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segunda-feira, 14 de outubro de 2019

O QUE SE FALA / O QUE SE ESCUTA

O que se Fala /  o Que Se Escuta



Era um site de moda praia no Instagram. Comecei a segui-lo porque achei os modelos de maiôs bem bonitos e diferentes dos que encontramos aqui fora, e como o verão está chegando, pensei na possibilidade de, mais tarde, adquirir algum modelo.
Grande enfado disso tudo...


Após algumas semanas, deparo com a fotografia de uma modelo plus-size (digo ‘plus-size’ porque, nos dias de hoje, se dissermos coisas como ‘gordinha’ ou ‘cheinha’, poderemos ser processados ou acusados de preconceito, embora o termo ‘plus-size’ signifique ‘tamanho grande’, ou seja, tamanho para pessoas acima do peso considerado padrão – grupo no qual eu mesma me incluo). O biquini que ela usava era extremamente pequeno para o tamanho dela, o que implicava que partes que geralmente permanecem cobertas, vazavam pelos lados da calcinha. A pergunta da postagem: “O que você acha deste modelo?” Meu comentário: ‘Acho que está pequeno demais para ela.’

Em nenhum momento fiz alusão ao fato do biquini ser bonito ou feio, ou a moça, gorda ou magra. O fato é que o biquini em questão era bem menor do que o corpo dela exigia. Eu só disse que o tamanho do biquini era inadequado ao tamanho da modelo.

Logo começaram a chegar as respostas ao meu comentário, vindas das feminazis de plantão: “Como assim??? Preconceituosa! Por um acaso ela pediu sua opinião sobre o corpo dela?” “E se ela quiser assim, o que você tem com isso?”

Detalhe: em nenhum momento eu dei opiniões sobre o corpo da moça, ou sobre o modelo do biquini, mas sobre o tamanho do mesmo. Mas hoje em dia, infelizmente, o analfabetismo funcional, aliado à má vontade, contribui para que as pessoas não consigam interpretar sequer um texto de uma única linha.

Precisamos tomar cuidado, pois a qualquer momento, alguém pode nos acusar de preconceituosos, racistas, fascistas, nazistas, apenas porque não concordam conosco ou não concordamos com eles.






quarta-feira, 9 de outubro de 2019

AGORA, QUE JÁ NÃO ESTÁS





Olho teu retrato e converso contigo sem usar palavras
Que às vezes eram pontes, noutras eram mágoas.
Falamos um com o outro por sobre o silêncio,
O vento carrega os sentidos e traz as respostas
Que me sopras, de onde estás, de onde és imenso.
E nos compreendemos, e nos olhamos sem julgamentos,
Pois vemos hoje a alma que o físico escondia...
E nunca em minha vida te falei por tanto tempo,
Ou por tanto tempo te ouvi, agora, que já não estás.

Às vezes a distância aproxima duas almas
Que quando estavam juntas, desviavam seus olhares.
Às vezes os amores que andavam adormecidos,
Navegam suavemente, descobrindo novos mares
Que os reaproximam, em ondas de perdão
Impulsionadas pela ausência da incompreensão.

A mim, o teu semblante nunca foi tão mais exato
Quanto nesse retrato que eu projeto na memória,
Apago e reescrevo novamente as mesmas linhas
Que antes rabiscava, manchando a nossa história.
Tu hoje és o mesmo, só que mais verdadeiro,
E eu hoje finalmente posso pedir teu perdão
Por todas as palavras que eu te disse, sem razão,
Sabendo que me ouves no teu sono derradeiro
Agora, que já não estás.


.
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Para a Recantista

Sandra Rosa



OS DOIS CAMINHOS







Para mim, existem apenas dois caminhos na vida, e todos nós nos revezamos entre eles várias vezes em uma vida; frequentemente, em um só dia percorremos ambos algumas vezes. São estes os caminhos: o caminho que segue para cima e o caminho que segue para baixo. E nessa jornada, cruzamos com outras pessoas que estão subindo ou descendo.

