendar.
Linda colcha de retalhos
Ou grotesco tecido?
Tudo depende do gosto,
Ou da habilidade...

Todo dia, uma aventura,
Um livro com páginas brancas
Entremeadas de páginas
Com sílabas desconectadas
Que nós juntamos, tentando
Encontrar as palavras
E escrever a história
De sangue, amor e glória
Que ninguém nunca vai ler...

Mas a vida é uma aventura,
Impossível não escrever,
Mesmo que a chuva apague,
Mesmo que o vento carregue
As páginas, e as espalhe...
Pois a vida é assim mesmo,
E a mágica das páginas que voam
É, quem sabe, elas pousarem
Ao acaso, de maneira
Que tudo faça sentido...


Abismo



Andar por anos a fio,
Cobrir diversos caminhos
Apenas para chegar
À beira de um precipício
E ver que não há saída!

Eu sei, assim é a vida,
Um olhar desesperado
Àquilo que se entrepõe
Entre nós e o desejado...

O abismo se estende
Até aonde a vista alcança,
Sopra sempre um vento frio
Que enregela a esperança...

E o desespero nos abraça,
Por tanto tempo perdido,
E a vontade que nos vem
É de voltar, mas o tempo
Torna tudo inacessível...

Não há cordas, não há nada
Que nos possa auxiliar
Na descida desse abismo...
Não há tempo pra voltar
E refazer o caminho!

É então que nos jogamos,
Ato tão desesperado!
Mas ao invés de nós cairmos,
Descobrimos que voamos...

Eu sei, assim é a vida,
Sempre mostra uma saída
Quando, à beira do abismo,
Nós nos desesperamos!

Se existe um obstáculo,
Não significa o fim:
É o momento de jogar-se,
Descobrir que tu tens asas,
E que o abismo, é tua casa!

quarta-feira, 2 de maio de 2012

O Ar que tu Respiras



Não desejo jamais ser
Esse ar que tu respiras,
Porque um dia, eu te falto,
Porque um dia, eu me vou,
E ficas a sufocar...

Não quero ser a razão
Dessa tua pobre vida...
Porque  um dia, eu morro,
E a tua dignidade
Fica num canto, caída!

Não desejo ser a fonte
Pra molhar tua garganta,
Porque um dia, eu seco,
E tu ficas à minha margem
Morrendo, aos poucos de sede...

Não quero ser o teu ar,
Tua razão, tua fonte,
Mas quero ser teus pulmões,
Tua vida, tua sede,
A paz que deita contigo
Ao teu lado, em tua rede...
       

Quero Mudar



Tua lágrima é um clichè
Que eu já cansei de secar
E que não faz diferença
Na imensidão desse mar.

Quero mudar.

A dor que dizes sentir
Já não tem mais um sentido,
É o dito pelo não dito,
Fecha-se o ciclo maldito.

Quero mudar.

Os teus passos claudicantes
Já não há como acertar,
Teu desgosto tão sem gosto
Já não quero carregar.

Quero mudar.

Tua pena já sem tinta
Não tem cor, só tem penar
Já não sentes o que dizes,
Não tem eco o teu falar.

Quero mudar.

VÁ!

Se é tarde, vá.
Mas sabes voltar?
Perca-te no mundo,
Mas sabes te achar?

O corte que fazes
Há de se fechar,
Vá se já é tarde,
Não tentes ficar!

A Roda da Fortuna
Não cansa de girar...
Uma coisa vai
Pra outra chegar!

Não olhes para trás,
Respire bem fundo,
O mundo te espera,
Veja o que ele traz!

Talvez, se voltares,
Eu não mais esteja,
Então não te ocupes
Com minha tristeza...

Irás para um lado,
Irei para o outro...
E o amor que sobrar
Logo estará morto!

