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quarta-feira, 8 de maio de 2013

O Caderno






Há muitos anos, quando eu estudava à noite, fazendo o antigo 'segundo grau' e trabalhava durante o dia em uma loja, tive um colega de escola que adorava filosofia. Ele era um tanto taciturno e sonhador, idealista, contra o capitalismo, a burguesia, o domínio das massas, e sustentava em seu discurso um tanto confuso marxista/comunista/idealista,  uma vontade de mudar o mundo. Ele tinha uma alma aflita.

Certa noite, ao sairmos da escola, ele me procurou com uma porção de cadernos manuscritos, e me pediu que os guardasse. Deu-me também um casaco (até hoje não descobri o motivo), dizendo que ia fazer uma longa viagem - que, na verdade, não durou nem uma semana, e pelo que sei, ele não foi a lugar algum. Fiquei preocupada na época, achando que ele ia suicidar-se, mas após várias garantias de que ele não tinha a menor pretensão de fazê-lo (e porque o último ônibus da noite já chegava no ponto), deixei-o.

Depois, a vida nos afastou. Comecei a namorar meu marido. A escola terminou, casei-me, mudei de emprego várias vezes e não sei, absolutamente, o que aconteceu com ele. Acho que ele me pediu os cadernos de volta, e eu os devolvi, juntamente com o casaco; minha mãe adorava ler aqueles cadernos, e achava que o meu amigo, na verdade, tinha uma paixonite por mim... o que continha os cadernos? Trechos de discursos filosóficos, políticos, religiosos (ele abominava a religião). Coisas de Karl Marx, Nietzsche, Yung, Platão... antes, eu mal havia ouvido falar destes caras.

Bem, depois que minha mãe morreu, enquanto olhávamos as poucas coisas que ela deixou para decidir quem guardaria o que, achei um dos cadernos. Encapado com plástico amarelo transparente, assim que pus os olhos na capa, lembrei-me de meu antigo amigo. Achei curioso que eu tivesse me esquecido de devolver um dos cadernos! Minha mãe o guardou entre suas coisas por mais de trinta anos. 

Percebi, ao folheá-lo, que havia algumas páginas que tinham sido removidas, cortadas com uma tesoura, e que o último discurso terminava repentinamente. Parece que meu amigo havia sido interrompido enquanto o copiava. E lá nas últimas páginas, após algumas folhas em branco, Havia um texto de minha mãe. Um texto que me deixou muito triste, pois falava da solidão que ela sentia e do arrependimento por ter deixado sua própria casa para ir morar com minha irmã. Falava muito de solidão e de não sentir-se adaptada. Este texto foi escrito em 1991, um ano após meu casamento.

Fiquei olhando o caderno, e pensei no trabalho que meu amigo havia tido para copiar, um a um, todos aqueles textos. Na nossa época, lá pelos anos 80, mal se ouvia falar em internet, e ninguém tinha computador em casa. Pensei nas muitas horas solitárias que aquele jovem passou perdido em seus pensamentos e anotações, e no quanto a sua cabeça devia fervilhar diante daquelas ideias tão imensas.

Pensei em toda a tristeza e solidão que minha mãe guardou só para ela durante tanto tempo... e sem que eu jamais suspeitasse de que ela se sentisse daquela maneira. Quanto desperdício!

Transcrevo aqui as últimas linhas escritas por minha mãe, pois afinal, apesar de tantas tristezas, elas provam o quanto ela gostava da vida:

"(...) Às vezes penso que a só a morte poderá me consolar, mas a vida é tão bonita, apesar dos pesares, o mundo é tão belo que ainda não quero este consolo. 
Sei que tudo é ilusão, tudo acabará, nada é eterno, só Deus. Eu não quero ser uma intrusa na vida de ninguém, isso me desgosta muito. Quem sabe, se não arranjo um jeito?
E se a morte é um descanso, eu não quero descansar."

Fico me perguntando: o que faz com que nos distanciemos tanto das pessoas, e tentemos esconder nossos sentimentos e pensamentos com tanta ênfase? O que nos causa tanto medo? Por que achamos vergonhoso revelar o que sentimos e pensamos, se no fundo, todos nós temos medos e anseios tão parecidos? Por que, meu Deus, esse medo de demonstrar fragilidade, essa necessidade de competir, enganar, ser 'mais esperto' e aparentar ser e poder mais que todos, e mostrar-se sempre forte, sorridente, vencedor?