Quando seguimos o caminho que nos leva para cima, as coisas vão muito bem. Estamos bem de saúde, a vida amorosa está fluindo, os negócios estão progredindo e estamos em paz conosco e com todos – ou com a maioria das pessoas.

Quando seguimos para baixo, é porque alguma coisa vai mal: estamos doentes, ou sem trabalho, insatisfeitos no amor ou nos relacionamentos familiares. É muito difícil estar apenas subindo ou descendo em todos os aspectos, e por isso, quando estivermos indo mal em alguma coisa, temos que focar naquilo no qual estamos indo bem e que nos leva para cima, ou seja, para o melhor de nós. Assim não nos sentiremos tristes ou desesperados. E tem sempre alguma coisa que está indo bem, a gente é que não quer enxergar e tende a focar apenas no que vai mal. Devemos lembrar sempre de agradecer, pois a vida não tem piedade dos ingratos.

Mas eu penso que a coisa mais difícil a se fazer, é estar no caminho que segue para cima. Porque quando estamos nesta posição, tendemos a julgar os que estão no caminho contrário. É nestes momentos que passamos por alguém que está descendo e pensamos (ou pior, dizemos): “É a Lei do Retorno.” Quando fazemos tais observações, nos esquecemos de que também já estivemos ali naquela descida, e que voltaremos a estar.

Creio fortemente, tenho plena convicção de que Deus não é um Ser julgador que fica ali na beira desses caminhos, ajudando os que acertam e condenando ou zombando dos que erram. Sinto Deus como uma ENERGIA de amor que não interfere nos acontecimentos, como gostamos de acreditar, pois isso seria o mesmo que uma mãe ou pai que faz o dever de casa do filho.  Deus não manda nada de ruim para ninguém e também não manda nada de bom de graça, pois essa Energia não tem preferidos. Ninguém aqui é queridinho de Deus. Ele deixa que aprendamos segundo a nossa dedicação e capacidade. Leva mais tempo para uns e menos tempo para outros.

Por isso eu também acredito que essa coisa de ajudar demais acaba atrapalhando. Quando eu me ofereço para carregar o fardo do outro, ajudá-lo em um momento de necessidade, isso não quer dizer que eu tenho que fazer o que ele mesmo deveria estar fazendo. Ele tem sua escolha. Quem trabalha mais, naturalmente terá mais bônus, e quem ficar só olhando enquanto os outros se dedicam não sairá do lugar e passará a vida só reclamando e se fazendo de vítima. Ajudar as pessoas desse segundo grupo é complicado. Mas isso não significa que eles mereçam que a gente fique apontando-os e criticando-os como se fôssemos os donos da verdade. Melhor deixar com que eles vivam suas vidas como quiserem – desde que não tentem interferir na nossa ou se dependurarem em nossos ombros, pois não temos obrigação nenhuma de sustentá-los.

Nas duas últimas semanas eu estive no caminho que desce durante algum tempo. Primeiro, eu comecei a ficar muito chateada por não poder trabalhar, dar minhas aulas, que para mim, são sagradas. Comecei a ficar emburrada porque além de estar me sentindo mal, não podia cuidar da casa como sempre. Mas então eu pensei: se não pode com eles, junte-se a eles! Daí peguei meu controle remoto, minha lista de filmes e meu Kindle. Se eu não podia trabalhar, ou sair, então eu ia me divertir! E foi isso que eu fiz: aproveitei. Li, vi meus filmes e dormi muito.

Hoje estou bem – graças a Dona Cortisona. Apelei para ela após um episódio de filme de terror com efeitos colaterais e nada especiais de antibióticos e anti-inflamatórios. Tive até coisa que nunca tivera antes: alucinações. Náusea fortíssima, ansiedade, fraqueza muscular, tontura, sensação de desmaio, ou seja: caramba.  Nunca mais tomo essas porcarias.

E após tantos dias sem conseguir falar direito, estou falando pelos cotovelos – coitado de quem chega perto de mim ou dos meus blogs.

