witch lady

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domingo, 23 de março de 2014

I Am The Eye in the Sky



"I am the eye in the sky
Looking at you
I can read your mind..." - The Alan Parsons Project

Pequena Folha




Pequena folha soprada,
Prenúncio de outono
Pousou na janela.

Pequena folha dourada,
Caída da mãe
No vento elevada...

Os veios marcados de tempo,
Se solta, se entrega
E sem medo, seca...

Pequena folha ferida,
Amarelecida,
Restinho de vida...




Receber Bem





Quando eu era criança, minha mãe costumava contar-me histórias de um livro didático que ela usava em seus tempos de escola. Naqueles tempos, havia apenas um livro no qual as crianças aprendiam tudo: matemática, Língua portuguesa, ciências, história e geografia. A parte de língua portuguesa tinha várias lendas e fábulas, como por exemplo, a do uirapuru, da índia Potira, A Lenda do Sol e da Lua e muitas outras. Entre elas, a que me inspiro a escrever esta crônica.

Eu era muito pequena, nem sequer tinha sido alfabetizada ainda; portanto, não me lembro dos detalhes. Mas dizia a lenda que havia uma garça, orgulhosa e rica, que convidara um gato para jantar em sua casa, mas com a intenção de humilhá-lo. Lá chegando, o outro bichinho viu-se decepcionado, pois a garça serviu-lhe o mingau em um jarro de ouro comprido e fino, onde somente ela, com seu bico longo, poderia se alimentar. O gato passou a noite esfomeado. Mas houve uma revanche: no outro dia, a garça foi convidada para jantar, e o gato serviu-lhe o mingau derramado sobre uma pedra, onde somente ele conseguiria comer.

Não costumo convidar desafetos para o jantar, mas se eu tiver de fazê-lo por força das circunstâncias, ele será tão bem tratado quanto todos os outros convidados. Eu jamais convidaria alguém para minha casa a fim de humilhá-lo. Assim, não concordo com o papel da garça, e nem com a vingança do gato, pois acho de uma pobreza de espírito tremenda, fazer um convite a alguém para ter a chance de sentir-se seguro em seu próprio território a fim de humilhar esta pessoa.

Quando convido alguém para minha casa, procuro saber o que esta pessoa gosta de comer, e o que ela pode comer. Não serviria carne a um vegetariano ou açúcar a um diabético. Não faria perguntas indiscretas e nem jogaria indiretas para ferir meu convidado. Quando ele falasse, eu faria silêncio e o ouviria com atenção – mesmo que não tivesse nada a comentar sobre o que ele dissesse. Não o excluiria das atividades da casa nas quais os outros convidados tomassem parte. Acredito que diferenças devem ser resolvidas longe da mesa da sala de jantar, através de uma boa conversa.

Foi assim que minha mãe me ensinou.




sábado, 22 de março de 2014

ENCANTADOR!

O Encantador de Cães, Cesar Millan





Cesar Millan Favela
Nascimento - 27 de agosto de 1969 

Culiacán, Sinaloa, México.
Ocupação - adestrador canino, escritor, apresentador de TV

"O cão é o reflexo do estado de espírito do dono."

Cesar, auto-didata em comportamento canino, inspirou-se nos exemplos do avô no trato com os animais, que sempre dizia: "nunca trabalhe contra a Mãe Natureza". Mais tarde, mudou-se para os Estados Unidos esperando se tornar o maior adestrador de cães do mundo. Trabalhando em um pet shop, teve sua habilidade notada ao tratar dos cães mais difíceis e problemáticos, ao mesmo tempo em que ajudava os donos. Disso, focou-se em sua habilidade que chama de reabilitar cães, ao fundar um centro específico. Tornou-se famoso por comandar a série de tv Dog Whisperer (O Encantador de cães), que atingiu oitenta países na exibição da sexta temporada. Neste programa, expandiu seu slogan: eu reabilito cães e treino pessoas. Além de adestrador canino e apresentador, é escritor, cuja obra, homônima da série, é considerada best seller em diversos países.

Em sua vida pessoal, casou-se com Ilusión Wilson Millan em 1994, com quem teve dois filhos, o mais velho nascido em 1995 e o mais novo em 2001. Cesar tornou-se residente legal no país em 2000 e cidadão em 2009. No ano seguinte, o casal, junto há dezesseis anos, anunciou o divórcio.