Qual é o problema em sermos apenas humanos?

Qual o problema em dizermos, sinceramente: "Hoje eu estou escuro", ou "Preciso de você", ou "Sinto-me só?" Caminhamos durante toda a nossa vida entre seres que deveriam ser encarados como nossos semelhantes, e ficamos o tempo todo tentando provar que somos bem diferentes deles. Essa solidão, esse medo, e essa tristeza, vem exatamente daí: da nossa decisão de nos negarmos a ter sentimentos reais, dessa mania de evitarmos olhar para dentro de nós mesmos, compreender o que sentimos e partilhar experiências.

Ninguém aqui é super homem! Então, para quê fingir? Por que tentar criar uma capa de falsa felicidade, um verniz que não resiste ao menor arranhão? Se todos tivéssemos coragem de retirar as máscaras, com certeza, o mundo ficaria bem mais leve. E seríamos, quem sabe, felizes de verdade.

terça-feira, 7 de maio de 2013

Que Bobagem!






Que Bobagem!


Eu às vezes penso:

"Que bobagem!

Se tudo isso o que vivemos

Não passa de uma viagem

E logo, logo,

Onde estaremos?"


E a vida de repente

Passa a ter outros valores,

Vejo algumas outras cores

Sobre tudo o que fizemos...


E o que importa, na verdade,

Se, enfim, nada sabemos?


Caminhamos, um a um,

Em direção a um destino

Que se estende, caprichoso,

Entre as flores e os espinhos!


E a única certeza

Nesse vale dividido

Entre prazeres e dores,

É que nem sequer sabemos

Em que porto atracaremos...


Quebrar-se-hão os espinhos,

Murcharão todas as flores.



segunda-feira, 6 de maio de 2013

Ainda Ontem




Ainda ontem
Te vi no brilho do sol,sobre a superfície enrugada do lago,
E ouvi teu riso nas folhas que se moviam ao vento.
Senti teu toque
Ao passar junto às flores que enfeitavam o muro,
E ao olhar para o céu, à noite,
Te vi brincando de voar entre as estrelas.

Pode ter sido apenas
Minha imaginação...
Mas talvez, não.

Ainda ontem,
As gotas de chuva fizeram-me cócegas,
E eram as pontas finas dos teus dedos,
Respirei fundo, e de repente, estavas dentro de mim,
Olhando para fora através dos meus olhos...
Te empresto tudo o que tenho: olhos, boca, pensamento,
Tudo,
Para que possas te expressar.

Ainda ontem,
Ao caminhar, sem pressa, pela rua,
No rosto de cada pessoa, eu vi alguma coisa tua:
Um fio de sobrancelha, a cor da pele, o som da voz,
Uma risada parecida, um andar, um sorriso, um olhar...
Como pode alguém dizer que você foi embora,
Se eu te vi agora mesmo, ainda agora?...

Pode ter sido
Minha imaginação,
Mas talvez, não.

Ainda ontem, 
Pensei em ti com tanta força, mas tanta,
Que eu senti que estavas perto, 
E mesmo assim, eu caminhava em meio a um deserto,
Pois se estendo as mãos, tu não estás...
Mas eu te sinto, te imagino, e lembro sempre
Daqueles tempos em que aqui estavas, sorridente,
Quando o adeus morava muito longe - ausente...

Pode ter sido 
Minha imaginação...
E se foi, 
Que eu não a perca nunca, 
Pois é ela que te traz de volta
Toda vez que a saudade me sufoca.





Eta Gente Chata!




Há um exagero hoje em dia com essa coisa de direitos. Autorais e também de outros tipos. A criatura coloca uma imagem na internet, ou seja, solta-a no mundo, e se alguém a usa em alguma postagem de blog - nem que a imagem se trate de uma simples barrinha - já vem um 'aviso' no lugar da imagem, falando sobre direitos autorais. 

Se alguém , sem querer, coloca um nome que já existe em outro blog, alguém vem dizer que é plágio; tudo é plágio hoje em dia! Eta gente chata. Se um poema tem o mesmo título que outro, é plágio. Como se alguém fosse proprietário das palavras. Nem sabem o que significa plágio, e querem cantar de galo!

Me digam: quem é que tem aí uma ideia totalmente inédita para uma crônica, conto ou poema? Será que é preciso pesquisar arduamente antes de colocar um título em alguma coisa, para ver se já tem outro com título parecido ou igual? Mas que chatice sem medida! Tem gente que nasceu para ser chata e desagradável!