De volta ao caminho da subida, cito o personagem de  Arnold Schwarzenegger no lendário filme Exterminador do Futuro: “I’m Back!”



sexta-feira, 4 de outubro de 2019

TUDO BEM








Dois dias de aulas desmarcadas e repouso. A gripe me pegou, e estacionou em minha garganta, me impedindo de dar minhas aulas. Hoje eu estou voltando devagar. Está tudo bem.


Mas sou daquelas que pensa que todos os momentos da vida devem ser aproveitados, até mesmo os piores. Febril e com a garganta ardendo, pude colocar em dia a minha lista de filmes a serem assistidos. Foram horas intermináveis deitada no sofá do quarto, conhecendo personagens e entrando nas histórias a fim de disfarçar a realidade do momento, que estava bastante dolorida. E o filme de ontem à tarde foi uma história baseada em fatos reais.


É claro que eu não me recordo do título, mas a história fala sobre duas meninas adolescentes que o destino infelizmente uniu. Uma delas é linda e talentosa, uma bailarina. Tem uma família amorosa, muitos amigos e um namorado lindo e apaixonado. A segunda menina é desajustada, está acima do peso, não é bonita e sofre de depressão e eplepsia; seus pais acabaram de se separar, e ela ouve uma conversa da mãe com uma amiga na qual ela diz que o pai foi embora porque já não conseguia aguentar a menina.


Um dia, a menina feia olha pela janela e vê sua linda vizinha bailarina dançando para a família. Ela fica fascinada, e passa a elaborar um plano para transformar-se nela. É claro que isso significa que a outra deve morrer. Assim, ela dá asas à sua imaginação invejosa e passa a elaborar um plano macabro para acabar com a outra. Infelizmente, ela é bem sucedida.


O filme termina com a menina bonita sendo sepultada entre as lágrimas da família, e a menina feia indo parar em um manicômio. Dá um nó na garganta saber que o filme foi baseado em fatos reais, em coisas que realmente aconteceram. A inveja e uma coisa perigosa, embora a maioria das pessoas prefira achar que é apenas um sentimento ruim sem maiores consequências.


A inveja é a causadora de todas as tragédias, pois ela está unida a sentimentos como ciúmes, mentiras, competição e possessividade. De todos os males liberados pela caixa de Pandora, com certeza este é o pior de todos.


A inveja está naquele olhar que nos examina enquanto estamos distraídos e derrama-se sobre nossas roupas. Ela especula sobre nossas vidas, quer buscar informações sobre nossas posses, onde moramos, onde trabalhamos, quanto ganhamos. Ela também está nas redes sociais, nas fotos compartilhadas que são observadas compulsivamente por pessoas que dedicam horas a tais atividades. A inveja está na mulher mal-amada que cobiça o marido de outra. 


Em todas as situações conflituosas entre as pessoas, ela estará lá: a Dona Inveja, sentada à cabeceira daquele que espalha tragédias e maledicências, ditando regras e estabelecendo atitudes maldosas. E ela não sossega enquanto não ver destruidos os seus alvos, ou enquanto não for detida através de atitudes de confrontamento e exposição.

Porque o mal cresce e prospera no silêncio. A partir do momento em que alguém acende a luz, expondo a sua feiúra, ele age como os vampiros ao sol:seca e dissolve-se em si mesmo. 

Pena que as meninas bonitas às vezes confiam demais nas meninas feias - e eu não falo aqui de beleza física.







terça-feira, 1 de outubro de 2019

OUTUBRO



Ninho de sabiás no meu jardim: nascimentos


Outubro começou hoje, e trouxe sol e vento. Olho pela janela e vejo o céu azul lá fora, e ele me chama; decido que esta será uma bem rápida crônica de outubro.

