witch lady

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terça-feira, 24 de maio de 2016

A Resposta







A resposta, é que eu fiquei
Quando tudo  mais passou.

Aquela voz derreteu,
 Desapareceu no chão
Para nunca mais voltar.

As correntes que prendiam
Os dementes tornolezos
Seguram só esqueletos
Que nunca, nada dirão...







Palavras & Silêncios









Palavras embebidas em silêncios;
Descansam os ouvidos,
Apuram-se os sentidos.
Cobertas de névoa, elas dormem,
Brancas e frias,
Aguardam um novo caminho.

As corolas das flores
Perderam os perfumes.
As sementes das árvores
Cansaram-se de tanto cair
Em um solo infértil.
A chuva goteja dos telhados
Mas seca, antes do chão,
Em pleno desconsolo.

Nada mais vale a pena
De um sorriso,
De uma palavra,
De uma lágrima,
De um olhar.





Quem Mora Naquelas Casas?






Enquanto caminho, passo por casarões antigos. As portas estão sempre fechadas, as janelas cerradas - parece que há muito tempo - e apenas os caseiros circulam por ali . Nos jardins, vemos criações de galinhas, carros já bem velhos que pertencem às pessoas que trabalham ali, o gramado alto e mal-cuidado, varais cheios de roupas e a casa se deteriorando cada vez mais, aos cuidados de quem definitivamente não faz o seu trabalho, e tem certeza de que sua displicência não será fiscalizada. Dá uma pena enorme, ver estes casarões antigos quase abandonados! Ao passar por eles, surgiu-me um poema:


QUEM MORA NAQUELAS CASAS?


Passando pela calçada,
As casas enfileiradas
De paredes descascadas
Me fizeram perguntar:
Quem mora naquelas casas,
Por trás de tantas fachadas,
E de portas bem fechadas
Onde o sol veio brincar?

O vento assovia mantras
Por entre as venezianas
E as gretas das vidraças:
Quem veio escutar o som,
Diapasão do passado,
As notas dessa canção
Que a vida veio tocar?

Quintais de terra e cimento,
Velocípedes virados,
Brinquedos velhos, quebrados,
E ninguém mais quis brincar...
Margaridas, beijos, rosas,
Balanços abandonados,
Padrões no chão desenhados,
Nas sacadas, dormem gatos.

Quem mora naquelas casas,
Serão os anjos sem asas
Que nunca mais vão voar?
Ou serão só os fantasmas,
Grudados sobre as paredes
Balançando com as redes
De franjas arrebentadas
Que a brisa vem agitar?




sábado, 21 de maio de 2016

Casa & Prosperidade






Estou envolvida com a leitura absolutamente prazerosa do livro de Eddie Van Feu - "Wicca - A Bruxa Tá Solta." Ainda no capítulo inicial sobre a prosperidade, o que ela diz casa direitinho com aquilo que eu sempre defendi: a prosperidade é algo que vem quando a deixamos entrar, ao invés de nos trancarmos dentro de ideias antigas e erradas que enfiaram em nossas cabeças, de que a pobreza é louvável e a riqueza é ruim. 

Abrir caminho para a prosperidade entrar em nossa casa significa que antes precisamos, literalmente, desatravancar o ambiente: jogar fora todas as coisas velhas, quebradas, feias ou inúteis, que temos guardadas dentro de caixas, sob camas, nos sótãos e gavetas, garagens e armários. Enquanto estivermos cercados destas coisas horríveis e cheias de poeira, a prosperidade ficará do lado de fora. A mente das pessoas que acumulam coisas inúteis e que se recusam a partilhar com os outros aquilo que não mais necessitam (desde que estejam em bom estado) é cheia de medos: medo de perder, de empobrecer, de vir a precisar daquilo um dia. Geralmente, suas casas são sujas, mal-cuidadas e atravancadas. Cultivam a energia do medo e da perda, enquanto sonham com a prosperidade.

E eu acho - ou melhor, tenho certeza - que se elas não mudarem de pensamento e de modo de agir, viverão todas as suas vidas afundadas em dívidas, medo, pobreza e infelicidade. 