Uma amiga blogueira deseja criar um livro de contos com as histórias de vários autores - sem cobrar nada por isso - mas não consegue contos suficientes, porque as pessoas estão preocupadas com seus 'direitos autorais.' Não querem saber se através de tal publicação poderão ter seus trabalhos mais divulgados. Ela mesma, que está se empenhando tanto para conseguir a publicação, não ganhará nenhum centavo através dela; faz apenas por prazer.

Acho a maior gentileza quando alguém aprecia tanto alguma coisa que eu fiz a ponto de perguntar se poderia publicá-la em outro espaço. Se meu nome estará lá, por que não? 

Algumas vezes, vejo mensagens após algumas publicações: "Este texto está protegido pela Lei de Direitos autorais número tal tal, e blá, blá, blá..." Não sou a favor da violação de direitos autorais, pois acho feio pegar alguma coisa que alguém escreveu e assinar o nome embaixo; mas também acho que existe um pouco de exagero de alguns autores nesse sentido. Para mim, quando eu crio, é para as pessoas lerem, apreciarem, e se quiserem, podem divulgar. Para mim é uma grande recompensa.

Coisa feia é pegar o que o outro criou e assinar o nome como se fosse criação sua; não é só violação de direitos autorais, é cara de pau mesmo. falta de educação e civismo. Mas por que não deixar que outras pessoas apreciem o que fizemos? 

Escrevo pelo prazer de escrever, faço porque eu gosto. Sei muito bem que nunca vou ficar famosa ou rica por causa disso. É divertido, é bom, é gratificante. Já basta.

CHEIROS







Às vezes me chegam uns cheiros

Que eu finjo que não percebo

Para que eu possa manter

Minha própria sanidade...



A verdade - essa bandida

Muda de cara mil vezes

Conforme mil interesses,

Conforme as curvas da vida.


E quem clama por justiça

Traz, sob a manga, um punhal

Escondendo, num sorriso, 

A feia face do mal! 


Às vezes me finjo de morta

Pois só assim, tenho paz...

Mantenho sempre a direita,

Pois ter pressa - Nunca mais! 


Aquilo que cada um faz

É aquilo que bem lhe apraz;

mas mesmo trocando os nomes,

A essência é sempre a mesma... 


E diante dessa certeza,

Não me engano nunca mais!... 











O Espírito de Dr. Dráuzio Varella






Frases do Dr. Dráuzio Varella - fonte: vários sites da  internet 



"No mundo atual se está investindo cinco vezes mais em remédios para virilidade masculina e silicone para mulheres do que na cura do mal de Alzheimer. Daqui a alguns anos teremos velhas de seios grandes e velhos de pinto duro, mas que não se lembrarão para que servem."



"Os anos me ensinaram a julgar os homens pelas suas ações, não pelas convicções que apregoam."


"Não é função do Estado proteger o cidadão do mal que causa a si mesmo, mas é seu dever defendê-lo do que possam fazer contra ele."



"O que não falta nesse mundo é gente que se acha o último biscoito do pacote. Que audácia contrariá-los! São aqueles que nunca ouviram falar em saídas de emergência: fincam o pé, compram briga e não deixam barato.
Alguém aí falou em complexo de perseguição? Justamente. O mundo versus eles."


"A igreja considera que o espermatozoide entra no óvulo dentro do tubo de ensaio, e a partir daí começou uma vida. Então a masturbação masculina é um genocídio."




"Se friagem provocasse doença, então os suecos e finlandeses não existiriam."



"Acreditar na força milagrosa do pensamento pode servir ao sonho humano de dominar a morte. Mas, atribuir a ela tal poder, é um desrespeito aos doentes graves e à memória dos que já se foram."





"O bom humor, a risada, o lazer e a alegria recuperam a saúde e trazem vida longa. A pessoa alegre tem o dom de alegrar o ambiente em que vive. "O bom humor nos salva da mão do doutor." Alegria e saúde é terapia."

"Pessoas negativas não enxergam soluções e aumentam os problemas. Preferem a lamentação, a murmuração, o pessimismo. Melhor é acender fósforos que lamentar a escuridão. Pequena é a abelha, mas produz o que de mais doce existe. Somos o que pensamos. O pensamento negativo gera energia negativa que se transforma em doença."