Setembro foi um mês chuvoso e muito frio. Eu adoro a chuva e adoro o frio. Mas ás vezes, quando eles vêm juntos e durante muitos dias, me deixam um pouco melancólica e pessimista. Confesso que vi o lado ruim de algumas situações que deveriam ter sido, pelo menos, neutras. Mas logo me recuperei, pois me lembrei de que sou uma pessoa de muita sorte, uma pessoa de sorte elevadíssima - não que eu esteja acima dos outros seres humanos, mas graças a Deus, tenho muitos motivos para agradecer pela vida que eu tenho. 

Minhas orquídeas floriram!



E chegou outubro, mais uma vez, e agradeço também por ele, que é para mim como uma porta que se entreabre para o natal. Não sei como será meu natal este ano, mas creio que será diferente, bem diferente, pois a pessoa que organizava as comemorações de família há muitos anos está indo embora do Brasil. 

Fico com outubro, e com essa expectativa sobre o que virá - e tenho certeza de que será algo muito bom. Na verdade, eu gosto das  mudanças. Gosto quando as coisas que tem sempre sido passam a contar com a dádiva das novas possibilidades.

Quando a vida sopra seus ventos da mudança, devemos nos abrir a eles. Sem expectativas, sem medos e sem cobranças, mas esperando para ver, e desejando a todos boa sorte.


Gostaria de partilhar os links para minhas novas postagens nos meus outros blogs. Convido a todos que gostarem para que os sigam:

Your Ticket to English:




O Caminho do Aprendiz:



terça-feira, 24 de setembro de 2019

Recolhida






Sim, eu ando recolhida,
Ando mais devagar pelos mesmos caminhos,
Ando distraída, mas rezo aos velhos santos,
Olho antes de pular.

Sim, esta tem sido a minha vida,
Aprendi que às vezes é melhor estar sozinho,
Não salpicar mágoas nem tristezas pelos cantos,
Aprender a desapegar.

Sim, eu ando recolhida,
Confortável e aquecida em meu pequeno  ninho,
Desfaço mandingas e quebro quebrantos,
Não me deixo mais levar.

Exerço minha vida por trás da minha porta,
Viajo a mil mundos, mas volto ao meu leito,
Porém, não se enganem nunca a meu respeito:
Ando recolhida - mas não estou morta.



segunda-feira, 16 de setembro de 2019

CORES








Não sei se isso acontece com vocês, mas eu tenho fases de cores. Já passei por longos períodos de roxos, amarelos, rosas e azuis. Depois, vivi minha época de estampas coloridas - flores em laranja, lilás, rosa, amarelo, ou seja, quanto mais colorido, melhor. Também tive meus períodos em branco quase total, até mesmo em casacos e blusas de frio.

Passei por uma longa fase em que quase tudo no meu armário era verde ou preto. Nos dias de hoje, acho que estou me encaminhando para uma nova fase de  tons mais clarinhos de cinza, off-white e creme. E é claro, sem fugir à minha cor predileta para roupas, que é e sempre foi o preto.

Dizem que as cores têm poder. Até mesmo as linhas esotéricas afirmam que as cores estão associadas aos nossos chakras - que são pontos de energia no nosso corpo etérico, ligados ao corpo físico, e são responsáveis pela circulação de energia no nosso organismo. Encontrei no Google uma figura que ilustra melhor este tema do que qualquer explicação:



Eu acredito que gostar ou não de certas cores tem muito a ver com nossa personalidade ou com a fase que estamos vivendo. Eu estou vivendo uma fase na qual tento encontrar equilíbrio e serenidade.  Daí minha preferência pelas clores mais claras. 