CHUVA ÁCIDA



Caiu do céu dos meus olhos
Queimando a pele e os cílios
Na acidez da saudade
Escorrendo pelos trilhos
Daquilo que já se foi
Para nunca mais voltar...
Chuva ácida chovendo,
Queima, queima sem molhar.

Queima as flores e as folhas
Que plantei em meu jardim
Queima a grama, queima a hera
E a alegria que há em mim.
Chuva ácida que escorre
Pelas covas do meu rosto
Despedir-se de quem morre
É sempre o maior desgosto.

Nem a luz do sol me queima
Tanto quanto este chover...
A saudade brota forte
Quase esqueço de viver...
Fico aqui, sem nau, sem norte,
Só tentando te esquecer
Pois as lágrimas da morte
Salgam o doce do viver.

CIGANO



Meu destino está nas cartas
E as cartas, na mão.

Sou o meu próprio cigano
caminho dentre os arcanos
Deste jogo que é a vida.
Posso ler o meu passado,
Jogo com destreza o dado
Do futuro que me invita.

Meu destino está nas cartas,
E as cartas, na mão.

Ponho à prova minha fé
Lendo a borra do café
Que dorme no fundo da xícara.
Psicografo mensagens
Dos anjos e dos demônios
Que fazem de mim sua cítara.

Meu destino está nas cartas
E as cartas, na mão.

Sobre a bola de cristal
Adivinho o bem e o mal
Nos olhos de quem me vê.
Ouço vozes do além,
Sou de espíritos refém
Sou um pouco de você.

Meu destino está nas cartas
E as cartas, na mão.

Nesta mão que lança as runas
E se lava nas espumas
Das ondas que quebram na areia.
Nesta mão que esmaga o dado
E joga no mar o baralho
Quando o jogo está fechado.

CLARIVIDÊNCIA


Acredito que existam
Fadas, bruxas e outros seres
Na mata verde-escura.
Mas magia não se procura,
Não há de assim revelar-se,
Pois vive de ser obscura...

Uma vez, eu vi um fauno
(Mas com os olhos da alma)
Foi numa noite de lua clara,
E estrelas bem raras.

Vi, num vôo de coruja,
Uma outra criatura
Com asas de enorme
Envergadura.

N'outra vez, vi pirilampos
(ou quem sabe, uma outra coisa)
Brilhando entre os bambuzais
Em enormes luzes brancas
Bem translúcidas no centro
E brilhantes nas beiradas...

Já ouvi, apavorada,
Numa noite sem luar
O cantar de uma banshee,
Um choro de mau agouro,
prenúncio de morte e desdouro
Que de pronto, se seguiu...

Tudo isso eu vi, e juro,
Não com os olhos do corpo
(estes não enxergam tanto)
mas com os olhos da alma,
Que vê tudo de um outro canto.

Cançãozinha de Amor



Anos passarão sem que eu te reveja,
Mas meu coração suplantará a dor
Pois nem mesmo o tempo pode ser mais forte
Que o meu amor por ti, o meu amor.

Mares secarão sem que eu te reveja,
Outros chorarei que os irão repor.
Mas nem mesmo o mar há de ser tão profundo
Que o meu amor por ti, o meu amor.

Dir-te-hão palavras, sem que eu te reveja,
Outras ouvirei, que causarão torpor...
Mas nem mesmo estas hão de suplantar
O meu amor por ti, o meu amor...

Guerras se erguerão sem que eu te reveja,
E à morte entoarão hinos com louvor.
Mas nem mesmo a morte há de ser mais forte
Que o meu amor por ti, o meu amor.

CANTO






Canto,
Enquanto cai o pranto,
Escorre entre meus dentes
Lavando meu sorriso
Enquanto desce...

Olhos fechados,
A alma aberta,
Escancarada
Como as janelas
Da minha casa...

Canto no escuro,
No sol, na chuva,
Porque não existo
Quando não canto!

E do meu canto,
Enquadro o mundo...
Ângulos vários,
Sono profundo...

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