"Quem esconde a realidade, finge, faz pose, quer sempre dar a impressão que está bem, quer mostrar-se perfeito, bonzinho, etc..., está acumulando toneladas de peso. Uma estátua de bronze, mas com os pés de barro. Nada pior para a saúde do que viver de aparências e fachadas. São pessoas com muito verniz e pouca raiz.  Seu destino é a farmácia, o hospital, a dor."


Prazer, Apenas






Ele aparenta mais de oitenta anos de idade, e possui um pequeno café aqui na minha cidade. Às vezes, passamos por lá - principalmente aos finais de semana - e paramos para curtir alguns minutos de paz em seu café. Ele é conversador, possui uma alma fina e carismática e adora servir.

Infelizmente, o shopping onde o café se localiza, não vai muito bem... a maioria das lojinhas já fecharam. Dizem que é por má administração, mas na verdade, acho que outros fatores também influem: quem vem até Petrópolis nos finais de semana, não vem para comprar, e sim para comer, passear e relaxar. Acho que ele e seu pequeno negócio ainda sobrevivem exatamente por causa disto: é possível comer e relaxar ali.

Mas apesar de tudo, percebo que ele está ali por um outro motivo, muito além do lucro: fazer o que gosta e ser feliz. Existem prazeres na vida que o dinheiro não pode comprar. E é por eles que ele mantém seu café aberto: os bolos deliciosos, os muitos chás importados - cujas histórias ele faz questão de contar - os cafés preparados artesanalmente, sem  o uso de máquinas, os pequenos chocolates... e as conversas.

Descobri que é assim que eu quero viver: por gostar. Fazer aquilo que me dá prazer, com ou sem reconhecimento. Se ele vier, melhor; se não vier, o prazer de fazer o que gosto já será a minha recompensa.


Mudanças






Acordei há alguns minutos, tomei meu banho e me vesti; como sempre, fui até a varanda e olhei o dia: anunciava-se lindo, calmo e tranquilo. Algumas nuvens cor de rosa suave saudavam o sol. Passarinhos cantavam nas árvores. Desci, e preparei o café da manhã.

Enquanto isso, sentei-me ao computador para imprimir minha primeira aula. Foi quando olhei para fora, e vi a ventania trazendo nuvens tão negras, que escureceram novamente o dia! As luzes dos postes da rua se reacenderam. Os pássaros sumiram. Em questão de minutos, o lindo dia que se anunciava tornou-se um dia negro e chuvoso, cheio de ventania.

Pensei: a vida é exatamente assim, às vezes.

domingo, 5 de maio de 2013

Mais Perto





Basta fechar os olhos,
Respirar mais fundo,
Virar a esquina da saudade,
Seguir pelas alamedas do pensamento...

Basta um pequeno gesto,
Um suspiro mais profundo,
Basta desligar o mundo,
E ouvir o silêncio que está dentro.

Basta olhar a flor com outros olhos,
Voar nas asas de um passarinho,
Colher, no chão, a areia
E deixá-la escorrer, aos poucos,
Entre meus dedos ansiosos...

Basta um olhar mais atencioso
Para poder te ver novamente,
E ver que sou uma das plantas que brotou
Daquilo que deixaste de semente.

Assim, eu hei de seguir sempre
Sabendo que não estás tão ausente,
Mas que descansas, para sempre na memória
fazendo parte de minha história
Enquanto ela for contada.





sábado, 4 de maio de 2013

Espelhos











Trecho do livro "Curar a Casa", por Hilda Ikeda




Os espelhos


Os espelhos, dentro do Feng Shui, são considerados uma verdadeira panaceia capaz de curar diferentes males. Para começar, resolvem problemas de sensação espacial, ampliando um pequeno ambiente enquanto refletem e multiplicam.

Colocados estrategicamente, também são capazes de acrescentar luz natural a um lugar escuro, descobrir entradas, reviver paredes desaparecidas e duplicar janelas e panoramas. Também podem refletir a luz e a paisagem exterior dentro de um local que,  de outra maneira, pareceria apagado e murcho.



Os espelhos realçam, ativam e fazem fluir o 'chi' e por isso, são conhecidos como "as aspirinas do Feng Shui."