"Vivemos em uma sociedade com medo. Este medo muitas vezes provém da ignorância. Creio que, através do conhecimento, podemos fazer um mundo melhor - não apenas para os cães, mas para todos os seres humanos e a mãe natureza. Eu acredito que você pode curar o seu próprio mundo; em primeiro lugar: sua família, seus filhos, seu cachorro, seu outro significativo. Se você não tem um bom relacionamento com sua esposa, por que você fala da minha esposa? Se os seus próprios filhos não são estáveis, por que você insiste para que meus filhos se comportem assim?  Se seus próprios cães não obedecem você, por que você quer ensinar-me sobre meus cães? Seja um exemplo. Defina um exemplo.
Comece por se tornar um líder do bando em seu próprio mundo e curar o seu próprio mundo, e os efeitos repercutem em cascata. Precisamos criar um mundo onde o maior nível de energia é a partir de modelos positivos, para que possamos dominar a negatividade."

Fonte: Wikipedia, Uol bichos e dogblog.com


Site oficial: wwwcesarsway.com 









sexta-feira, 21 de março de 2014

A MAIS LINDA POESIA





Todas as manhãs, a vida se espreguiça,
Atiça a vontade, abrindo as janelas
Deixando que entre um raio de sol
-Ou beijos de chuva- e cantos de pássaros...

Ruídos de carros, pessoas e máquinas,
Veramente bela, a vida que passa!...
E quando se fecha sobre as nossas almas,
Derrama no cântaro precioso líquido.

Momentos de festa, momentos de dor,
Pedaços de cor entre a paz e a lida,
Lindamente escrita em papiros de pele,
A mais linda poesia: a vida, a vida!




quarta-feira, 19 de março de 2014

A CADEIRA DE BALANÇO





A primeira casa que compramos pertencia a um casal de idosos. Na sala de estar havia uma cadeira de balanço antiga, dessas com assento e encosto de palhinha. Eles estavam mudando para um pequeno apartamento e teriam que se desfazer de uma parte de seus móveis; quando soubemos, imediatamente fizemos uma oferta na cadeira de balanço.

Eu sempre quisera possuir uma cadeira de balanço. Lembro-me que nossa Tia Rosa tinha uma na edícula, e quando nós a visitávamos, eu me sentava (pequenininha, no meio da enorme cadeira) e ficava ali quietinha durante horas...

A cadeira de balanço que compramos dos ex-donos da nossa primeira casa ficou conosco durante os sete anos que moramos lá, e quando  vendemos a casa e nos mudamos para esta onde hoje moramos, trouxemos a cadeira conosco. Minha irmã refez para mim a palhinha do assento, já gasta, e dei-lhe, eu mesma, uma demão de verniz.

Mas acho que as coisas tem seu tempo de permanência nas casas e junto às famílias. Há algum tempo, eu vinha entrando em minha sala de estar e, ao deparar com a cadeira antiga e escura (agora, é preciso refazer a palhinha do encosto) achei que dezesseis anos já foi tempo demais. Em termos de funcionalidade, ela não estava mais agradando. Visualmente, ela deixava aquele cantinho da minha sala um tanto escuro e triste.  Decidi substitui-la por um moderno pufe reversível em mesinha de centro quando necessário, pois achei-o mais prático, clarinho e funcional. 

A cadeira de balanço está em minha varanda, aguardando seu destino... não sei se a vendo, doo ou pinto com cores alegres, deixando-a na varanda. Ainda não decidimos o que fazer com ela. Pacientemente, ela nos olha sempre que entramos e saímos de casa. Parece entender que talvez o seu tempo conosco tenha acabado, e sei que ela nos perdoa e não guarda ressentimentos por ter sido substituída pelo pufe moderninho.



segunda-feira, 17 de março de 2014

ELEGIA






Me esfolas, me cortas, me cospes,
Sou a mosca flutuante
Que passa pelo gargalo:
Mexo as patas na garganta.

Sou a fome que ainda
Permanece, após a janta,
A mentira que tu contas
Para convencer os tontos.

Sou a herege, a sacripanta,
A que rouba, sem piedade
Os teus sonhos, e os destrói,
Vertendo-os na realidade.

Sou teu saco de pancadas,
A desculpa esfarrapada
Para tua incompetência...
-Na verdade, não sou nada,

Sou bem menos que tu pensas,
Mas me fazes de estrada,
De bandeira, que drapejas
E de alvo, que apedrejas
Para aliviar as mágoas
Da tua vida desgraçada!

Ah, se ao menos eu pudesse
Ser um pouco do que dizes,
Se eu tivesse esse poder
Que tu tanto me atribuis!...

Eu faria uma magia
Mostraria o quanto és nada,
E o quanto eu nada sou,
-Nem ao menos a tal sombra
Que atrapalha a tua luz!...