Ninguém deveria gastar mais do que ganha, ninguém deveria achar que pagar as contas daquilo que é desfrutado seja ruim! Afinal, a honestidade traz a prosperidade verdadeira, aquela que é duradoura, pois não tirou nada de ninguém, não veio através de atos que visam enganar, calotear e prejudicar quem nos prestou um serviço ou nos vendeu algo.  

Energia é uma coisa que deve estar sempre circulando, em movimento. Ela fica estagnada em casas sujas, cheias de objetos inúteis, quebrados ou feios (muitas vezes, presenteados por outras pessoas) e dos quais não gostamos. O dinheiro é uma forma de energia. Ter dinheiro para gastar com as coisas que gostamos não é algo ruim, e não significa estar explorando alguém. 

A casa, assim como a mente, deve estar limpa e bem cuidada, e com espaço para circulação. A prosperidade agradece.




When I was 20








When I was twenty,
Life wasn't better than today.
I was always insecure,
And felt so immature,
Wondering if there would ever
Be a cure.

I just wanted to please,
Be helpful and sweet,
Thinking I should never admit
I was used to being used.

Being twenty was not that good.





Sobre Prosperidade










Trechos absolutamente necessários do livro igualmente indispensável "Wicca - A Bruxa Tá Solta!" de Eddie Van Feu





"Ficar fazendo as coisas do mesmo jeito esperando que algo mude é estúpido. um hamster aprende isso depois do terceiro choque, no máximo."






"As religiões, na sua maioria, são boas. O que estraga são as pessoas. Assim que o ego entra em ação, todo mundo começa a se estapear e tentar ocupar o pódium da última palavra."







"No Brasil, um empresário (ou dono de um negócio) é constantemente visto como "explorador", enquanto seus empregados são frequentemente vistos como "pobres coitados que não tiveram oportunidade de ser algo mais." Precisamos urgentemente apagar também essa ideia do país dos coitados em que a pessoa bem-sucedida é exploradora, um empregado é um explorado e um que não tem trabalho é um coitado.Tanto da cultura cristã quanto da nossa própria cultura brasileira, herdamos esse hábito de cultuar a miséria como mártir e condenar a riqueza, como se fosse uma mácula (afinal, sem ela não existiria a miséria.)"




quinta-feira, 19 de maio de 2016

ÉPICO








Subiram as cortinas:
Começa o espetáculo!
Apupos e cuspidas,
Fazendas invadidas,
Bezerros arrancados
Das vacas indefesas
E mil tochas acesas
Homens coisificados
Em massas de manobra
De uma certa cobra.

No Champs-Élysées
Sentados às suas mesas
Debatem os artistas
Sem nem ver a dureza
De um cotidiano
Ao qual abandonaram...
-Cafés e chocolates
E a fome do outro lado!

Os ricos e os pobres,
Políticos e elites,
No tapete vermelho,
Atores e suas grifes.
Vermelhos de um lado,
Do outro, os ‘estranhos’
Que clamam por clemência
Na roda desses anos.

E ninguém se adianta
E aponta os hospitais,
Os gritos de angústia
Gemidos e os ‘ais’
De quem morre sem ter
O mínimo cuidado:
O que importa é o palco,
Interesses marcados.

E à roda de tal mesa,
A graça e a nobreza,
Vestidos muito caros,
-A fama que sonharam!
Partilham dividendos,
(E o país, morrendo)
Pedaços arrancados
Por dentes afiados.

Não querem enxergar
A morte do partido,
Os ideais, sem dó
Pra algum lugar, varridos...
Os sonhos de igualdade?
-Mentiras deslavadas
Que já apodreceram
Na beira da estrada!

A Pátria dividida;
Nas redes sociais
Dois povos, que já foram
Um só, e bem iguais...
E o Foro de São Paulo
Bebendo todo o sangue
Alimentando a gangue
De falsos ativistas:
Hienas disfarçadas
Em peles socialistas!





domingo, 15 de maio de 2016

Nós X Eles







|O título desta postagem também poderia ser Nós X Vocês, depende de quem estiver lendo.