Mas se existe uma cor que fica bem em todo mundo, em qualquer ocasião, é o preto. Esta cor nos deixa mais elegantes, mais magros e mais confiantes: não sabe o que vestir? Vá de pretinho básico!





sexta-feira, 13 de setembro de 2019

Como não Ferrar com a Sua Vida - e Com as Vidas das Pessoas em Volta de Você





Aqui estão algumas regrinhas de bem-viver. Tirei-as de livros que li, filmes que assisti e pessoas com quem conversei - mas especialmente, das minhas próprias observações e vivências:

1- Melhor fazer o que você acha que é certo – mesmo quando não tem certeza – do que o que você sabe que é errado.
2- Não mentir deveria ser uma regra de ouro, pois  a mentira é sempre desmascarada através das suas contradições ou de informações (requisitadas ou não) vindas de outras pessoas (com boas intenções ou não).
3- Não fazer aos outros o que não gostaria que fizessem a você. Esta é uma das mais antigas regras, e também uma das mais simples de serem compreendidas, embora muitos tenham dificuldades de coloca-la em prática.
4- Respeite quem você ama. Nem sempre é possível voltar atrás, nem sempre é possível perdoar e esquecer certas coisas. 
5- Viva de forma a não ter nenhum arrependimento. Viva de forma a poder olhar-se no espelho e gostar daquilo que vê.
6- Não use as pessoas. Respeite-as. 
7- Cuidado com bajuladores. Quando elogiarem você, olhe nos olhos de quem o faz; provavelmente, haverá algum interesse em ganhar a sua confiança através da sua vaidade.
8- Não maquie a verdade. As coisas são o que são. O errado nunca será certo. O certo nunca será errado. Quando se tratam de princípios, certo e errado não são e jamais serão a mesma coisa. 
9- Seja fiel aos seus princípios – em primeiro lugar, cultive bons princípios – e haja de acordo a manter os seus acordos consigo mesmo. 
10- Cultive uma consciência leve. Não faça nada que magoaria alguém, mesmo que seja pelas costas e que pudesse ferir, caso  tal pessoa ficasse sabendo. O mal que fazemos conscientemente às outras pessoas, volta para nós travestido de infelicidade, doença, arrependimento e solidão.  
11- Minha mãe sempre dizia (e eu concordo com ela) a seguinte frase: “Se quer saber se uma coisa é certa ou errada, baseie-se no seguinte: se ela precisa ser feita às escondidas, é errada.”
12- Não despreze as pessoas que o valorizam. Não cuspa no prato em que come. Não quebre a confiança daqueles que estão do seu lado e sempre jogam no seu time. Uma das palavras mais feias do mundo, é ‘traição.’ Não queira ter este selo sobre sua testa.
13- Não passe por cima das pessoas a fim de obter aquilo que deseja. Trabalhe, use seu potencial e seja honesto. 
14- Evite a fofoca. Ela deixa o ar em volta de você pesado e escuro. Todos percebem. Mesmo aqueles que servem de ouvidores à fofoca, não gostam de fofoqueiros e sempre acabam afastando-se deles devido a um princípio básico: aquele que fala mal dos outros para você, falará mal de você para os outros. 
15- Não tire do outro o direito ao livre arbítrio. Não use de manipulações emocionais a fim de fazer o outro sentir culpa e obriga-lo a fazer o que você quer. Aprenda a ser forte e deixe os outros viverem suas vidas em paz.
16- Não peça favores difíceis. Não peça que alguém minta para encobri-lo. Não peça dinheiro emprestado ou assuma dívidas se você não sabe se vai poder pagar. É uma questão de caráter.
17- No fim das contas, se você puder observar apenas a regra número três, estará cumprindo, automaticamente, todas as outras: não haja com os outros como não gostaria que eles agissem com você. 




TRILHAS







A tua vontade é pó de saibro
Que a primeira chuva carrega.
O teu amor lembra-me as rosas
Que murcham, sem água e sem rega.
Creio que  em ti minha lembrança
Durante o dia se apague,
Pois tua memória é como um rio
De turvas, turbulentas águas.

Teus olhos, sem culpa se perdem,
Desviam-se do meu caminho
A qualquer vento, a qualquer voz,
A qualquer vagabundo vinho.
Tu sequer tentas evitar
Cair nos mesmos velhos poços,
Continuando  a procurar
A tua paz entre destroços.