Hoje eu faço uma elegia
-Presta atenção, estás vendo?
Eu te peço que a escrevas
Na minha última pedra:
"Aqui jaz quem nunca foi,
E continua não sendo."






sábado, 15 de março de 2014

Poesia





Entra de mansinho pela janela,
Pousa nas paredes, 
Traz consigo um canto
De passarinho.

Marca um raio de sol
Que se colore através do cristal,
Multipartido em cores...
Imprime-se, indelével,
Na face do coração.

Oculta-se, mostra-se,
Derrama-se
Em gotas de sangue,
Para logo elevar-se
No puxão de um sorriso,
Entre o branco e o negro, flutua,
Paz, amor, medo, loucura...

Na fronha, ela se deixa ficar
Até a manhã seguinte
Para conhecer melhor nossos sonhos...
Acorda-nos
No meio da noite, 
Num raio de lua que entra
E brilha sobre as pálpebras.

Espalha-se pela casa
Com o cheiro de café, 
Senta-se nas ondas das vozes,
Assiste ao filme na TV,
Fica lisa e esticada
Por sobre a roupa passada,
Varre o chão da casa
Presa que está
Aos fios da vassoura.

Olha-nos do rosto da flor,
Cai sobre nós, a folha seca,
Gota de chuva,
Beijo de brisa
Pétala
Precisa e efêmera,
Concreta e etérea,
Circula nas veias,
Faz parar o coração
Na última hora.

-E como ela chora!...

Ponte entre mundos,
Ela traz de volta quem se foi,
Faz-se estradas e caminhos percorridos
Por saudades e lembranças,
E é em seu rosto
Que nos revemos, crianças...

Poesia,
Minha melhor amiga,
Meu tudo, minha vida,
O motivo que me prende
E me solta
Neste e deste mundo.





Flagrantes Petropolitanos


































Mudanças



Acho que uma casa tem que acompanhar as mudanças da gente. As paredes devem tingir-se das cores que nos agradam no momento. E mesmo que não seja possível pintá-las, é possível incluir essas cores nos pequenos detalhes: uma almofada, uma toalha de mesa ou cortina, um tapete.

Às vezes eu olho para quadros que fazem parte de minhas paredes há anos, e vejo que seus desenhos ou paisagens nada mais tem a ver comigo; substituo-os por outros ou troco-os de lugar. E quando eu os substituo, sempre acabo presenteando alguém com eles, pois quase nunca guardo coisas que não uso mais - a não ser que eu sinta que as usarei novamente.

Gosto de caminhar pela casa e ver as coisas diferentes. Nem precisam ser mudanças radicais (nem sempre temos o dinheiro suficiente para fazê-las), mas detalhes aqui e ali que dão um ar diferente, inovado. Parece que a casa respira melhor. É quase como quando  a gente corta o cabelo ou compra roupas novas.



Viver é mudar. Não consigo ficar  na mesmice. "Conservadora" não é um adjetivo que me define bem, pois apesar de ter meu lado conservador, que tem mais a ver com meus valores, até mesmo estes mudam. Eu não gostava Drummond, e agora, eu gosto. Acho que com o tempo, se nos permitirmos estar abertos às mudanças, novos entendimentos passam a fazer parte do nosso ponto de vista, e passamos a compreender melhor certas coisas que costumávamos não gostar, e ao mesmo tempo, passamos a não gostar mais de outras que eram consideradas muito importantes.

Não, não chego a ser uma metamorfose ambulante; mas também não tenho aquela velha opinião formada sobre tudo.



ADÉLIA PRADO






Trechos de Poemas de Adélia Prado



"Eu sou uma mulher sem nenhum mel
eu não tenho um colírio nem um chá
tanto a rosa de seda sobre o muro
minha raiz comendo esterco e chão.
Quero a macia flor desabrochada
irado polvo cego é meu carinho.
Eu quero ser chamada rosa e flor
eu vou gerar um cacto sem espinho."
(Senha)





Nunca me senti moradora,
a sensação é de exílio.
Criancinha de peito, essa já sabe,
seu olhar muda quando desmamada.
Tudo é igual a tudo,
mas por agora a unidade nos cega,
daí o múltiplo e suas distrações.
Deus sabe o que fez.
Mesmo com medo escrevo
que é 1º de julho de 2011.
Parece póstumo, parece sonho.
Alguma coisa não muda,
minha fraqueza me põe no caminho certo.
Deus nunca me abandonou."
(Sala de Espera)







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Wyna, Daqui a Três Estrelas

Este é um post para divulgação do livro de Gabriele Sapio - Wyna, Daqui a Três Estrelas. Trata-se de uma história de ficção científica, cuj...