Frequentemente, nós os vemos em entradas de edifícios, onde dão uma amplitude ilusória. Como regra geral, para o Feng Shui o tamanho indicado do espelho é "quanto maior, melhor". Cobrir uma parede completamente com um espelho duplica o ambiente, tornando-o mais dinâmico, vital e portanto, mais saudável. Pequeno ou médio, todo espelho deve refletir, pelo menos, a cabeça completa da pessoa que se aproxima dele. Do contrário, se essa pessoa precisa ficar na ponta dos pés para ver seu rosto, seu 'chi' se enfraquecerá sensivelmente. Pela mesma razão, são desaconselháveis os espelhos que distorcem a imagem, ou aqueles que não a refletem com absoluta clareza, devido a manchas ou deformações próprias.





A forma do espelho também influirá sobre o uso que lhe é dado ou o lugar onde for colocado. Espelhos ovais ou circulares - formas associadas com o elemento metal - podem ser propícios para as regiões da casa relacionadas com a criatividade e com os filhos... Um espelho vertical, de corpo inteiro, emoldurado com madeira, é um estímulo muito bom para a parte relacionada com a saúde e a família.




Obviamente, como toda ferramenta, os espelhos também apresentam riscos. Colocados ao final de um corredor não fazem mais que duplicar esse corredor sem saída, proporcionando uma sensação de angústia inexplicável, mas tangível. Para isso, é preferível dispô-los em forma transversal, junto das portas que dão para o corredor, e assim, esse corredor se alargará. Colocados em frente da cama, podem incomodar os que aí dormem, provocando dificuldades para conciliar o sono e até mesmo gerando insônia. Os espelhos estimulam e atraem um excesso de energia, o que provoca desequilíbrios e prejudica o descanso. Afinal, fazendo uma comparação, aspirina em excesso também não é saudável.





"JUSTIÇA"





Assistir ao telejornal é uma coisa que venho fazendo cada vez menos. O que vejo? Sempre coisas ruins e tristes, e poucas notícias realmente boas. 

Mas o que mais me espanta, é a atitude das pessoas aqui no Brasil, a maneira como elas agem, e ao mesmo tempo, exigem uma justiça social e política da qual elas próprias se isentam de cumprir! Há alguns dias, assisti, estarrecida,  à história do trem com carregamento de soja em uma cidade do Brasil que prefiro nem mencionar; o povo furava as sacas, e estendendo uma lona sobre os trilhos, recolhia a soja caída do trem para vender. Um dos ladrões declarou que 'faturava' até dois mil reais ao mês com tal prática! E com certeza, ele é um dos que reclamam da desonestidade dos nossos políticos.

Em Portugal, vários brasileiros foram enganados por uma casa de câmbio que intermedeia o envio de dinheiro ao Brasil, para as famílias de brasileiros que trabalham em Portugal. Muitos perderam grandes quantias, que representam meses de trabalho árduo. O dono da tal casa de câmbio? Um brasileiro! Vergonha internacional. Não é à toa que somos mal vistos no exterior.

Ando pelas ruas de minha própria cidade, e o que vejo? Muros pichados, lixeiras arrancadas e quebradas no chão, jardins pisoteados. Aqui temos um serviço oferecido pela COMDEP, de coleta de entulho, que funciona da seguinte forma: coletamos o entulho das obras e o ensacamos; ligamos para um determinado número de telefone, e eles marcam hora para vir buscar até dez sacos de entulho, totalmente de graça. Já nos utilizamos deste serviço várias vezes, portanto, sei que funciona. Mas as pessoas jogam entulho no meio da rua, e ainda põe fogo, para sujar mais ainda, apenas porque não querem se dar ao trabalho de ensacar sua própria sujeira.

Médicos envolvidos em corrupção! Recebendo dinheiro para tratamento de câncer usando nomes de pacientes que já morreram!  

Jovens que pregam a democracia e a liberdade de expressão agindo feito selvagens à visita de uma cubana que veio ao Brasil à convite, uma mulher que luta pela democracia!

Vou parar de assistir ao telejornal de vez. Tenho muita vergonha das coisas que eu vejo. É muito triste ver tanta sujeira e tanta corrupção dentro do próprio povo, o mesmo que reclama da corrupção dos políticos, o mesmo que clama por justiça e por seus 'direitos.' É simplesmente revoltante. É nojento.

Parceiros

Wyna, Daqui a Três Estrelas

Este é um post para divulgação do livro de Gabriele Sapio - Wyna, Daqui a Três Estrelas. Trata-se de uma história de ficção científica, cuj...