Teu coração tem  fundo falso
Por onde vaza o teu amor,
Creio que estou em um cadafalso,
Ébria, cega de torpor!
Vivo pisando devagar
Nesse teu chão de armadilhas,
Vou recolhendo os meus farelos
Que vais perdendo pelas trilhas...




domingo, 8 de setembro de 2019

Por um Mundo Melhor?






Eu acredito em um mundo melhor. Acredito que todos que estão aqui caminham para um processo evolutivo – até mesmo aqueles com quem eu não concordo, ou que cometem as maiores atrocidades e crimes contra as outras pessoas e até contra a humanidade. Para estes últimos, a melhor coisa é isolá-los da sociedade e aplicar-lhes a punição necessária; afinal de contas, é através de limites claros e definidos e de punições aplicadas a todos aqueles que os infringem, causando prejuízos aos demais, que aprendemos até aonde podemos ir.

E o melhor limite será sempre o respeito. Se eu sei respeitar o fato de que aqui nesse mundo existem pessoas de gostos e compreensões diferentes, estarei bem. Estarei contribuindo para um mundo melhor. Mas isso não significa compactuar com o mal, fazer vista grossa à intolerância ou aplaudir a criminalidade e a corrupção.


Hoje muito se discute a respeito do que fazer para termos um mundo melhor. Alguns clamam que, caso todos pensassem da mesma forma, não havendo assim a necessidade de divergências de opiniões, o mundo seria melhor; já outros defendem a ideia de que um mundo governado pela esquerda ou pela direita seria um mundo melhor. Enquanto isso, alguns defendem a liberdade sexual, a liberdade religiosa, a liberdade política, e todas essas liberdades convivem juntas e frequentemente se chocam umas com as outras. Porque é exatamente onde começa a minha liberdade que a sua termina. 

Sou livre para acreditar no que eu quiser – desde que não me oponha a quem acredita em coisas diferentes; sou livre para defender a homossexualidade ou a heterossexualidade, contanto que eu exerça aquilo que eu quero e respeite quem prefere o contrário. Sou livre para achar que a minha religião é a mais correta, contanto que eu não interfira na sua. 

As pessoas acham que a melhor forma de se viver é tendo liberdade total para praticar o que quiser onde bem entender. Mas eu acho que é preciso que aprendamos a criar mais quadradinhos, e a ficarmos dentro deles mais tempo quando estivermos expressando as nossas liberdades. Ou então que procuremos quadradinhos iguais aos nossos, sem pisarmos nos quadradinhos alheios. 

Precisamos compreender que nem tudo é para todos, nem todos pensam como nós e que é preciso respeitar isso; se eu condeno as religiões que cobram dízimos de seus praticantes, estarei invadindo um território que não compreendo, já que muitas pessoas pagam esse dízimo com prazer e alegria e se acham desfrutando daquilo pelo qual pagam. Se estão sendo enganadas ou não, é problema delas. Se eu visito um canal esotérico e compro um curso sobre Feng Shui ou desenvolvimento pessoal, estarei pagando por um serviço prestado e obtendo as vantagens ou desvantagens daquilo pelo qual paguei. O problema é meu, e de mais ninguém. 

Todas as religiões cobram um preço, pois todas elas são instituições que precisam sobreviver. Experimente tentar ir a um templo Budista no Tibet ou na Índia, e verá que sem pagar, você não poderá permanecer lá por mais que algumas poucas horas. Se quiser batizar ou crismar seus filhos, ou casar-se na Igreja católica, você precisa pagar (e às vezes, bem caro).

Na última Bienal, muitas pessoas se escandalizaram porque um devido político protestante mandou recolher um livro que tinha uma cena de beijo homossexual. Tal livro chama-se Vingadores – A Cruzada das Crianças. Não li o livro, e não sei do que se trata. Se ele mostra mesmo conteúdo inadequado para crianças, não deveria estar sendo vendido abertamente e sem nenhum tipo de aviso. Deveria estar lacrado para que as crianças presentes, atraídas pelo título, não o abrissem e acessassem o conteúdo. Se isto for verdade eu concordo com o político, mas não concordo com a arbitrariedade da ação. Ele poderia ter solicitado que os livros fossem plastificados.