Há algum tempo, venho acompanhando pelos jornais e pela TV - e também através do Facebook, lendo todos os sites indicados, tanto os "nossos" quanto os "deles" - os acontecimentos no país. Eu queria ter ficado neutra no início, pois entendo que não vale a pena defender este ou aquele político quando são quase todos iguais, e que após as declarações inflamadas e os interesses próprios defendidos, políticos fazem alianças uns com os outros e fica tudo bem entre eles. Eu não defendo, nem nunca defendi, nenhum político. Mas é difícil permanecer neutra em um contexto como este que vivemos.

Após ler muito, ouvir muito e tomar as minhas próprias conclusões, percebi que estou mesmo do lado do governo Temer - que não é o melhor dos melhores, não é exatamente o que queríamos, mas é o que temos; seria ele ou a ex-presidenta, que estava transformando o Brasil, com a ajuda  do PT, em Cuba na época da Guerra Fria. Ele está fazendo exatamente aquilo que eu pensava ser o certo, pelo menos por enquanto. Se lá na frente ele mudar, serei contra ele da mesma forma que fui contra a Dilma. Como diz um meme que circula nas redes sociais, "Não tenho político corrupto de estimação."

Eu me sinto culpada pela situação na qual nos encontramos, pois nunca me interessei por política. Não lia a respeito, trocava de canal durante o noticiário, votava por obrigação. Como a maioria dos brasileiros. Mas sinto que uma grande mudança está ocorrendo no meu modo de agir e pensar, e ando tentando recuperar o tempo perdido. Eu acho que isso também está acontecendo com muita gente, tanto com as que defendem a Dilma quando as que defendem o novo governo, e acho isso muito positivo: as pessoas estão aprendendo a pensar, estão descobrindo que o que elas fazem, dizem e pensam é importante sim, tem que ser ouvido sim, e que elas tem o direito de se expressarem.

Porém, alguns esquecem a educação em algum lugar lá atrás quando dizem o que pensam. Outro dia mesmo, ao ser convidada para participar de um debate no Face de um Petista - eu disse que fui convidada, não entrei de gaiata no navio - de repente entrou uma senhora maluca que eu não conheço e não faz parte da minha lista de amigos no Facebook e começou a me chamar de burra, me mandando calar a boca. Foi um tal de "KKKK, cala a boca, Ana Bailune, você é burra e já falou demais", que acabei bloqueando a ela e ao meu amigo, que nada fez para me defender e ainda me mandou manter a classe, quando quem desceu do salto foi ela. Depois ele me mandou um e-mail se desculpando e dizendo que "Não era para tanto." Como assim??? 

Há também aqueles que entram no nosso espaço sem pedir licença a fim de nos xingar. Dizem o que querem, e quando escutam o que não querem, ficam ofendidos. Pior de tudo, é que nem se dão ao trabalho de ler o que a gente escreveu: passam os olhos no texto, comentam que ele é "Lamentável" e começam a afirmar que dissemos coisas que jamais dissemos! Sentem-se indignados pelas afirmações que eles próprios fazem sobre a gente, baseados no que nem sequer tiveram o trabalho de ler e ainda reclamam da falta de respeito, do ódio gratuito nas redes sociais e do direito de se expressarem, como se só tivesse esse direito aqueles que concordam com eles.

Nunca excluí comentários de quem discorda de mim, desde que sejam feitos com respeito. Também não invado páginas alheias para xingar ninguém. Mas assim como eles, o que eu penso é o que eu penso, baseado naquilo que eu vejo, ouço e sinto. E eu sou bastante observadora quando quero. Os mesmos direitos que eles tem de expressar seus pensamentos e defender aquilo no qual acreditam, eu também tenho. 

Eu fico triste ao ver o tanto de mentiras que são propagadas pelos dois lados. Uma simples pesquisa rápida, e eu confirmo a veracidade das coisas que eu leio antes de postá-las ou partilhá-las. Seria bom se todo mundo fizesse a mesma coisa, antes de entrar de sola na cara da outra pessoa, chamando-a de burra, execrável, lamentável ou seja lá o que for. O ódio não nasce dos pensamentos diferentes, pois se todo mundo pensasse igual, o mundo não teria sequer evoluído; ele nasce da falta de respeito, da intolerância com aqueles que pensam diferente de nós.








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