Acho este um exemplo claro de falta de respeito de ambos os lados. Porém, a ação apenas ajudou para que os tais livros fossem vendidos em tempo recorde. Que cada pai e mãe decida o que deseja que seus filhos acessam ou não. Mas para que isso seja possível, é preciso que haja informações disponíveis sobre os produtos. Acho que vender livros assim sem colocar qualquer tipo de advertência é pisar sem dó no quadradinho alheio; ao mesmo tempo, mandar recolher um livro com força de polícia e sem prévio aviso apenas porque seu conteúdo, segundo meus critérios, é inadequado, é arbitrário. 

Faltou respeito aí.



terça-feira, 3 de setembro de 2019

UMA QUESTÃO DE HUMANIDADE







Lembro-me da ocasião em que o ex-Presidente Lula adoeceu e começou a tratar de câncer; também me lembro de quando a ex-Presidente Dilma foi acometida da mesma doença. Pena é que também me recordo dos comentários absurdos que foram feitos nas duas ocasiões, alegando que eles 'mereciam' as doenças que tiveram, que melhor seriam estando mortos, e outras maldades do tipo. 

Em ocasião da facada que quase tirou a vida do atual Presidente Jair Bolsonaro, ouvimos coisas semelhantes e ainda piores; sinal de que a humanidade não evolui nada de lá para cá.  Não melhoramos muito desde então, pois quem deseja a doença e o mal de outra pessoa, não pode ser alguém bom. Não se trata de uma questão política agora, e nem se tratava de uma questão política nas outras duas ocasiões. É uma questão de humanidade mesmo (ou da falta desta).

Infelizmente, o nosso Presidente vai necessitar passar por mais uma cirurgia, ainda devido às consequências daquela facada. Fico muito triste de ver o que as pessoas andam falando por aí, e até mesmo decepcionada ao saber quem estas pessoas são - ou dizem ser! Pessoas que afirmam se importar com o destino da natureza e da humanidade, católicas ou espíritas praticantes, supostamente caridosas, daquelas que mandam mensagens fofinhas pelo Instagram e Whatsapp desejando-lhe bom dia e afirmando que "Jesus é a luz do mundo." 

Pena que essa luz não tenha chegado até elas.

É contraproducente desejar um mundo melhor enquanto se espalha comentários tão cheios de ódio; é sinal de falsidade falar de luz quando suas palavras vêm das trevas mais escuras do inferno. É hipocrisia falar da corrupção de certos políticos enquanto a própria alma sofre da forma mais vil de corrupção. 

Ninguém precisa gostar de ninguém. Ninguém precisa desistir de suas convicções políticas - afinal, é necessário que para tudo exista o seu oposto no mundo, pois só assim mantém-se o equilíbrio. Cada um escolhe e tem o direito de escolher aquilo que acha melhor. Porém, que essa escolha não necessite de maldade e de mentiras para sustentar-se. Não posso sair por aí desejando a morte das pessoas que eu não gosto. 

Se eu não consigo desejar saúde a alguém, que pelo menos eu não deseje nada, ou que eu saiba me calar e me abstenha de espalhar pelo mundo o ódio que eu trago dentro de mim. Que este ódio não se espalhe, não se propague, mas que morra na acidez da minha própria saliva ou diante da luz do conhecimento. 

Para que tal ódio não chegue até mim e não me deixe com um gosto amargo na boca e bile no fígado, estou bloqueando todos que se pronunciam com sarcasmo ou maldade a respeito da saúde do Presidente da República ou de outras pessoas. Peço também que tais pessoas não mais me visitem ou comentem.





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Wyna, Daqui a Três Estrelas

Este é um post para divulgação do livro de Gabriele Sapio - Wyna, Daqui a Três Estrelas. Trata-se de uma história de ficção científica, cuj...